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Copa das Confederações

Felipão e Tabárez fogem de qualquer comparação com Maracanazo

25 jun 2013 - 21h10
(atualizado em 26/6/2013 às 00h24)
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As seleções do Brasil e Uruguai se esforçaram nesta terça-feira para se desvincularem do famoso Maracanazo, que ainda é largamente comentado nas ruas dos dois países 63 anos depois de ter acontecido e na véspera do confronto entre ambas pelas semifinais da Copa das Confederações.

Os técnicos Luiz Felipe Scolari e Óscar Tabárez, com matizes muito diferentes, tentaram se distanciar e distanciar seus atletas da final da Copa do Mundo de 1950l, em que o Uruguai derrotou o Brasil por 2 a 1 no Maracanã e ficou com o título.

Scolari, com uma boa dose de ironia, disse que ele nem tinha nascido em 1950, para garantir que psicologicamente o revés no Mundial em nada influenciará seus comandados.

Nesse sentido, Tabárez deu a razão a Felipão. O uruguaio lembrou que quando as duas equipes entrarem em campo, os gols deixaram para trás qualquer debate alheio ao que ocorra durante os 90 minutos de partida no Mineirão.

Para o Uruguai, a lembrança do Maracanazo, que lhe valeu seu segundo título mundial, era "um fardo muito pesado" tirado das costas com o quarto lugar e a boa imagem passada na Copa da África do Sul, segundo Tabárez.

"Não mencionemos os campeões de 1950, poderemos cometer injustiças", afirmou Tabárez, que, no entanto, especificou que tanto o futebol uruguaio quanto o brasileiro devem muito àquele episódio.

"Tudo tem continuidade histórica. Alguma relação devemos ter, pelo menos nascemos no mesmo país. Falamos do Uruguai porque vencemos o jogo, mas a partir dessa derrota, o Brasil começou a edificar o que é agora, o pentacampeão", analisou.

A infeliz lembrança do Maracanazo surge frequentemente em conversas sobre futebol Brasil afora, e muitos torcedores veem o Mundial de 2014 como uma oportunidade para que a história de 63 anos atrás seja deixada para trás.

O palco da semifinal desta quarta não é o Maracanã, mas é bem provável que o Uruguai encontre no Mineirão um ambiente similar ao de seus antecessores em 1950, embora com um terço do público. O estádio de Belo Horizonte tem capacidade de 65 mil espectadores, enquanto calcula-se que o Maracanazo teve um público próximo a 200 mil pessoas.

A força da torcida não assusta o capitão da 'Celeste', o zagueiro Diego Lugano, que lembrou que seu país costuma se dar bem em situações parecidas.

"A história do Uruguai indica que muitas partidas foram vencidas em condições limites. Não sabemos o que pode acontecer amanhã (quarta-feira), mas ter recuperado o respeito é um grande orgulho. Esperamos estar à altura das circunstâncias", declarou o ex-jogador do São Paulo.

Aconteça o que acontecer, para o Brasil, o fantasma do Maracanazo se prolongará por mais um ano, até a final de 2014. E com um medo ainda maior, que em lugar do Uruguai, o adversário no Maracanã seja a Argentina de Lionel Messi.

"Se eles (argentinos) vencerem o Brasil na final, eu me mato", disse recentemente o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, ao jornal inglês "The Guardian".

EFE   
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