Marin ignora eleições na CBF e diz: "é tempo de Seleção"

Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin fez um discurso antes da convocação do Brasil para a Copa das Confederações de 2013, anunciada por Luiz Felipe Scolari na manhã desta terça-feira, no Rio de Janeiro. O dirigente defendeu que o momento atual é de foco total na competição, evitando falar sobre as eleições na entidade ou sobre a organização da Copa do Mundo de 2014.

“Apelo a todos: estamos voltados exclusivamente para a preparação da Seleção. É tempo de Seleção, não de eleição. Pediria humildemente para que todo nosso trabalho e preocupação fosse voltado para isso”, disse Marin, que foi além.

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“O calendário nos dá agora a Copa das Confederações, posteriormente a Copa do Mundo. É tempo de Seleção. Não é tempo de eleição, razão pela qual pediria humildemente que toda a nossa atenção e trabalho fossem voltados exclusivamente a Seleção. Todos unidos em atender as condições para que a comissão técnica atinja o objetivo”, completou.

Marin tem mandato na presidência da CBF até o fim de 2014. Em abril do ano que vem, ocorrerão as eleições na entidade – o vencedor só assumirá o cargo em 2015. No discurso inicial, o presidente ainda destacou a “total confiança” no trabalho de Scolari e do coordenador técnico, Carlos Alberto Parreira.

A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara de Deputados, presidida por Romário, quer convocar o presidente da CBF a se explicar. O ex-jogador também entregou uma petição formal na entidade recentemente pedindo a saída de Marin da entidade por ter apoiado integrantes da ditadura militar que prenderam, torturaram e mataram o jornalista Vladimir Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura.

Durante a conferência de imprensa, quase todas as perguntas foram endereçadas a Felipão, que comentou sobre os 23 jogadores escolhidos para defender o Brasil na Copa das Confederações.

Apenas um jornalista elaborou uma questão para Marin, perguntando sobre a possibilidade de São Paulo ficar fora das sedes do Mundial de 2014. “Deixo meu cartão, quinta você vai no COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo) e te atendo. Hoje estamos preocupados com a Seleção”, disse o dirigente.

Acuado, Marin mudou o seu comportamento à frente da CBF. Quando Mano Menezes era o técnico da Seleção Brasileira, o presidente da CBF costumava permanecer na sala de conferências para conversar animadamente com os jornalistas. “Ele gosta, né?”, chegou a comentar à época o seu assessor de imprensa. Depois que passou a ser pressionado a dar explicações, Marin não tem mais concedido entrevistas e por mais de uma vez utilizou o site oficial da entidade para sua defesa pessoal.

Também nesta terça, o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, visitou o Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, e admitiu a possibilidade de atrasos complementarem a programação relativa à Arena Corinthians. Para ele, a Fifa pode “mudar tudo” até agosto, quando começa a venda dos ingressos para o Mundial.

“Eles vão ter de acelerar (as obras). Isso não é uma ameaça. Podemos mudar tudo até 1 de agosto, quando começarem as vendas dos ingressos. Ainda temos um prazo para mudarmos o que for necessário”, afirmou Valcke, com referência ao estádio que foi definido como palco do jogo de abertura da competição.