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Para presidente da Embratur, manifestações não prejudicaram turismo

16 jul 2013 - 17h32
(atualizado às 18h44)
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Presidente da Embratur, Flávio Dino
Presidente da Embratur, Flávio Dino
Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

As manifestações populares de protesto ocorridas durante Copa das Confederações não prejudicaram o turismo estrangeiro no País e, segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) com turistas estrangeiros que vieram para o evento, por volta de 90% declararam a vontade de retornar ao Brasil para a Copa do Mundo de 2014, afirmou nesta terça-feira o presidente da Embratur Flávio Dino.

Segundo Dino, há uma tendência de crescimento do turismo estrangeiro no País com tendência de continuidade, segundo a pesquisa feita.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) entrevistou 14 mil pessoas, sendo 10 mil turistas brasileiros e estrangeiros nos arredores dos estádios, hotéis, estabelecimentos públicos, comércios e locais de retiradas de ingressos das seis cidades-sede, e 4 mil turistas estrangeiros nos aeroportos de Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília, Salvador, Rio de Janeiro, Recife, e no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo. Os dados consolidados serão divulgados nas próximas semanas.

Estimativas iniciais do Ministério do Turismo sobre a circulação de turistas nacionais na Copa das Confederações mostram que pelo menos 230 mil brasileiros viajaram para assistir aos jogos nas seis cidades-sede do torneio. O resultado considerou o número de ingressos vendidos pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) e resultados preliminares da pesquisa da Fipe sobre o perfil dos turistas nos jogos da Copa das Confederações.

“As manifestações devem ser vistas como próprias de um país democrático. Por isso, não devemos imaginar que a presença do povo nas ruas possa impactar negativamente o turismo, até porque a França e a Espanha, que são grandes nações receptoras de turismo internacional, também enfrentam dificuldades e manifestações”, disse o presidente da Embratur.

Na avaliação de Flávio Dino, houve uma grande repercussão das manifestações na mídia internacional que foi acompanhada pela Embratur e verificou-se que “houve uma preocupação, porém, não houve impacto negativo quanto à realização de viagens. Ou seja, apesar das manifestações eventualmente poderem trazer essa preocupação na imprensa internacional, os turistas continuaram vindo”.

Ele destacou que a Copa das Confederações gerou, com o turismo estrangeiro, R$ 740 milhões para o País, com a presença de estrangeiros e mais de 100 mil brasileiros que viajaram pelo Brasil no período.

Segundo Flávio Dino, esses dados mostram que “a aposta estratégica do País” em sediar o evento está correta. Ele acrescentou que e a Copa das Confederações obteve êxito na sua organização. "Temos certeza que vamos atingir a meta de turistas estrangeiros no Brasil (na Copa do Mundo) no ano que vem. A expectativa é a de que recebamos 600 mil estrangeiros e que sejam reunidos 3 milhões de brasileiros”, disse Dino.

Ele também comentou sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada este mês no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco. Dino destacou que o evento movimentará a economia e terá impacto no Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no País.

Sobre os projetos da Embratur, ele disse que é preciso fortalecer uma agenda competitiva para que o Brasil possa receber mais turistas do exterior e reverter a situação de exportador de divisas com o turismo, que no ano passado apresentou um déficit superior a US$ 15 bilhões, com mais gente viajando do Brasil para o exterior do que o contrário. A ideia é aproveitar a Copa do Mundo para isso e trabalhar com 18 mercados prioritários, como a Rússia e o Canadá, que enviam poucos turistas ao Brasil.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Agência Brasil Agência Brasil
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