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Legado econômico de Copa e Olimpíada é incerto

5 jun 2013 - 13h35
(atualizado às 13h59)
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A um ano da realização da Copa do Mundo no Brasil e a três dos Jogos Olímpicos Rio-2016, o legado econômico que será gerado ainda é duvidoso. O tema foi abordado durante o seminário Copa e Olimpíadas na Economia Nacional, realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo. O debate envolveu representantes do Ministério dos Esportes, das prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro e do governo do Estado Paulista.

"O primeiro movimento desses grandes eventos é o de se construir infraestrutura essencial para promovê-los. São investimentos que vão mudar a cara do País", disse Joel Benin, do Ministério dos Esportes. Para ele, os dois eventos foram responsáveis, em parte, pela retomada dos investimentos em infraestrutura nos últimos anos.

"Os eventos deram visibilidade para a necessidade de melhorar a nossa infraestrutura. Vamos deixar um legado material visível para o País", disse ele, sem entrar em detalhes sobre atrasos em obras, principalmente no que diz respeito à Copa do Mundo.

Ele afirma que o legado imaterial também é importante. "Os eventos promovem um País que é a sexta, sétima economia do mundo e vai ajudar a ampliar relação comercial (do Brasil) com o mundo. Espera-se que o turismo, interno e externo, movimente cerca de R$ 9 bilhões somente durante a Copa do Mundo. Serão cerca de 600 mil estrangeiros e 3 milhões de brasileiros viajando pelo País", disse. "Copa do Mundo e Olimpíada têm impacto econômico extraordinário, inclusive no desenvolvimento econômico regional. Não é só um estádio", afirma.

Mônica Monteiro, gerente de relações institucionais e parcerias da secretaria municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro, diz que o aprendizado com os Jogos Pan-Americanos de 2007 deve servir para que o legado seja efetivamente usufruído pela população.

"Queremos deixar um legado social maior, conseguir utilizar melhor aquilo que for disposto para os dois eventos". O Pan de 2007 deixou resultados bastante questionáveis. Seis anos depois, o estádio do Engenhão está fechado, com problemas estruturais, o Maracanã, que foi reformado para o evento teve os investimentos perdidos, já que foi praticamente reconstruído para a Copa e equipamentos construídos para o Pan são subutilizados, como o complexo aquático Maria Lenk.

Para a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão (PCdoB), os ganhos trazidos pela Copa do Mundo à zona leste da capital paulista são inquestionáveis. Lá, está em construção o novo estádio do Corinthians, local previsto para a abertura da Copa. "Nosso desafio é melhorar a qualidade de vida da população. São os nossos problemas. Os eventos devem ser vistos nessa ótica. Impulsionar o papel promissor que a cidade, o Estado e o País tem", diz ela.

Segundo Nádia, as obras de mobilidade no entorno do estádio e a revitalização da região vão pesar no desenvolvimento econômico da zona leste nos próximos anos. "Está nos planos da cidade a construção de um novo polo econômico na região.

Rodrigo Gouveia, membro do comitê paulista da Copa do Mundo, do governo do Estado, lembra que a Copa do Mundo vai consolidar a cidade como destino de grandes eventos internacionais. E que até a segurança pública deverá se beneficiar do evento.

"O centro de segurança integrado, que vai unir esforços da União, do Estado e município ficará à disposição de São Paulo após a Copa do Mundo. Será um ganho bastante importante, principalmente no que diz respeito à questão tecnológica", diz.

Fonte: Terra
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