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Copa das Confederações

Brasil massacra Espanha no Maracanã e é tetra da Copa das Confederações

30 jun 2013 - 20h58
(atualizado às 21h06)
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Sem tomar qualquer conhecimento daquela que é apontada em quase todo o mundo como a melhor seleção do mundo, o Brasil se sagrou campeão da Copa das Confederações neste domingo ao atropelar a Espanha no Maracanã na final por 3 a 0.

Apoiada por mais de 70 mil torcedores no estádio, a seleção pentacampeã mundial apresentou um futebol envolvente e conquistou um título em casa pela primeira vez desde 1989, ano em que ficou com o troféu da Copa América. Fred, com dois gols que o tornaram um dos artilheiros da competição, e Neymar construíram o placar.

A Espanha, que sonhava obter o único grande título ausente em seu histórico, esteve sempre longe do feito. Controlada, a 'Fúria' sofreu o primeiro gol com apenas dois minutos de bola rolando. A partir daí, o máximo que conseguiu foi um quase gol de Pedro, evitado por David Luiz, e um pênalti, desperdiçado por Sergio Ramos.

Foi o quarto título brasileiro na Copa das Confederações, e o terceiro seguido. Antes, a Seleção já havia ficado com o troféu em 1997, 2005 e 2009.

De quebra, o Brasil ainda deu fim a um pequeno, mas incômodo jejum. Desde outubro de 2007, quando goleou o Equador por 5 a 0, a seleção não vencia no Rio de Janeiro. Desde então, haviam sido três empates, com Colômbia e Inglaterra, no Maracanã, e com a Bolívia, no Engenhão.

A seleção brasileira foi a campo com a mesma equipe que a levou à final, enquanto na Espanha o técnico Vicente del Bosque surpreendeu ao mandar Juan Mata a campo. A dúvida inicial era se Cesc Fàbregas ou David Silva formaria o trio de ataque com Pedro e Fernando Torres, mas o escolhido acabou não sendo nenhum dos dois, e sim o jogador do Chelsea.

Sem saber o que é comemorar um título da seleção em território nacional há 24 anos, os 73.531 torcedores presentes do Maracanã mostraram seu apoio à equipe de Felipão bem antes de a bola rolar. Quando as escalações foram anunciadas pelo sistema de som do estádio, todos os brasileiros foram ovacionados, principalmente Neymar, enquanto, a cada nome de atleta espanhol que era anunciado, ouvia-se uma grande vaia.

O hino nacional voltou a ser cantado à capela até a final de sua primeira parte, como se tornou costume em todos os jogos da Copa das Confederações, e foi seguido de gritos de "Brasil" e "eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor".

Quando a bola rolou, antes mesmo que houvesse tempo para o "tiki taka" espanhol, falaram mais alto, e em bom português, o "tique taque" do cronômetro do jogo e o grito de gol da torcida brasileira. Com apenas dois minutos, a Seleção saiu em vantagem. Hulk levantou da direita, a bola bateu no calcanhar de Neymar, na barriga de Fred e ficou viva dentro da pequena área. Mesmo caído, o camisa 9 tocou por cima de Casillas, fez 1 a 0 e foi parar literalmente nos braços da galera.

O público não precisava de um incentivo para continuar gritando, mas o gol deixou os presentes ainda mais animados. A tradicional troca de passes espanhola acontecia embalada por vaias e da frase "o campeão voltou".

Aproveitando-se do bom momento, a pentacampeã mundial por pouco não fez 2 a 0 aos oito. Neymar tentou a infiltração para Marcelo, mas, com o desvio na zaga, acabou encontrando Fred. O centroavante tocou de letra, e Oscar, de primeira, bateu à direita da meta. Pouco depois, aos 12, Paulinho aproveitou bobeada da defesa e bateu por cobertura para defesa difícil de Casillas.

Em vantagem no placar, o Brasil mostrava que também sabe trocar passes com paciência e até tinha maior posse de bola. Qualquer erro, entretanto, era aproveitado pela 'Fúria' com perigo.

Aos 19, Iniesta teve espaço e arriscou de longe. Julio César caiu no canto direito e espalmou para fora. Com um susto, os torcedores entoaram "pentacampeão" como forma de provocação ao adversário, que tem "apenas" um título mundial.

