Com Neymar em alta e Fred desencantando, Oscar vira "alvo da vez"
Ao longo da preparação e das partidas da Seleção Brasileira para a Copa das Confederações, o alvo principal dos críticos da equipe foi mudando conforme os jogos. A primeira vítima foi Neymar, criticado pelo jejum de nove jogos sem gols antes do início da competição. O jogador do Barcelona desencantou logo na estreia contra o Japão e foi eleito o melhor jogador em campo nas três partidas do Brasil. Após o camisa 10, as críticas se voltaram para Fred, que ficou sem anotar um gol nas duas primeiras partidas e desencantou contra a Itália, marcando dois de uma vez só. Agora, as atenções estão em cima do meia Oscar.
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Após uma boa partida contra o Japão, iniciando a jogada do primeiro gol e dando belo passe para Jô marcar o último tento da vitória por 3 a 0, o camisa 11 da Seleção teve duas partidas abaixo do esperado contra o México e a Itália. Jogador com melhor perfil de armador de jogadas na equipe de Luiz Felipe Scolari, Oscar deu apenas uma assistência na competição até o momento.
As atuações apagadas em termos ofensivos geraram ao jogador algumas críticas por parte da imprensa e da torcida sobre o seu futebol. Muito se cogita se o meia estaria cansado pela longa temporada que teve com o Chelsea, na Inglaterra. Oscar garante que não. A comissão técnica prefere não insistir no assunto.
"O Oscar na ideia de vocês sofre um pouco mais. Ele vai oscilar. Na partida com o Japão ele cresceu de produção assustadoramente. Nós temos uma preocupação, mas entendemos que ele tem uma base, um astrofísico, ele começou a dar pique aos 20min. Nós não podemos por na cabeça do atleta que ele está cansado", disse o preparador físico Paulo Paixão, antes do jogo contra a Itália.
Há quem diga também que Oscar ainda não se encontrou em campo. Durante a passagem de Mano Menezes na Seleção, o jogador tinha uma posição definida: atuava mais centralizado, como um armador em sua essência. Com Felipão, a situação é diferente. O treinador gosta de utilizar a variação de posicionamento de Hulk, Neymar e Oscar. Com isso, o camisa 11 hora joga centralizado, hora atua pelos lados. Quando atua como uma espécie de ponta, o meia tem que fazer a função de ajuda na marcação, protegendo as subidas dos laterais.
"Esses jogadores de lado que fazem a função dupla, são os que mais se desgastam. No futebol internacional eles são os primeiros a serem substituídos, eles tem um desgaste muito grande. O Mano jogava assim no Corinthians. O Dentinho do lado, Jorge Henrique do outro, corriam demais. Toda vez as primeiras substituições eram os dois. É o caso do Oscar e do Hulk. São 100 metros de ir e vir. É difícil mesmo", disse o coordenador técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira.
Certo é que assim como Parreira, Felipão defende muito o desempenho de Oscar. O comandante da Seleção vê o jogador como peça fundamental em seu esquema e dificilmente irá tirá-lo do time, mesmo se for pressionado pela torcida e pela mídia. Com Jadson, seu substituto natural, quase sumido dentro da equipe brasileira, Oscar só deixaria o time hoje se o treinador resolvesse mudar o esquema da Seleção, atuando com três volantes (Hernanes, Paulinho e Luiz Gustavo). Desta forma, resta ao torcedor brasileiro criar a esperança que, assim como aconteceu com Fred e Neymar, Oscar deslanche na semifinal contra Uruguai, na quarta-feira, e em uma possível decisão no Maracanã, no próximo domingo.
Veja números de Oscar na competição, segundo estatísticas da Fifa:
Chutes a gol: 2 (ambos na partida contra a Itália)
Total de passes: 120 (com melhor aproveitamento contra Itália: 71%)
Cruzamentos: 9 (sendo 6 contra o Japão)
Faltas cometidas: 9
Faltas sofridas: 5
Desarmes: 3
Assistência: 1
Bolas recuperadas: 13