Professores e alunos aprendem como voluntários na C. das Confederações

Professor de sociologia e filosofia no Colégio Batista e no Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot, em Porto Alegre (RS), Thiago Lima Moreira, 31 anos, lida semanalmente com mais de 600 alunos. Para ele, atender muitas pessoas ao mesmo tempo, solucionar dúvidas, ajudar e dar informações não é novidade, e isso deve ser útil na nova função que desempenhará de 8 de junho a 3 de julho: ele atuará na equipe de hospitalidade bilíngue que receberá turistas no Maracanã durante a Copa das Confederações.

Moreira conta que colegas e estudantes ficaram animados com sua participação em um evento de grande porte. “Os alunos tiveram uma recepção muito positiva, pois entendem que isso faz parte da história do País. Eu os incentivo constantemente a integrarem processos políticos e sociais e acho que esse é um bom exemplo disso”, afirma.

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Além do bom exemplo, Moreira também acredita que a experiência – que não é sua primeira como voluntário – só traz benefícios. “Muitos perguntam se vou trabalhar de graça. Não vou receber nada financeiramente, mas conhecer outras realidades e conviver com profissionais de diferentes áreas traz um grande ganho pessoal e cultural”, afirma. O professor lembra ainda outro fator importante: um nome de peso, como o da Fifa, enriquece qualquer currículo.

Moreira se envolve com voluntariado desde 1997, quando era monitor em acampamentos cristãos. Em 2010, atuou no Fórum Social Mundial, e em 2012 no Fórum Social Temático, desempenhando um papel parecido com o que terá na Copa das Confederações – fazer com que os estrangeiros se sintam bem-vindos ao Brasil, e a fluência em espanhol e inglês ajuda nessa tarefa.

Professor de inglês na Escola de Referência em Ensino Médio Teresa Torres, em Itapetim (PE), Fabiano Amorim, 37 anos, também terá a oportunidade de colocar seu segundo idioma em prática durante a Copa das Confederações. O docente vai atuar no centro de ingressos na Arena Recife durante o evento, e já está na capital pernambucana auxiliando o público e organizando o atendimento. Não será o primeiro evento esportivo de que Amorim participa: o docente já foi voluntário em jogos escolares.

Para o professor, além de treinar seus conhecimentos em inglês e aprender novas expressões com os turistas, a perspectiva de fazer novos contatos e se aproximar de outras culturas também foi um fator importante para que decidisse se inscrever para o voluntariado. Ele conta que a comunidade de Itapetim está bastante satisfeita em ter um representante da cidade participando de um evento deste porte - o pernambucano foi até notícia no blog de um comunicador local.

Voluntário pela primeira vez

Ao contrário de Moreira e de Amorim, Ayan Braz, 21 anos, estreará como voluntário na Copa das Confederações. O estudante do 6º semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan) viu no evento uma oportunidade para ingressar no voluntariado, algo que pretende seguir após o torneio. Ele acredita que a participação trará ainda outros benefícios, como ter no currículo uma atividade bem vista pelas empresas e a possibilidade de causar uma boa impressão aos turistas, mostrando que o Brasil está pronto para receber grandes eventos esportivos.

No dia 26 de maio, o jovem já sentiu um pouco da emoção de fazer parte de um evento como a Copa das Confederações, participando de um teste. Ele recepcionou e orientou os torcedores que chegavam para ver a partida entre Santos e Flamengo no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O sentimento se intensificará no dia 15 de junho, quando o local receberá Brasil e Japão, o primeiro jogo do torneio. Conforme dados da Fifa, no total, 99.172 pessoas se inscreveram para trabalhar na Copa das Confederações, e 5.652 foram selecionadas. Os voluntários vão atuar em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.