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Copa das Confederações

Marin usa Seleção e mimos para alavancar candidatura junto a cartolas

Copa das Confederações marcou caravanas de dirigentes eleitores da CBF aos jogos brasileiros. Com recursos provenientes dos cofres da entidade

1 jul 2013 - 19h01
(atualizado às 19h01)
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José Maria Marin no Mineirão: abertura para eleitorado da CBF
José Maria Marin no Mineirão: abertura para eleitorado da CBF
Foto: Ricardo Stuckert/CBF / Divulgação

Estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, a dois dias de Brasil x México pela primeira fase da Copa das Confederações. A cena ilustra como a Seleção Brasileira virou a casa dos presidentes de Federações desde que a CBF foi assumida por José Maria Marin. Delfim Peixoto Filho, de Santa Catarina, puxa Lucas pelo braço à beira do gramado. Tem em mãos o cartaz de um restaurante e uma máquina fotográfica para registrar o momento entre ele e o jogador.

Virou rotina, durante a Copa das Confederações, a abertura para os presidentes de Federações. Algo que, como foi possível, Luiz Felipe Scolari conseguiu filtrar entre os jogadores. Mas eles estavam lá, principalmente nos estádios. Contra a Itália, em Salvador, eram pelo menos 15 cartolas. Na final diante da Espanha, um número superior era aguardado. As despesas de avião, hospedagem e ingressos, inclusive para acompanhante, foram pagas pela CBF.

Um personagem em especial merece ser citado, o representante de toda sua classe. Gustavo Feijó, presidente da Federação de Alagoas, foi eleito por Marin como o chefe de delegação. Apesar de seu histórico conturbado, diga-se de passagem. Prefeito de Boca da Mata, paupérrima cidade alagoana, ele chegou a ter sua eleição impugnada por já ter sido preso. O que também ocorreu quando foi eleito para a Federação de seu estado.

<p>Feijó, entre Dilma e Blatter, foi chefe de delegação da CBF</p>
Feijó, entre Dilma e Blatter, foi chefe de delegação da CBF
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Na Copa das Confederações, ele teve acesso livre e, na cerimônia de abertura em Brasília, se posicionou logo atrás da presidente Dilma Rousseff. No material de apresentação à imprensa internacional preparado para CBF, Feijó escreveu um discurso de boas-vindas. No Maracanã, em chegada da Seleção, foi o primeiro a descer do ônibus.

Durante a gestão Marin, os mimos se estenderam a outros pares de Gustavo Feijó. Função antes ocupada por presidentes de clubes durante a administração de Ricardo Teixeira, a de chefe de delegação em grandes viagens foi repassada aos presidentes de Federações. Foi assim na Olimpíada, com o catarinense Delfim Feijó, e também com a Seleção Sub-20 na Europa. Marcus Antônio Vicente, do Espírito Santo, teve essa atribuição.

Estratégia para 2014

Em suposto áudio, Marin oferece whisky em troca de votos:

Agradar os presidentes de federações é estratégia de Marin desde que assumiu a direção da CBF em março do último ano. O balanço da entidade referente ao exercício de 2012, primeiro ano dele no cargo, aponta repasse de R$ 27 milhões em ajuda de custo às afiliadas. Na temporada anterior, ainda com Ricardo Teixeira, os recursos destinados eram aproximadamente 60% menores.

Divulgado em abril por autor não revelado, um áudio com suposta gravação de Marin tratava sobre benefícios para presidentes das federações, como encontros de luxo. "Para deixar tudo bem amparado, mandei fazer o jantar para os caras amanhã. Pego o avião e vou amanhã mesmo para jantar com eles. (...) Mesmo que gaste mais, mandei fazer no Gero (restaurante de luxo do Rio). Vamos agradar esses caras aí, mostrar que nós estamos fazendo melhor. (...)", dizia na gravação.

As eleições da CBF ocorrem em abril do próximo ano e dão direito de voto a todos os presidentes de federações e dos 20 clubes da Série A. Marco Polo Del Nero, presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da CBF, deve ser o sucessor de Marin.

Fonte: Terra
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