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Terra na Copa

Valcke diz que divergências ficaram no passado; Governo mantém firmeza

30 mai 2012 - 13h56
(atualizado às 14h57)
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

O secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta quarta-feira, durante o anúncio da tabela da Copa das Confederações, que as polêmicas com o Governo brasileiro ficaram no passado. Depois de afirmar em março, que o Brasil "precisava tomar um chute no traseiro" para tocar as obras para o Mundial, Valcke adotou discurso conciliatório na sua primeira visita ao país desde então.

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"Nós não vamos voltar às polêmicas. Chegamos a um entendimento. E temos um compromisso de entregar a melhor Copa do Mundo. O resto é passado", afirmou o secretário geral, que em certo momento chegou a ser tirado das discussões em torno do Mundial pelo Governo federal. "Uma palavra que teremos que evitar é luta. Nós temos que achar soluções".

No entanto, nem tudo é entendimento entre Fifa e Governo. Na semana passada, o Brasil divulgou que apenas 5% das obras previstas para a Copa do Mundo estavam prontas e 40% dos projetos ainda não tinham saído do papel. Durante o último Congresso da Fifa, em Budapeste, na Hungria, o secretário geral da entidade sugeriu que o país fixasse prioridades para a Copa e deixasse as demais obras para depois da competição. Nesta quarta-feira, durante o anúncio da tabela da Copa das Confederações de 2013, reforçou o pedido.

"Talvez todos os projetos não precisem ser entregues até a Copa. Vamos lembrar da África do Sul. Há alguns que podem esperar, podem ficar prontos para os Jogos Olímpicos. O que nós precisamos é dos estádios e de algumas instalações, como aeroportos", disse Valcke. "Nós não precisamos de um novo país. Vamos esperar que a Copa e a Olimpíada possam ajudar o Brasil a se desenvolver mais mesmo depois dos eventos".

Mas o ministro do esporte Aldo Rebelo não aceitou a sugestão. "A matriz de responsabilidade é decisão do Governo federal. Costumo dizer que são obras para o Brasil, não para a Copa. Muitas já estavam planejadas muito antes. Foram incluídas porque o fato de ficarem prontas vão facilitar para a Copa. Outra não. Nós já estamos em trabalho para montar o planejamento desse trabalho", contou.

O ministro chegou a ser perguntado se agora era amigo de Valcke e respondeu que não. "Apenas estamos trabalhando para nos entender em relação ao andamento da Copa", afirmou. Em tom descontraído, mais cedo, Aldo também reclamou que tem pouca influência na definição do preço dos ingressos do Mundial. "Se tem um assunto em que minha influência é muito pequena é nos preços dos ingressos. Nós fazemos um esforço para que os jogos sejam alcançados pelas diversas parcelas da nossa população. Tenho encontrado boa vontade de todos os organizadores".

Valcke foi bem humorado ao receber a declaração de Aldo. "O ministro é muito humilde quando diz que não tem influência. Nós estamos trabalhando para isso. O preço para a Copa das Confederações já é mais baixo porque é um evento que será feito para ter 90% de brasileiros nos estádios. Mas vamos definir que as classes menos favorecidas da população também possam ir aos jogos da Copa¿, declarou o secretário geral da Fifa.

Aldo Rebelo afirmou que não é amigo de Jérôme Valcke e que responsabilidade de obras pertence ao Governo
Aldo Rebelo afirmou que não é amigo de Jérôme Valcke e que responsabilidade de obras pertence ao Governo
Foto: AP
Fonte: Terra
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