A decisão daFifa de tornar os estádios livres da fumaça de cigarros e outros produtos derivados do tabaco durante os jogos da Copa das Confederações, que começa em junho, e das partidas da Copa do Mundo de 2014 foi considerada "excepcional" pelo diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Luiz Antonio Santini.
A instituição já havia feito essa solicitação à Fifa em nome da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro (Conicq), que é o acordo para o controle do tabaco e a proteção das pessoas dos efeitos nocivos do tabagismo passivo. "Felizmente, a Fifa adotou essa posição, que é muito importante", disse Santini.
Ele considera a medida essencial para proteger as pessoas que comparecerão aos jogos do incômodo da fumaça do cigarro e também do risco de doenças como o câncer e as cardiovasculares. "E, em segundo lugar, por divulgar a importante recomendação, no caso do Brasil, da legislação que proíbe o fumo em ambientes fechados, estendendo a medida para ambientes semiabertos nos estádios mas que, de qualquer maneira, são altamente próximos às pessoas que estarão sujeitas à inalação involuntária da fumaça."
Ronaldo exibe sinalização indicando a proibição do fumo nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e a Copa das Confederações de 2013, ambas a serem realizadas no Brasil. Veja mais fotos:
Foto: Mauro Pimentel / Terra
O anúncio foi feito pelo francês Jérôme Valcke, secretário-geral da entidade, em entrevista concedida nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro
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Nesta semana, a Fifa, o Comitê Organizador Local (COL) e o governo federal realizaram a penúltima reunião antes da Copa das Confederações, que será disputada entre 15 e 30 de junho de 2013
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Valcke visitou dois estádios que abrigarão o torneio (o Castelão, em Fortaleza; e o Mineirão, em Belo Horizonte) e faria uma vistoria também no Maracanã, mas as fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro na última terça-feira adiaram a inspeção do local
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Ministro do Esporte, Aldo Rebelo mostra cartaz indicando que será proibido fumar nos estádios
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De acordo com a Fifa, todos os Mundiais a partir do de 2002, organizado na Coreia do Sul e no Japão, foram disputados em "estádios livres do fumo", conforme a expressão usada pelo órgão que rege o futebol mundial
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Na entrevista, Valcke confessou ter sido fumante
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Segundo a resolução da Fifa, existirão áreas específicas para fumantes nos estádios brasileiros durante as competições
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Conforme explicou ao site oficial da entidade o médico Luminita Sanda, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a venda de tabaco ou de produtos associados a ele não será permitida no perímetro do local do evento
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Qualquer forma de publicidade, promoção ou patrocínio ligado ao fumo, seja diretamente ou por meio dos meios de comunicação, também está vetada
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Presidente do COL e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin também esteve presente no evento
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Sanda destaca que a mesma iniciativa a ser implantada no Brasil foi usada também na Olimpíada de Verão de Pequim 2008 e de Londres 2012 e na de Inverno de Vancouver 2010
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Ex-atacante, Ronaldo é membro do COL
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Reconhecemos que o uso do tabaco pode prejudicar as pessoas do estádio. Não há nada pior do que uma pessoa ao seu lado soltando fumaça na sua cara. Não será permitido fumar nas 12 cidades-sede, disse Valcke
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Presidente da CBF, José Maria Marin se irritou ao rebater as acusaões de Romário de que o dirigente teve envolvimento na morte do jornalista Wladimir Herzog durante o período da ditadura
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Romário também envolveu Marco Polo del Nero (à direita), vice da CBF e presidente da Federação Paulista, ao fazer críticas à confederação nacional
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Ministro do Esporte, Aldo Rebelo ouve pergunta de jornalista durante a conferência de imprensa
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O Comitê Organizador Local da Copa de 2014 tem feito visitas às sedes da Copa das Confederações neste início de março
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Ronaldo participou da mesa de entrevistas com Aldo Rebelo, Jérôme Valcke, José Maria Marin e Marco Polo del Nero
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Ronaldo e Valcke sorriem durante entrevista
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Visita ao Rio de Janeiro havia sido adiado por conta das fortes chuvas da última terça-feira na capital fluminense
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Valcke responde a pergunta de jornalista
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Santini lamentou o crescimento de novos casos de câncer de pulmão no Brasil, principalmente entre as mulheres, bem como o aumento da mortalidade pela doença no sexo feminino, ao contrário do que vem ocorrendo entre os homens.
"A mortalidade já começa a diminuir entre os homens e a incidência também. Mas nas mulheres ainda está aumentando, porque elas começaram a fumar mais tarde, a partir basicamente dos anos 1940 e 1950, e os resultados começam a aparecer agora com as doenças crônicas cardiovasculares, o enfisema pulmonar e o câncer", disse.
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O Inca pretende se empenhar para que a proibição do fumo se estenda também a outras competições esportivas, como os Jogos Olímpicos, que serão realizados no Rio em 2016. "Eu acho que essa iniciativa da Fifa abre caminho para uma série de outras que devem e podem ser feitas, e certamente serão", disse Santini.
Ele assegurou que hoje já existe uma consciência mundial a respeito dos malefícios do fumo. A própria Organização Mundial da Saúde chama a atenção para isso. O Ministério da Saúde, por intermédio do Inca, faz esse alerta de forma permanente, lembrou o diretor. As políticas públicas de controle do tabagismo já mostram resultados positivos. "A prevalência de fumantes na população brasileira já caiu de 47% para 17%", afirmou.
Apesar disso, Santini observou que 17% da população correspondem a 25 milhões de brasileiros fumantes: "isso corresponde a mais que a população de vários países. Então, o desafio ainda é muito grande".
O cigarro é um dos piores vícios existentes e um dos mais difíceis de serem abandonados, disse o diretor. Ele lembrou, entretanto, que o programa do Ministério da Saúde para fumantes é desenvolvido em postos de saúde de todo o país, com medicamento e terapia comportamental, "fazendo não só a prevenção ao fumo, como o tratamento do fumante".
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