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Terra na Copa

Rede hoteleira quer mão de obra ibérica já para Copa das Confederações

Desemprego na Espanha e Portugal, e falta de capacitação no País viram alternativa, mas negociações com governo federal estão lentas

7 mar 2013 - 07h23
(atualizado às 07h23)
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Cidades da Copa das Confederações podem receber mão de obra estrangeira
Cidades da Copa das Confederações podem receber mão de obra estrangeira
Foto: Getty Images

Aproveitar o alto desemprego na Espanha e Portugal para sanar o problema da falta de capacitação da mão de obra brasileira para a rede hoteleira tendo em vista a Copa das Confederações, este ano, e a Copa do Mundo de 2014. Este é uma das soluções apresentadas pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), após reunião com a agência oficial de viagens da Fifa (Match), e com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro.

“Precisamos de programas de atração de mão de obra de fora, como os países ibéricos, que hoje estão com o desemprego na casa dos 25%”, afirmou o presidente do FOHB, Roberto Rotter, sem destacar a possibilidade de buscar estrangeiros de outros países para os dois eventos futebolísticos que o País receberá em 2013 e 2014.

“Como atender a todos estes turistas que virão, esses hotéis novos que serão erguidos, se não tivermos um programa específico que nos ajude a desenvolver capacitação e profissionalização. Esse é o problema nós estamos trabalhando junto com o governo”, destacou ainda Rotter, que vê um “gap” de mão de obras principalmente para cargos que considera de “média gerência, como maitre, por exemplo, ou mesmo gerentes”.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/esportes/infograficos/ranking-fifa//iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/esportes/infograficos/ranking-fifa//iframe.htm">veja o infográfico</a>

A ideia é estabelecer junto com o governo federal (Ministério do Turismo e Relações Exteriores) uma espécie de flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de forma a obter condições excepcionais para a entrada destes estrangeiros mais bem qualificados para atender os 6,7 milhões de turistas que são esperados em todo o Brasil em cada ano.

“Não temos como mudar as leis trabalhistas, mas temos que buscar alternativas. Hoje você não pode contratar por horas de trabalho, já que, num dia, podemos precisar de um garçom, por exemplo. No Brasil isso não é permitido. Com essa flexibilização, seriam trabalhos legais, com seus impostos recolhidos, seguridade garantida, seria um facilitador. Deixaria de ter um subemprego, já que hoje você não pode terceirizar uma camareira, só um segurança, só para exemplificar, que não é o meu objetivo”, complementou o presidente do FOHB.

As tratativas com o governo, de acordo com Rotter, “estão lentas”, e que o governo federal “não é tão objetivo como nós. Pedem o nosso empenho, mas o retorno é mais moroso. A política nesse sentido não auxilia”. Outro plano diz respeito ao visto de trabalho para os estrangeiros – já que hoje sua permanência no Brasil está restrita, no caso de Espanha e Portugal, por exemplo, a apenas seis meses, sem vínculo empregatício.

Ao mesmo tempo em que negocia a participação de estrangeiros dentro da rede hoteleira para a Copa do Mundo, a entidade vê ainda como necessária a continuidade de programas de capacitação da mão de obra local uma alternativa já empregada nos EUA, onde parte do imposto recolhido torna-se verba para incentivar a qualificação dos trabalhadores. No total, serão 848 hotéis contratados para as 12 cidades sedes, além de outros municípios do entorno.

<a data-cke-saved-href="http://www.terra.com.br/esportes/infograficos/projeto-estadios-brasileiros/iframe.htm" href="http://www.terra.com.br/esportes/infograficos/projeto-estadios-brasileiros/iframe.htm">veja o infográfico</a>

Diárias caras

Após a realização da Conferência Mundial das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano passado, quando as diárias no Rio de Janeiro extrapolaram o teto do aceitável para várias delegações estrangeiras, surgiu a dúvida se a rede hoteleira para a Copa também não aplicaria taxas consideradas irreais.

O governo federal já anunciou que irá fiscalizar e não aceitará preços abusivos, mas de acordo com o comandante da Match, a agência de viagens da Fifa, já existe hoje um acordo com 602 hotéis, dente os 848 que integrarão a rede de hospedagem para o Mundial e Copa das Confederações.

“Temos grande apoio das cadeias. O que estamos procurando são preços racionais, e temos tido grande cooperação nesse sentido, que nos permitem levar a imagem do Brasil a um nível aceitável”, garantiu Enrique Byrom. “Nós somos os maiores interessados em poder obter preços razoáveis”, completou, dizendo também que o País terá 60 mil quartos para hospedar os turistas.

Fonte: Terra
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