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Copa das Confederações

Em "carreata da CBF", Marin leva ao menos 15 cartolas a Brasil x Itália

24 jun 2013 - 07h01
(atualizado às 07h01)
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Marin, Marco Polo Del Nero e o baiano Ednaldo Rodrigues, ao lado do italiano Albertini, na Fonte Nova
Marin, Marco Polo Del Nero e o baiano Ednaldo Rodrigues, ao lado do italiano Albertini, na Fonte Nova
Foto: Ricardo Stuckert/CBF / Divulgação

Presidentes das federações de futebol de todas as regiões do Brasil contaram com o patrocínio da Confederação Brasileira de Futebol para acompanhar, de forma gratuita e com direito a acompanhante, o confronto entre a Seleção Brasileira e a Itália, no último sábado, na Arena Fonte Nova. Segundo o Terra apurou, o número de presentes em Salvador foi de pelo menos 15 cartolas. Eles ainda participaram de um jantar oferecido pela Federação Baiana de Futebol.

No pacote oferecido a todos os 27 presidentes constava, além de acesso ao estádio, passagem de avião, hospedagem e direito a um acompanhante. Entre os que declinaram o convite de Marin estava Rubens Lopes, atual presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro. O dirigente fluminense, recentemente, reclamou publicamente do tratamento recebido por parte do presidente da CBF.

Apesar do convite generoso, José Maria Marin sequer manteve contato com os convidados - ele também não participou do jantar pós-jogo. Marin repetiu a estratégia de evitar a imprensa, torcedores e tentar articular com políticos nos bastidores. "Ele chegou ao estádio pontualmente às 16h e foi embora logo depois do apito final", contou um dos dirigentes que participaram da "carreata da CBF".

Marin, por sinal, ocupou até camarotes diferentes em relação à boa parte dos presidentes de federações. Ele tem acesso ao setor VVIP, com as principais autoridade políticas, altos convidados da Fifa e do Comitê Organizador Local. O posicionamento do dirigente nas tribunas evidenciou a distância de Jérome Valcke, secretário geral da entidade, e do ministro do Esporte Aldo Rebelo, ambos em lados opostos.

Marin posou para foto ao lado de Jaques Vagner, governador da Bahia
Marin posou para foto ao lado de Jaques Vagner, governador da Bahia
Foto: Ricardo Stuckert/CBF / Divulgação

Em busca de alguma articulação política, Marin ainda esboçou aproximação ao petista Jaques Vagner, governador da Bahia. Posou para fotos ao lado dele como já havia feito, por exemplo, com os também petistas Agnelo Queiroz, no Distrito Federal, e Tarso Genro, no Rio Grande do Sul.

Alguns presidentes de federações ouvidos pelo Terra se mostraram reticentes a confirmar o convite feito pela CBF. José Carivaldo de Souza, do Sergipe, negou que tenha ido a Salvador. "Só fui até Brasília, mas com meus recursos. E se fosse, não tinha nada de errado. A coisa mais correta é a CBF nos convidar", disse. Segundo apurado, Carivaldo estava na Fonte Nova.

Estratégia para 2014

Em suposto áudio, Marin oferece whisky em troca de votos:

Agradar os presidentes de federações é estratégia de Marin desde que assumiu a direção da CBF em março do último ano. O balanço da entidade referente ao exercício de 2012, primeiro ano dele no cargo, aponta repasse de R$ 27 milhões em ajuda de custo às afiliadas. Na temporada anterior, ainda com Ricardo Teixeira, os recursos destinados eram aproximadamente 60% menores.

Divulgado em abril por autor não revelado, um áudio com suposta gravação de Marin tratava sobre benefícios para presidentes das federações, como encontros de luxo. "Para deixar tudo bem amparado, mandei fazer o jantar para os caras amanhã. Pego o avião e vou amanhã mesmo para jantar com eles. (...) Mesmo que gaste mais, mandei fazer no Gero (restaurante de luxo do Rio). Vamos agradar esses caras aí, mostrar que nós estamos fazendo melhor. (...)", dizia na gravação.

As eleições da CBF ocorrem em abril do próximo ano e dão direito de voto a todos os presidentes de federações e dos 20 clubes da Série A. Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da CBF, deve ser o sucessor de Marin. Ele também estava na Arena Fonte Nova.

Fonte: Terra
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