PUBLICIDADE

Terra na Copa

Suárez faz 2, Uruguai renasce e deixa Inglaterra perto da eliminação

19 jun 2014 - 18h17
Compartilhar

Luis Suárez realizou uma artroscopia no joelho esquerdo no dia 22 de maio, voltou a treinar apenas em 10 de junho, e nesta quinta-feira, 19 de junho, fez sua primeira partida na competição, mas ele não estava satisfeito, então, marcou os dois gols que mantiveram o Uruguai vivo na Copa do Mundo.

O medo do corte assombrou a Celeste. Analistas apontavam que o jogador jogaria a competição em péssimas condições, mas Óscar Tábarez arriscou, e hoje a campeã do mundo em 1930 e 1950 contou com a artilharia pesada de seu camisa 9 para derrotar a Inglaterra por 2 a 1 na Arena Corinthians, em São Paulo.

Com isso, os uruguaios chegam ao três pontos no grupo D, considerado o "da morte", por reunir três donos de títulos mundiais. Italianos e costarriquenhos, que complementarão a segunda rodada amanhã, na Arena Pernambuco, também estão com três pontos.

O 'English Team', que chegou a empatar o duelo na segunda etapa graças a gol de Wayne Rooney - o primeiro em uma Copa do Mundo -, fica em situação desesperadora depois da derrota. Zerada na chave, a seleção precisa que a Itália vença Costa Rica para não ser eliminada precocemente.

Agora, Suárez e companhia voltarão a campo nesta terça-feira para encarar a 'Azzurra' na Arena das Dunas, em Natal. Os ingleses pegarão a seleção centro-americana no mesmo dia no Mineirão, em Belo Horizonte.

Nas escalações divulgadas cerca de uma hora antes do jogo, a grande atração foi a presença do camisa 9 uruguaio, que entrou no lugar de Diego Forlán. Por outro lado, Diego Lugano, contundido, deu lugar a José María Giménez. Outra mexida foi a saída de Christian Stuani para entrada de Cristian Rodríguez.

Já a Inglaterra entrou com os mesmos jogadores, contudo, apresentando formação tática diferente. Wayne Rooney, ao invés de atuar pelo lado esquerdo do ataque, começou o jogo mais centralizado, encostando em Daniel Sturridge, que jogou posicionado como centroavante.

O início de jogo foi de pressão celeste, enquanto o 'English Team' parecia ter dificuldades para se encontrar em campo. Aos 4 minutos, Luis Suárez ficou perto de marcar gol olímpico, mas esbarrou no goleiro Hart, que conseguiu evitar a abertura do placar.

A resposta veio cinco minutos depois, também na bola parada. Após falta cometida na entrada da área por Godín - que tocou a bola com a mão e, por isso, recebeu cartão amarelo - Rooney bateu com categoria e por centímetros não acertou o ângulo direito de Muslera.

A partir daí, quase sempre com Luis Suárez "orquestrando", o Uruguai levava mais perigo. Só que aos 30, a Inglaterra teve a melhor chance de gol até então, quando Gerrard cobrou falta da esquerda, Rooney subiu nas costas da zaga e, quase em cima da linha, acertou cabeçada no travessão.

Apesar do lance perigoso, os campeões de 1966 continuaram desorganizados. Tanto é que, aos 39, Henderson passou errado para Rooney. González, Suárez e Lodeiro puxaram contra-ataque, que teve bola aberta na esquerda para Cavani poder cruzar na cabeça do camisa 9 uruguaio. Ele testou com precisão para o fundo das redes.

O panorama do jogo não mudou para o segundo tempo, tanto é que logo aos 3 minutos, quando Suárez arriscou outra vez cobrar um escanteio direto para o gol. Sempre do lado direito, o atacante bateu forte e quase pegou Hart pelo contrapé. O goleiro inglês conseguiu se recuperar e fez a defesa.

A pressão celeste seguiu intensa, e três minutos depois Cavani foi acionado por Lodeiro, invadiu a área e bateu cruzado. A mira do atacante do Paris Saint-Germain, contudo, não estava afiada, e a bola saiu à esquerda do gol defendido por Hart.

A Inglaterra só acordou para a etapa final aos 9 minutos, quando Baines recebeu na esquerda, fez boa jogada, e centrou para o meio da área. Rooney dominou, ajeitou, se livrou da marcação e fuzilou Muslera, que conseguiu fazer a defesa, evitando assim o empate.

Aos 16 minutos, um choque de Sterling com Álvaro Pereira preocupou a todos na Arena Corinthians. O lateral-esquerdo, que pertence ao São Paulo, levou uma joelhada involuntária no rosto e chegou a ficar inconsciente.

O curioso é que depois de ser atendido, o defensor discutiu com o médico da seleção uruguaia, Alberto Pan, que pediu sua substituição. Pereira fez sinal de negativo para Tabárez e permaneceu no jogo até o fim.

Roy Hodgson foi para o tudo ou nada diante da proximidade com a eliminação, colando Barkley e Lallana nos lugares de Sterling e Welbeck, respectivamente. Mesmo com as mexidas, o 'English Team' seguiu com dificuldades de levar perigo efetivo ao adversário.

Até aos 30 minutos, quando Johnson arrancou pela direita e, no peito e na raça, levou a melhor sobre a marcação, cruzando bola na área. Aí Rooney entrou em cena, surgindo no segundo pau para escorar, com a meta aberta, para o fundo das redes e enfim comemorar seu primeiro gol em Copas em dez jogos pelo torneio.

Cheios de gás, os ingleses foram para cima com muito ímpeto. Dois minutos depois de igualar o marcador, por pouco a virada não saiu, quando Welbeck recebeu na área, girou e tocou de leve, parando na defesa de Muslera.

Luis Suárez, no entanto, entrou em cena outra vez aos 40, após chutão de Muslera e toque de Cavani. O atacante do Liverpool recebeu na entrada da área e fuzilou Hart, desempatando a partida, e mantendo a Celeste viva no Mundial.

Ficha técnica:.

Uruguai: Muslera; Cáceres, Giménez, Godín e Álvaro Pereira; Arévalo Ríos, Rodríguez e González (Fucile); Lodeiro (Stuani), Suárez (Coates) e Cavani. Técnico: Oscar Tabárez.

Inglaterra: Hart; Johnson, Cahill, Jagielka e Baines; Gerrard, Henderson (Lambert), Welbeck (Lallana), Sterling (Barkley) e Rooney; Sturridge. Técnico: Roy Hodgson.

Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha) auxiliado pelos compatriotas Roberto Alonso Fernandez e Juan Yuste.

Gols: Suárez (2x) (Uruguai); Rooney (Inglaterra).

Cartões amarelos: Godín (Uruguai); Gerrard (Inglaterra).

Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo.

EFE   
Compartilhar
Publicidade