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Copa das Confederações

Acarajé à moda Fifa tem pimenta à vontade e nova roupagem por restrições

Patrimônio nacional, baianas foram liberadas de última hora para a Copa das Confederações. Tiveram, ainda assim, de se adequar a padrões da entidade

23 jun 2013 - 13h08
(atualizado às 13h19)
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Tania (ao centro) e ajudantes na Fonte Nova: tradição mantida sob muito custo na Copa das Confederações
Tania (ao centro) e ajudantes na Fonte Nova: tradição mantida sob muito custo na Copa das Confederações
Foto: Dassler Marques / Terra

Há quem veja o lado positivo, há quem ressalte o negativo, mas o fato é que padronizar é um dos verbos preferidos da Fifa. E seu padrão atingiu até as baianas da Arena Fonte Nova. Na tarde de sábado, enquanto a Seleção Brasileira fez 4 a 2 sobre a Itália, muitos torcedores também puderam provar o sabor especial do acarajé. Um acarajé à moda Fifa.

Confira todos os vídeos da Copa das Confederações

Motivo de polêmica da sociedade de Salvador com a entidade, a liberação para as baianas trabalharem surgiu aos 45 minutos e foi seguida de “Eliminatórias”. Inicialmente, a Fifa havia vetado a comercialização de comidas típicas por um suposto conflito comercial com seus patrocinadores. E aí comprou uma briga feia.

Até mesmo a presidente Dilma Rousseff, durante a reinauguração da Arena Fonte Nova, recebeu uma carta entregue pelas baianas em virtude das restrições. Elas são consideradas patrimônio nacional desde 2007. Liberadas apenas no fim do mês passado, puderam trabalhar na Copa das Confederações

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. Mas sob o padrão Fifa.

A primeira restrição limita o raio de ação das vendedoras, instaladas em quiosques já dentro do estádio, mas nos arredores, distantes do gramado. Essa medida trouxe um impacto por consequência: tradicionalmente, os acarajés são feitos em casa e levados até a Fonte Nova – ou mesmo Barradão e Pituaçu, também da capital, por exemplo. A Fifa, porém, definiu que os alimentos deveriam ser preparados na hora.

“Ficou mais fresquinho, o cliente pode ver a gente preparando”, conta Tania Barbara Nery, uma das seis baianas selecionadas. Além do tradicional acarajé, ela comercializa abará, bolinho de estudante, cocada e passarinha. Originalmente, o cardápio das baianas também é mais farto, mas a Fifa restringiu a cinco opções durante a Copa das Confederações.

Os verbos restringir e padronizar se repetem exaustivamente na odisseia das baianas. Apesar do preparo imediato dos acarajés, por razões de segurança, também foi vetado o uso de gás de cozinha, substituído por tachos alimentados por fogões elétricos. Todos os estandes ficam no mesmo espaço do estádio, lado a lado, e são rigorosamente iguais. “É o mesmo tabuleiro, o mesmo diâmetro, tudo igual”, conta Tania.

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Ela foi uma das felizardas a vencerem as “Eliminatórias” da Fifa para as baianas. Em sua versão anterior, a Fonte Nova tinha 10 vendedoras, mas na Copa das Confederações foram liberadas seis. Três remanescentes do antigo estádio, e outras três selecionadas por uma associação local receberam a licença.

Em meio a tantas especificações, o que não pode faltar na comida baiana é pimenta. De acordo com Tania, apesar das ressalvas ao cardápio, o acarajé é exatamente igual. “Com pimenta à vontade”, brinca. Mas também um pouco mais de sal: normalmente vendido por R$ 6 pela cidade, o quitute sai a R$ 8 na Fonte Nova. Um padrão Fifa.

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Fonte: Terra
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