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Copa das Confederações

Em noite de torcedor, repórter expõe problemas em organização da Fifa

20 jun 2013 - 10h52
(atualizado às 12h22)
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Falhas cometidas pela Fifa na organização deixam repórter indignado
Foto: Getty Images

Mesmo sem saber como seria meu trabalho durante a Copa das Confederações, decidi comprar ingressos para o torneio internacional ainda na fase de pré-vendas para clientes da marca de cartões de crédito que patrocina a Fifa. Felizmente, com a proximidade do torneio foi possível fazer uma escala em que eu trabalhasse e ao mesmo tempo pudesse aproveitar de momentos de lazer assistindo aos jogos no estádio. Esse texto é sobre a minha experiência de torcedor, que se indignou com algumas das falhas cometidas pela entidade internacional na organização das partidas no Recife.

Confira todos os vídeos da Copa das Confederações

Desde quando começaram a ser distribuídos os ingressos, notei que, como o de muitos outros torcedores, as minhas entradas tinham um problema inexplicável. Apesar de ser uma questão óbvia decidi esperar para conferir com o estádio em funcionamento, já que só tinha ido duas vezes à Arena Pernambuco e em ambas havia ficado na área reservada à imprensa. O ingresso mais caro era para o quarto e último nível, logo abaixo de um dos dois telões. Já o de preço inferior tinha como localização o primeiro piso. Aguardei as primeiras partidas da Copa das Confederações, mas já é possível afirmar com convicção que a Fifa errou na localização dos assentos.

<p>Há falta de lógica do padrão Fifa na distribuição das entradas</p>
Há falta de lógica do padrão Fifa na distribuição das entradas
Foto: EFE

Comprei dois ingressos de categoria 2 para a partida entre Espanha e Uruguai ao preço de R$ 143, somando um valor de R$ 286. Eu e meu filho ficamos em uma das localizações mais distantes do campo possível, no nível 4, bloco 424, fileira J, assentos 15 e 16. Inexplicavelmente, ontem, desci três andares e ocupei a 26ª fileira do nível 1, logo abaixo da belíssima entrada principal do estádio. Alguém pode se perguntar quais serviços o estádio oferece a mais no quarto andar, mas de minha perspectiva tudo que considero importante para um torcedor foi melhor na partida de ontem (inclusive o principal, que é o futebol. Itália e Japão deram um show e o 4 a 3 premiou quem foi ao estádio).

Na vitória da Espanha sobre o Uruguai, tive que subir todo o estádio nas rampas, desisti de comprar bebida porque as filas eram imensas nos poucos bares do quarto andar e fiz um longo percurso para chegar até o portão Q (fui de bicicleta, mas devido à falta de bicicletário guardei-a nas proximidades do local onde desembarcavam os passageiros que fizeram o périplo metrô-ônibus circular). Ontem, decidi testar o serviço que o Governo do Estado anunciou na véspera, cheguei às 17h para pegar um ônibus na UFPE. Por volta das 19h, o veículo parou praticamente no meio da pista da BR-408, em frente ao Posto Gran Via.

Andei toda a área de estacionamento para chegar ao estádio, chocado com as vagas para idosos e deficientes vazias, mas fui logo avisado "portão I é logo ali na entrada principal". Entrei aos 10min, aproveitei que o bar estava sem fila e pedi uma bebida já assistindo ao jogo pelo telão e fui sentar ao lado de muitas outras pessoas que tinham pago um ingresso R$ 29 mais barato do que o que eu mesmo tinha comprado no jogo anterior, mas tiveram uma visão muito mais próxima do campo e serviços muito mais acessíveis.

Para fazer justiça à Fifa, havia questionado através de e-mail o problema nos bares no primeiro jogo e eles garantiram que iniciariam um processo de melhorias para as próximas partidas. Torcedores que foram ao quarto nível me informaram que as filas ainda eram grandes, mas pelo menos não ouvi relatos de falta de bebidas como no primeiro jogo. Mas não há como não se espantar com a falta de lógica do padrão Fifa de distribuição das entradas.

Na viagem de volta à UFPE, entro na enorme fila formada sob o viaduto da BR-408 para pegar novamente o ônibus ao lado do estudante Rafael Carrazoni e converso sobre a matéria que estava planejando. Ele faz questão de me mostrar seu ingresso, pagou o mesmo valor que eu pela entrada (R$ 114) e ficou na quarta fileira do nível 1 (a cerca de 15 metros da posição em que os jogadores batem os escanteios). Novamente vou pedir uma explicação à Fifa, porque acredito que em qualquer estádio moderno do mundo os assentos mais próximos do campo são os mais caros e infelizmente muita gente que queria ter esse contato acabou prejudicada (como eu fui na partida entre Espanha e Uruguai).

Veja trajeto de metrô para chegar na Arena Pernambuco:

Só posso acreditar que o padrão Fifa na Arena Pernambuco me deixou com nariz de palhaço. Mas ficaria mais chateado se tivesse ido apenas para o quarto anel como foi o caso do meu filho. O ingresso para o terceiro piso é uma coisa à parte, já que ali como pude comprovar na saída do jogo entre Espanha e Uruguai tem uma área climatizada, que deveria funcionar como uma espécie de área VIP (no dia não havia bebidas após a partida e o banheiro estava superlotado). O segundo piso é onde no dia a dia ficam as cabines de imprensa, de onde assisti a partida inaugural do estádio Náutico x Sporting e onde realmente fui muito bem servido (no básico para um jornalista: internet e tomada). Tentarei novamente uma resposta da entidade maior do futebol sobre a localização dos meus ingressos (a resposta da assessoria de imprensa da Fifa às minhas questões relativas aos bares do primeiro jogo só chegou durante a partida entre Itália e Japão no meu e-mail), mas não vejo explicação plausível para pagar mais por uma localização mais distante e serviços piores.

Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
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