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Terra na Copa

Valcke minimiza atrasos e marca "caipirinha" com Rebelo

25 abr 2014 - 14h10
(atualizado às 20h20)
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Aldo Rebelo e Jerome Valcke mostraram estar afinados em evento do COL no Rio de Janeiro
Aldo Rebelo e Jerome Valcke mostraram estar afinados em evento do COL no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A 48 dias da Copa do Mundo, ainda há muito o que fazer para que o Mundial do Brasil seja no mínimo bom. Mas, na prática, o discurso é outro. Para o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, a tensão que se vive para que se entregue o que está atrasado em tempo é salutar. “O ambiente é de elevada responsabilidade e creio que vamos, desta forma, cumprindo a tarefa do País”, disse, otimista.

Um dos que mais reclamaram dos constantes atrasos e falta de cumprimento de prazos por parte do País, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, afirmou estar de acordo. “Tudo o que pedimos para a Copa está aí. Alguns atrasos ainda estão complicando a última fase, mas posso confirmar o que disse o ministro: vamos fazer a Copa do Mundo em 12 cidades e o importante é tudo estar nas melhores condições para as 32 seleções”, declarou 

“Nos últimos dias fizemos tudo para que os CTs estivesse prontos. Pode parecer detalhe, mas todas as partes envolvidas estão trabalhando juntas e no futuro vamos esquecer esses problemas”, disse o francês, que durante o período chegou a dizer que o Brasil merecia um chute no traseiro pelos atrasos. “Rebelo e eu na abertura vamos tomar um caipirinha juntos. E na final vamos tomar champagne”, brincou.

Jerome Valcke confia na segurança durante a Copa do Mundo no Brasil
Jerome Valcke confia na segurança durante a Copa do Mundo no Brasil
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Mas até no vídeo de apresentação desta que foi a última reunião do Comitê Organizador Local antes de a Copa do Mundo começar de vez, os atrasos são evidentes. Ainda faltam cadeiras a serem instaladas em Cuiabá e São Paulo, testes em Cuiabá, São Paulo, Curitiba, Brasília e Manaus, e estruturas provisórias em São Paulo e Porto Alegre.

“Se é verdade que as reuniões terminam por aqui, é mais verdade que o trabalho não termina. Ainda há uma jornada importante que deve reunir todo o esforço dos envolvidos na organização e preparação da Copa: Governo Federal, Estadual, Municipal, comitês locais, e muita superação para superar as deficiências que precisam ser enfrentadas. Temos trabalho nos estádios, obras importantes que precisam cumprir calendário nesse fim de maio e vamos ter tudo a contento para a abertura da Copa em São Paulo”, admitiu Rebelo.

Jerome Valcke faz o discurso da união, mas parece ter falado em tom de quem está contente de que a Copa vai começar. “Impressionante que esta jornada esteja chegando ao fim. Vamos ter uma reunião em São Paulo antes da abertura para ter a certeza de que tudo ficará pronto.”, comentou. “Estou muito contente porque estamos chegando à Copa e finalmente vamos falar de futebol. As seleções estão chegando e para quem já foi a uma Copa sabe que a atmosfera é diferente. As vezes se fica cansado de tanto trabalho”, acrscentou Valcke, dizendo que deve assistir cerca de 20 partidas no Mundial.

“Mas não para checar coisas, e sim para curtir e ver os torcedores. Foi uma organização difícil”, disse, aadmitindo que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, também devem enfrentar dificuldades. “Mas poucos organizadores têm ideia da magnitude do que é fazer uma Copa. A sensação é que trabalhamos juntos”, disse. 

Para o Comitê Organizador, a Copa do Mundo na verdade já começou nesta sexta-feira. Já há transporte oficial entre hotéis na Barra da Tijuca e a sede do Comitê Organizador no Riocentro. Em seguida, virão os testes que faltam nos estádios (Cuiabá e Itaquerão vão ter eventos ainda sem a capacidade máxima), até que todos eles sejam entregues à administração da Fifa (20 dias antes do primeiro jogo de cada um deles), e  que a primeira seleção desembarque no Brasil no dia 28 de maio (a Austrália, que vai ficar em Vitória).

“Entramos na fase final dos preparativos e nosso foco é finalização dos planos operacionais. Terminamos a rodada de reuniões nas 12 cidades sede, falando com os gestores das cidades, planos de energia, telecomunicações, segurança, saúde para consolidar a execução”, disse Luis Fernandes, Secretário-geral do Ministério dos Esportes.

Outro ponto ressaltado por Valcke foi no empenho do Governo Federal em que os centros de treinamento ficassem prontos para receber as seleção. A Rússia, por exemplo, chegou a cogitar trocar Itu por um CT em Curitiba por atrasos, mas acabou confirmando sua ida para a cidade paulista. “Nos campos de treino que são públicos o Governo Federal investiu R$ 10 milhões e foram investidos ainda mais R$ 10,3 milhões pelo COL e pela Fifa nos 32 centros de treinamentos”, disse Trade.

Membro do Comitê Local, Bebeto ressaltou as dificuldades de se organizar uma Copa do Mundo
Membro do Comitê Local, Bebeto ressaltou as dificuldades de se organizar uma Copa do Mundo
Foto: Mauro Pimentel / Terra

“Foram traves, redes, máquinas de gelo, máquinas de cortar e pintar grama doados para centros de treinamentos e que vão ser importantes para o desenvolvimento do esporte no futuro”, acrescentou o presidente do COL, ao lado de Bebeto, que, ufanista, disse: “Como jogador não sabia da dificuldade de realizar uma Copa do Mundo. Antes achava que era só entrar pensar em fazer gol e vencer. Agora sei como é difícil e que vamos fazer uma Copa muito boa”, afirmou o ex-jogador, que é membro do COL.

O secretário geral do Comitê Organizador, Ricardo Trade, brincou ainda dizendo que as famílias já foram informadas oficialmente de que não há mais fins de semana para quem trabalha no Mundial. “O esforço agora é maior e casa com os planos operacionais, e o importante é que todos estão sentados na mesma mesa. Há um peso maior por conta do atraso, mas vamos conseguir entregar”, garantiu.

Luiz Fernandes concorda. “Determinadas dimensões de compromissos que atrasaram nos fazem ter mais esforço organizativo maior. Vão ser necessárias atividades paralelas e que podem influir na outra”, afirmou, citando como exemplo o cabeamento para internet e televisão nos estádios que podem ser afetados por obras de última hora. “Temos que evitar refazer trabalho a partir de agora. Temos que garantir que tudo esteja pronto. Há um trabalho coeso em todas as áreas e a integração e a chave do sucesso”, encerrou. 

Fonte: Terra
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