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Terra na Copa

Recife se espelha em ingleses para criar "guardião do torcedor"

2 mar 2013 - 07h42
(atualizado às 07h42)
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<p>Inglês Tony Knight, diretor do Knights Group, veio ao Brasil para ver o modelo de segurança oferecido pelo País para grandes eventos</p>
Inglês Tony Knight, diretor do Knights Group, veio ao Brasil para ver o modelo de segurança oferecido pelo País para grandes eventos
Foto: Lorena Maniçoba / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Autoridades inglesas e brasileiras se reúnem no Recife para trocarem experiências sobre segurança em grandes eventos, como a Copa das Confederações deste ano e o Mundial de 2014, cuja capital pernambucana sediará. Símbolo da pacificação do futebol inglês, chama a atenção de qualquer um que troque algumas informações com autoridades dos dois países a diferença do significado da palavra steward - "comissário, ou guardião", em uma primeira tradução livre.

Para quem vê pela televisão os jogos do Campeonato Inglês, os stewards são aqueles profissionais que ficam no meio da torcida com casacos chamativos. Mas o diretor do Knights Group, Tony Knight, conta que, no Reino Unido em geral, primeiro um torcedor que faça parte da comunidade passa por cursos e se torna um spectator safety steward (comisário de seguração do espectador).

Knight tem experiência na formação de pessoal para eventos como os Jogos Olímpicos de Londres e sua empresa atua na segurança de cinco estádios de clubes da Premier League inglesa, além do novo Estádio de Wembley. E aprendeu a recrutar a base da pirâmide da segurança inglesa nos jogos de futebol entre os torcedores dos times locais. no Brasil, porém, não será possível repetir o mesmo processo.

“Não tem um padrão que você traga de outro país para cá, é necessário customizar”, explica o tenente-coronel Ilídio Vilaça, coordenador da Câmara Temática de Segurança para a Copa em Pernambuco. Afirmando uma verdade que seria repetida por várias autoridades inglesas durante o workshop.

Aqui, os “comissários de arquibancada” serão formados em cursos específicos, mas obrigatoriamente serão profissionais de vigilância. Os profissionais interessados terão de passar por curso regulamentado pela Polícia Federal. “Não é qualquer pessoa do povo que vai ser um steward, tem que ser um vigilante e então fazer a especialização”, explica o tenente-coronel, comparando com o curso que já existe para que se trabalhe em carros fortes.

<p>"Não é qualquer pessoa do povo que vai ser um <em>steward</em>, tem que ser um vigilante e então fazer a especialização", disse tenente-coronel</p>
"Não é qualquer pessoa do povo que vai ser um steward, tem que ser um vigilante e então fazer a especialização", disse tenente-coronel
Foto: Lorena Maniçoba / Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra

Ilídio, no entanto, diz que profissionais que fazem o mesmo tipo de serviço na Espanha foram formados pela Prosegur, empresa que recentemente adquiriu a Nordeste Segurança de Valores, uma das maiores prestadoras de serviço na área de segurança pública na região. Também uma das maiores financiadoras de campanhas políticas no Estado, que tem muita força junto à bancada parlamentar e mesmo ao poder Executivo.

Tony Knight ficou sabendo recentemente semana que o torcedor do Náutico, Lucas Lyra, foi atingido na cabeça por um tiro disparado por um vigilante contratado por uma empresa de ônibus para proteger um veículo, na frente do Estádio dos Aflitos, na primeira rodada do Estadual, no sábado passado. Coincidentemente, o time do garoto é o primeiro a ter contrato para utilizar a Arena Pernambuco.

“Como integrar os stewards às forças de segurança no Brasil? Por que, atualmente, vocês têm profissionais que podem ter uma tratamento muito duro. Se expectadores da Suíça, Dinamarca, Suécia, Inglaterra, vêm ao Brasil, eles não querem ser tratados assim. Aqui, vocês têm muito treinamento a fazer”, comentou, lembrando que os profissionais preparados por ele para atuar na Olimpíada de Londres estavam sendo treinados diariamente de novembro de 2011 até julho do ano seguinte.

A certeza é que teremos vigilantes privados no meio da torcida na Copa das Confederações. Serão cerca de 500 só na Arena Pernambuco. Muito provavelmente, eles atenderão os cursos regulamentados pela Polícia Federal para trabalharem na Copa do Mundo. É torcer para que não sejam necessários se repetir acidentes chocantes como os que marcaram os ingleses na década de 80 para que aqui se crie realmente uma cultura própria que garanta a segurança nos nossos estádios.

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Fonte: Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra Brisa Comunicação e Arte - Especial para o Terra
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