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PM e manifestantes entram em conflito na BA; 15 ônibus são destruídos

20 jun 2013 - 16h14
(atualizado às 19h44)
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<p>Policiais resolveram usar balas de borracha para afastar manifestantes do estádio</p>
Policiais resolveram usar balas de borracha para afastar manifestantes do estádio
Foto: Bruno Santos / Terra

Em nova onda de protestos em uma cidade-sede da Copa das Confederações, a Polícia Militar e manifestantes entraram em confronto na tarde desta quinta-feira, em Salvador, onde logo mais Uruguai e Nigéria realizarão duelo na Arena Fonte Nova, pela segunda rodada da competição. Bombas de gás lacrimogêneo e armas com balas de borracha foram utilizadas pela polícia para dispersar manifestantes. 15 ônibus foram incendiados em uma das ligações para o estádio.

BA: no meio do confronto, manifestante pede Paz:

O confronto começou quando cidadãos que protestavam tentaram furar a segunda barreira policial nas proximidades da Arena. A primeira barreira contava com policiais, sem escudo, mas a segunda contava com oficiais da Tropa de Choque que não permitiram a continuidade do protesto a caminho do estádio.

Além do gás, a polícia também utilizou gás de pimenta e depois tiros com balas de borracha para conter a população, que chegou a ficar acuada. Depois, os protestantes também passaram a revidar com paus, pedras e estilhaços de vidro, que foram quebrados dos comércios da região - todas lojas estavam fechadas. Carros nas proximidades também foram destruídos pelo caminho.

Outra forma de defesa improvisada pelos protestantes foi uma barricada formada por banheiros químicos. Após recuarem por causa dos ataques policiais, as pessoas passaram a se esconder atrás desses banheiros derrubados pela avenida. Um ponto de ônibus também foi quebrado durante o momento mais agitado do conflito.

<p>Manifestantes sofreram com bombas de gás lacrimogêneo</p>
Manifestantes sofreram com bombas de gás lacrimogêneo
Foto: Bruno Santos / Terra

Posteriormente, em outra tentativa de avanço contra a polícia, os manifestantes passaram a gritar que as ruas de Salvador pertencem a Bahia, e não a Fifa. Mais uma vez vez a resposta da Tropa de Choque foi com bombas de gás lacrimogêneo, que fizeram a população recuar e recriaram um cenário de guerra na capital baiana, cerca de um quilômetro da entrada da Arena Fonte Nova.

A chegada de reforço policial, com mais homens, cavalarias e inclusive dois helicópteros fizeram a confusão enfim diminuir, por volta das 17h10 (de Brasília). Com menos resistência da população, a Tropa de Choque avançou, mas dessa vez atirando menos balas de borracha e usando apenas bombas de lacrimogêneo. Porém, foi confirmado pela PM que pelo menos dois policiais ficaram feridos nesta tarde.

Com o avanço da Tropa de Choque pela avenida, o que os manifestantes conseguiram fazer foram algumas barricadas de objetos queimados no meio da rua. Os policiais passaram por estas barreiras e foram até a Praça da Piedade, onde os confrontos continuaram a acontecer, com a população cada vez mais dispersa. Algumas pessoas chegaram a se ajoelhar para mostrar que estavam rendidos e pedindo paz.

Veja enfrentamento entre polícia e manifestantes na BA:

Nem todos os protestantes de Salvador ficaram envolvidos na batalha. Atrás de quem entrava em conflito na Avenida Joana Angélica, existiam diversas pessoas que usavam camisetas brancas e pediam paz para ambos os lados. Outros manifestantes também se dispersaram pela cidade e foram, por exemplo, para o Dique do Tororó. Porém, lá também aconteceram problemas.

A estratégia da PM era avançar gradativamente a cada 50 metros, empurrando o grupo para trás. O clima se tornou tenso quando alguns integrantes arrastaram dois contêineres de lixo para a rua e atearam fogo, dado início a uma onda de depredações, enquanto gritavam que iriam rumar para a prefeitura de Salvador e “quebrar tudo”.

Os agressores usaram como “armas” cones de sinalização de trânsito, além de paus e pedras, que foram jogados sobre 15 ônibus e micro-ônibus, além de um que foi incendiado. O clima foi de pânico entre os manifestantes contrários ao vandalismo, que gritavam em coro "sem violência, sem violência".

Quando o clima de vandalismo enfim foi controlado pela polícia, a maior parte da multidão, identificada com o Movimento Passe Livre, se retirou do local. Uma brigada de saúde, integrada por profissionais da área de saúde voluntários e identificada por roupas brancas, atendeu os feridos.

Confronto gera correria nas ruas de Salvador:

O protesto, pacífico inicialmente, começou na Praça do Campo Grande, a partir das 14h (de Brasília), e reuniu entre 10 mil e 20 mil pessoas. Depois elas foram para o estádio pela Avenida 7 de Setembro, divididas em grupo.

As principais reivindicações do protesto eram pelo passe livre no transporte público, mas foi possível ver também cartazes de críticas sobre a Copa do Mundo e contra a aprovação do projeto nomeado de "cura-gay". 

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Militar da Bahia enviou uma nota oficial sobre as decisões tomadas durante o confronto:

"A Polícia Militar da Bahia esclarece que a utilização de granadas fumígenas com agente químico CS (gás lacrimogêneo), por integrantes da Corporação atendeu a necessidade de garantir a proteção das pessoas e do patrimônio público e privado.

A PM ratifica que as ações desenvolvidas estão em consonância com os padrões técnicos e legais do uso progressivo da força." 

Fonte: Especial para Terra
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