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Terra na Copa

Ingleses criticam fãs que ignoraram minuto de silêncio por Santa Maria

7 fev 2013 - 09h46
(atualizado às 09h46)
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<p>Seleções de Brasil e Inglaterra respeitram um minuto de silêncio no Estádio de Wembley antes de amistoso em uma homenagem tripla</p>
Seleções de Brasil e Inglaterra respeitram um minuto de silêncio no Estádio de Wembley antes de amistoso em uma homenagem tripla
Foto: AFP

O diário inglês Daily Mail destaca os “fãs vergonhosos, insensíveis e ignorantes” que não respeitaram o minuto de silêncio observado instantes antes do amistoso entre Inglaterra e Brasil começar nesta quarta-feira.

Nesta quarta, tudo estava preparado no Estádio Wembley para a observação de um minuto de silêncio em uma homenagem tripla: às vítimas do incêndio de Santa Maria, ao 20º aniversário da morte do jogador inglês Bobby Moore e às vítimas do desastre aéreo de Munique de 1958.

Segundo o diário, porém, muitos fãs ao redor do estádio, torcedores tanto do Brasil quanto da Inglaterra, interromperam o minuto de silêncio, “em uma chocante mostra de desrespeito que foi claramente audível para aqueles que estavam assistindo ao amistoso na TV”, conforme aponta o periódico.

“O que passa na cabeça daqueles que gritam e vaiam durante um momento de recordação para assuntos tão sensíveis?”, questiona a publicação. “É algo para contar para aos colegas na escola ou no trabalho? É idiota e vergonhoso”, completa.

Nesta quarta, os jogadores de as seleções disputaram a partida com uma faixa preta como sinal de luto.

O minuto de silêncio homenageou os 238 mortos no incêndio da casa noturna Kiss em Santa Maria, ocorrido em janeiro passado; o 20º aniversário da morte de Bobby Moore, zagueiro campeão da Copa do Mundo de 1966 com a seleção inglesa; e o desastre aéreo de Munique de 1958, que incluiu a morte de oito jogadores do Manchester United, muitos dos quais defenderiam a Inglaterra no Mundial do mesmo ano.

INCÊNDIO EM SANTA MARIA

Entenda detalhes de como aconteceu a tragédia em Santa Maria, na região central do RS, que chocou o País e o mundo e como era a Boate Kiss por dentro

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: Terra
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