Com o passar do tempo, a Espanha foi se colocando no campo de ataque, o Brasil fazia o que podia para se mostrar vivo no jogo. Aos 24 minutos, mesmo um pouco desequilibrado, Fred acertou uma finalização perto da trave direita.

Quatro minutos depois, em um contra-ataque de cinco brasileiros contra três espanhóis, Oscar cavou uma falta a um passo da área. Na jogada ensaiada, Hulk encheu o pé e encobriu o travessão. Em novo contragolpe, aos 31, Neymar colocou Fred na cara do gol, mas o centroavante chutou em cima de Casillas e perdeu uma grande chance de ampliar.

Embora tivesse o confronto sob certo controle, a seleção não esteve imune a sustos, e recebeu um grande aos 41. Mata encontrou Pedro livre na ponta direita e saída rápida para o ataque e o jogador do Barcelona tocou rasteiro, tirando de Julio César. De carrinho, David Luiz fez corte providencial.

O lance deixou os comandados de Felipão ainda mais "pilhados", e o segundo gol aconteceu logo na sequência, aos 44. Neymar tabelou com Oscar, recebeu livre dentro da área e fuzilou Casillas, em quem o jovem craque dissera que seria um prazer marcar um gol.

Acostumados a ouvir gritos de "olé" a seu favor, os jogadores espanhóis foram obrigados a "entrar na roda" com as trocas de passe dos brasileiros antes do intervalo.

Nem bem a bola rolou, e Fred mostrou seu faro de gol e que, ao menos naquele momento, dois era seu número de sorte. Aos dois minutos, como acontecera na etapa inicial, ele balançou a rede. Hulk fez o giro na intermediária e rolou para a esquerda. Neymar deixou passar, o camisa 9 pegou de primeira e acertou o cantinho, tornando-se artilheiro da Copa das Confederações junto com Fernando Torres, com cinco gols.

O jogo virou uma aula de futebol, pelo menos para os espectadores, que da arquibancada gritavam "quer jogar, quer jogar, o Brasil vai te ensinar".

Dois atletas em especial precisavam de alguns minutos extras de reforço. Aos dez, Marcelo se esqueceu como desarmar e derrubou Navas, que entrara pouco antes, dentro da área. Para alívio dos brasileiros, Sergio Ramos cobrou o pênalti muito mal, à direita de Julio César, que acertou o canto.

O castigo para a 'Fúria' quase aconteceu em seguida, aos 13. Hulk ganhou de Piqué na velocidade após lançamento longo e tocou por cobrertura. Fora da área, Casillas evitou o quarto com a cabeça.

Aos poucos, a final foi esfriando. Por mais que tentasse, a Espanha não conseguia incomodar, enquanto o Brasil administrava a vantagem. Essa tarefa da equipe da casa ficou ainda mais fácil aos 23, quando Neymar partiu em velocidade e levou um "rapa" de Piqué. Último defensor antes de Casillas, o defensor, que será companheiro de equipe do jovem craque no Barcelona, foi expulso.

Pouco antes de dar lugar a Jô, aos 30 minutos, Fred ainda poderia ter assinalado um "hat-trick". Ele recebeu de Daniel Alves de frente para o alvo, mas teve seu arremate bloqueado.

Sem muito trabalho até então, Julio César enfim brilhou aos 35. Em uma das raras bobeadas da defesa brasileira, Villa rolou para Pedro, que do bico da pequena área buscou o canto. Julio César se esticou todo e espalmou. Cinco minutos depois, foi Villa quem chutou e parou no camisa 12.

A partir daí, os donos da casa precisaram apenas administrar a vantagem ao som do grito de "é campeão" e "o campeão voltou" e esperar o apito final.

Ficha técnica:.

Brasil: Julio César; Daniel Alves, David Luiz, Thiago Silva e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho (Hernanes) e Oscar; Hulk (Jadson), Neymar e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

Espanha: Casillas; Arbeloa (Azpilicueta), Sergio Ramos, Piqué e Alba; Busquets, Xavi e Iniesta; Mata (Navas), Pedro e Torres (Villa). Técnico: Vicente del Bosque.

Árbitro: Björn Kuipers (Holanda), auxiliado pelos compatriotas Sander Van Roekel e Erwin Zeinstra.

Cartões amarelos: Arbeloa e Sergio Ramos (Espanha).

Cartão vermelho: Piqué (Espanha)

Gols: Fred (2x) e Neymar (Brasil).

Estádio: Maracanã (Rio de Janeiro).

EFE   
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