A decisão da Fifa de usar o ranking de outubro para definir os cabeças de chave do sorteio dos grupos da Copa do Mundo, que vai acontecer no dia 6 de dezembro, na Costa do Sauípe, no litoral da Bahia, pode fazer com que seleções peso-pesado caiam em "grupos da morte", até mesmo o anfitrião Brasil.
O ranking da entidade tirou das campeãs Itália, França e Inglaterra, além da atual vice-campeã Holanda, a possibilidade de serem cabeças de chave. Brasil, Espanha, Alemanha, Argentina, Uruguai - que só não vai à Copa se perder nesta quarta por seis gols de diferença para a Jordânia - e as surpreendentes Colômbia, Bélgica e Suíça estarão no pote 1.
Estas serão as primeiras seleções sorteadas e dirigirão o restante do chaveamento. Nos grupos em que estiverem os quatro cabeças de chave sul-americanos, por exemplo, não poderão coincidir Chile e Equador, que farão companhia aos europeus.
As seleções da América do Sul formaram, nos dois últimos sorteios de Copas, grupos com as representantes da África, que neste ano são cinco (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria), o que pode se repetir. Também sobraria um lugar para uma seleção europeia, e a França, pior ranqueada entre elas, é forte candidata a ocupá-lo.
Obrigatoriamente, os franceses teriam que entrar em uma chave encabeçada por uma seleção sul-americana, para que se evite que três representantes da Europa fiquem juntos. Poderia começar aí a formação de um "grupo da morte", com os campeões de 1998 ficando, por exemplo, ao lado de Brasil ou Argentina.
O terceiro pote, que não teria nenhuma restrição, seria exclusivamente com as oito seleções europeias melhores ranqueadas: Itália, Holanda, Inglaterra, Portugal, Rússia, Bósnia, Croácia e Grécia.
Entre as possibilidades existentes a partir desta formação, estaria a reedição da última final de Copa do Mundo entre espanhois e holandeses logo na primeira fase. Ainda poderiam ficar juntos a tricampeã Alemanha e a tetracampeão Itália, duelo de sete títulos mundiais.
Por fim, estariam reunidos no quarto pote as quatro seleções classificadas pela Concacaf - Américas do Norte e Central - e as quatro provenientes da Ásia. Entre as mais "temidas" deste grupo estão México, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul.
Espanha apresenta uniforme todo vermelho para Copa do Mundo:
A partir de agora, até o dia 6 de dezembro - três dias antes a Fifa divulgará como será o formato do sorteio -, todos os torcedores dos 32 países classificados viverão a expectativa dos confrontos e de fugir do tão temido "grupo da morte".
Confira a possível divisão dos potes para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo
Pote 1 (cabeças de chave): Brasil, Alemanha, Argentina, Bélgica, Colômbia, Espanha, Suíça e Uruguai.
Pote 2: Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana , Nigéria, Chile, Equador e França.
Pote 3: Bósnia, Croácia, Grécia, Holanda, Inglaterra, Itália, Portugal e Rússia.
Pote 4: Austrália, Coreia do Sul, Irã, Japão, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras e México.
Na Copa do Mundo de 2014, o Brasil pode ver jogadores naturalizados disputando contra a Seleção pelo título do Mundial. De atletas que se firmaram no exterior a filhos de ex-craques e até mesmo jogadores que apenas nasceram no País, veja quem pode ser um "inimigo íntimo"
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Diego Costa (Espanha): Após muita polêmica, o atacante nascido em Lagarto, no Sergipe, recusou a convocação de Luiz Felipe Scolari para defender o Brasil em amistosos na América do Norte e manifestou o desejo de jogar pela Espanha. O atacante do Atlético de Madrid, artilheiro do Campeonato Espanhol, já havia vestido a amarelinha em amistosos no início de 2013
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Benny Feilhaber (Estados Unidos): nascido no Rio de Janeiro em 19 de Janeiro de 1985, Feilhaber mudou-se para os Estados Unidos com seis anos de idade e tem na carreira passagens por equipes alemã, inglesa e dinamarquesa, além de americanas. Já jogou duas vezes contra o Brasil, uma delas na Copa das Confederações de 2009.
