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Copa das Confederações

Clima de interior, cabras e grilagem; conheça os arredores da Arena PE

24 mai 2013 - 13h28
(atualizado às 14h14)
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Menos de um mês antes da abertura da Copa das Confederações, impressiona como os empreendedores que têm os poucos restaurantes instalados nas proximidades da Arena Pernambuco pouco investiram para atrair o público que estará participando do evento preparatório para a Copa do Mundo.

Construída na área rural da cidade de São Lourenço da Mata, que fica a cerca de 20 km do Recife, a arena tem duas vias principais de acesso. O Governo do Estado sugere que os torcedores devem preferencialmente fazer o percurso de metrô, descendo na Estação Cosme e Damião. Para quem for de carro, a principal via de acesso é a BR-408, onde está instalado desde a década de 1970 o Terminal Integrado de Passageiros.

Há menos de 1 km do estádio, é possível visitar cinco restaurantes e um posto de gasolina à beira da BR-408. Alguém que saia de São Lourenço, abasteça seu carro no Gran Via (km 100 da rodovia) e almoce no Restaurante do Matuto pode até se surpreender ao ver por trás da vegetação a monumental obra que fica a 500 m daquela típica cena do interior nordestino.

Cardápios nos arredores da Arena Pernambuco contam com a culinária típica do estado
Cardápios nos arredores da Arena Pernambuco contam com a culinária típica do estado
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Na frente do posto, poucos caminhões e carros, nem mesmo uma loja de conveniência fechada. Por trás, o Restaurante do Matuto tem uma varanda aconchegante, um parquinho para as crianças, algumas roupas estendidas no varal improvisado e uma criação de cabras, que torna a vista ainda mais bucólica. Mas para o bom observador é impossível deixar de notar entre as árvores o recém-inaugurado estádio.

Seguindo poucos metros na direção de São Lourenço, está um pequeno complexo familiar de alimentação. O Bode na Brasa é de propriedade de Severino Ramos da Silva e tem uma vista perfeita do estádio, por estar no alto de um monte. Um pouco mais abaixo, vemos o Restaurante da Copa e o Restaurante do João, dos irmãos João e Maria do Céu, filhos do falecido Antônio Firmino da Silva, que começou a trabalhar naquelas terras há cerca de 40 anos.

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Os irmãos ainda não sabem se continuam explorando o terreno com comida ou se cedem às propostas para venderem a terra. Mas, por enquanto, Maria do Céu já se preocupa com a possibilidade de ter de mudar o nome do seu bar. “Já tinham muitos restaurantes com o nome Bode, então resolvi colocar Restaurante da Copa, mas o pessoal da Fifa veio aqui e disse que eu não poderia usar esse nome. Então, os meus empregados já não estão nem usando a farda”, explica a microempreendedora.

O improviso marca as empresas que ficam ao lado da Arena Pernambuco. E os empreendedores estão assustados com o assédio de possíveis compradores, sócios e mesmo das cervejarias, que chegaram nos últimos dias com ofertas para patrocinar todos os empreendimentos. É possível que daqui para a Copa das Confederações já esteja muito mudado o cenário, mas todos juram só ter recebido propostas da Ambev, Coca-Cola e de outros interessados nos últimos dias.

Mundinho e sua luta para sobreviver na Terra Prometida

O mais preparado dos empreendimentos próximos à Arena Pernambuco na BR-408 parece ser o Restaurante Mundinho. Segundo seu proprietário, o local tem capacidade para receber de 750 a 800 pessoas por dia e estacionamento para até 400 veículos. “Quando eu soube da Arena já fiz uma estrutura me preparando para atender essa demanda”, explica Edmundo Severino de Lima, que não se envergonha de contar que estudou apenas até a terceira série e diz que aprendeu tudo na experiência do dia-a-dia como comerciante.

Edmundo Severino de Lima mantém o seu Restaurante Mundinho apesar do assédio de grileiros
Edmundo Severino de Lima mantém o seu Restaurante Mundinho apesar do assédio de grileiros
Foto: Eduardo Amorim / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Entretanto, ele se orgulha mesmo de contar tudo que precisou enfrentar para manter seu restaurante. Segundo o dono do restaurante, uma família influente de São Lourenço da Mata fez uma montagem de documentos para tentar tomar a posse de sua terra, que como a dos outros empreendedores foi ganha por meio do usucapião. “Tive que denunciar juiz, policial, oficial de justiça... Até mesmo meu advogado recebeu proposta para me trair, mas ele foi muito honesto para não deixar isso acontecer”, diz ele, que jura ter se tornado amigo do seu defensor.

O restaurante de Edmundo também não está pronto para uma grande demanda. Ele conta que sua filha vem fazendo curso de inglês para atender os estrangeiros, que está instalando a internet para disponibilizar para seus clientes e que ainda pensa em colocar um toldo para a Copa das Confederações e até mesmo construir outro galpão para o Mundial de 2014, caso seja possível.

Até agora, nas visitas de estrangeiros ao empreendimento, ele acabou improvisando. “Eu não tinha como falar a língua deles, mas procurei deixar todos satisfeitos e a forma que encontrei fui mostrando as minhas carnes e dizendo para eles escolherem”, lembra. Mas o empresário garante que terá um cardápio em inglês pronto para a Copa das Confederações. O curioso é que, como os outros quatro colegas que tem restaurantes nas proximidades, ele também escolheu um cardápio baseado na comida regional: bode, carne de sol, galinha de cabidela e outras especialidades pernambucanas.

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Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
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