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Cássio (Austrália): carioca de nascimento, Cássio é um lateral com passagens por Flamengo, Internacional, Ceará, Brasiliense e Santa Cruz. Está no clube australiano Adelaide desde 2007, no qual é ídolo e sonha em ser convocado para a seleção.
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Douglas (Holanda): o catarinense de Florianópolis começou a carreira no Joinville e ainda passou pelo Goiás. Está no Twente, da Holanda, desde 2007 e foi convocado recentemente para a seleção do país europeu.
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Eduardo da Silva (Croácia): nascido no Rio de Janeiro, Eduardo foi para a Croácia ainda jovem, quando passou a integrar as categorias de base do Dinamo Zagreb. É um dos grandes jogadores da seleção local e chegou a ser atleta do Arsenal, da Inglaterra, entre 2007 e 2010.
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Marcos González (Chile): o zagueiro nasceu no Rio de Janeiro, em 9 de junho de 1980, mas foi para o Chile aos dois anos de idade com seus pais. Além de equipes do país sul-americano, atuou no Colorado Crew, dos Estados Unidos, e do Colón, da Argentina, antes de retornar ao Brasil, onde joga pelo Flamengo atualmente.
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Igor de Camargo (Bélgica): paulistano de Porto Feliz, o atacante desenvolveu toda sua carreira na Bélgica, onde atuou por Genk, Beringen-Heusden-Zolder, Brussels, Standard Liège e Borussia Mönchengladbach. Tem nove convocações para a seleção do país.
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Sinha (México): Nascido em Itajá, no Rio Grande do Norte, o meia Sinha já defendeu o México na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Apesar de já ter 37 anos, voltou a ser convocado para representar o país da América do Norte na repescagem contra a Nova Zelândia
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Marcus Túlio Tanaka (Japão): apesar de nascido em Palmeira d'Oeste (SP), o zagueiro mudou-se para o Japão aos 15 anos e desenvolveu toda sua carreira no país nipônico. Tem passagens por quatro clubes japoneses e já foi titular absoluto da seleção nacional.
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Matías Aguirregaray (Uruguai): lateral direito nascido em Porto Alegre, o atleta é filho de Óscar Aguirregaray, ex-jogador da seleção uruguaia nos anos 1980 e 1990 e que era jogador do Internacional quando Matías nasceu. Atualmente, o lateral, que tem passagem pelo Palermo, da Itália, está no Cluj, da Romênia.
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Pepe (Portugal): o alagoano de Maceió começou sua carreira em categorias de base no Brasil, mas conseguiu destaque em Portugal, onde atuou por Marítimo e Porto. Chamou a atenção até do Real Madrid, onde joga atualmente.
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Thiago Motta (Itália): um dos brasileiros naturalizados mais conhecidos, Thiago Motta, que nasceu em São Bernardo do Campo (SP), mas joga pela Itália, é normalmente convocado para a equipe do técnico Cesare Prandelli. Atualmente no PSG, o volante tem passagens por Barcelona, Atlético de Madrid, Genoa e Inter de Milão.
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Thiago Alcântara (Espanha): filho do ex-craque Mazinho, Thiago nasceu na Itália, mas tinha apenas nacionalidade brasileira quando decidiu representar a Espanha, em decisão polêmica. É jogador do Barcelona e tem passagem por todas as seleções de base da atual campeã do mundo.
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Cacau (Alemanha): o atacante nasceu em Santo André, em 27 de Março de 1981, e começou a carreira no Nacional-SP, antes de partir para o futebol alemão. Naturalizou-se pela seleção europeia e já tem 22 jogos com a camisa do país.