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Copa das Confederações

Região do Mineirão tem "boom" de bares, trânsito ruim e estacionamentos caros

29 mai 2013 - 08h06
(atualizado às 08h07)
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Após a reforma do Mineirão para as Copas das Confederações e do Mundo, a demanda de bares e restaurantes na região da Pampulha, em Belo Horizonte, e no entorno do estádio, cresceu consideravelmente, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurante de Minas Gerais (Abrasel-MG). De acordo com o diretor executivo da entidade, Lucas Pêgo, apesar da legislação municipal não permitir implantação de estabelecimentos comerciais na orla da Lagoa da Pampulha, ponto turístico da capital mais próximo ao estádio, o número de bares e restaurantes dobrou em outros bairros da região.

"O entorno do estádio em BH é um pouco confuso de trabalhar. Por exemplo na orla da lagoa não permite estabelecimento, mas em outras regiões da Pampulha aumentou consideravelmente. A avenida Fleming no bairro Ouro Preto dobrou o número de bares e restaurantes. É uma área

propícia. Os bares ficam lotados”, ressaltou.

Na inauguração do estádio houve problemas de organização, que já foram parcialmente solucionados no amistoso entre Brasil e Chile. Porém, torcedores e moradores ainda reclamam muito do trânsito na capital mineira
Na inauguração do estádio houve problemas de organização, que já foram parcialmente solucionados no amistoso entre Brasil e Chile. Porém, torcedores e moradores ainda reclamam muito do trânsito na capital mineira
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

Pêgo chamou a atenção, também, para a capacitação das empresas situadas no arredores do estádio. Tanto na formação dos profissionais, quanto na elaboração de novos cardápios que atendam a demanda estrangeira. "Nós criamos um projeto para capacitar trabalhadores com

relação a segurança dos alimentos, atendimento e multiplicar informações, fazer a tradução dos cardápios. Ao todo foram 150 estabelecimentos capacitados nos principais pontos de encontro de

turistas, inclusive a região da Pampulha. Em cada empresa 10 profissionais foram treinados. 1.500 no total", disse.

Porém, há um fator que ainda esta defasado e, que preocupa os donos dos estabelecimentos. Segundo Pêgo, a maioria dos profissionais não estará treinada devidamente para se comunicar em outro idioma. “Este é o grande desafio. Os garçons não estão falando outras línguas. Mas

ha treinamento de idioma, inglês e espanhol. O cardápio traduzido facilita bastante a comunicação”, contou.

Ainda segundo o diretor da Abrasel-MG, haverá distribuição de guias de bares e restaurantes bilíngüe na capital durante os eventos. O Guia Abrasel terá 30 mil exemplares distribuídos em hotéis, bares, restaurante e aeroportos.

Trânsito caótico foi o principal problema do evento-teste para a Copa das Confederações, em 25 de abril
Trânsito caótico foi o principal problema do evento-teste para a Copa das Confederações, em 25 de abril
Foto: Bruno Santos / Terra
Trânsito caótico

Se por um lado, a expectativa é de fazer bons negócios entre os comerciantes, por outro, os moradores que residem no entorno do Mineirão e região não estão muito satisfeitos com a vinda dos eventos da Fifa para Belo Horizonte. Segundo o engenheiro civil Leonardo Ribas, 39 anos, que mora a poucos quarteirões do estádio, as mudanças na mobilidade urbana durante os jogos e, até mesmo, em dias comuns deixou o trânsito complicado para chegar em casa.

“O trânsito piorou bastante. Toda hora muda o sentido das ruas do bairro. Pinta as faixas num sentido, mas deixa as placas antigas. No jogo da Seleção parou tudo. Escutava buzina constantemente. Foi uma confusão danada. Mobilidade é zero”, disse. Ele contou que notou

grande mudança nos arredores do bairro como o aumento de pousadas e restaurantes, mas que os problemas continuam os mesmos. “Teve um investimento viário que ajudou um pouco, mas não resolveu. Acho que vai ser uma vergonha aqui na Copa do Mundo”, reclamou.

A reportagem do Terra percorreu as ruas do entorno do estádio antes da partida entre Brasil e Chile no último dia 24 de abril. Estabelecimentos comerciais e estacionamentos improvisados chegavam a cobrar R$ 100 para estacionar veículos no local. O amistoso foi o primeiro evento teste da Fifa para receber partidas em Belo Horizonte. Houve implementação de FanWalks (corredores de acesso de pedestres) e mudanças no trânsito da região para facilitar a chegada do torcedor. Mas o trânsito ficou complicado nas principais avenidas que dão acesso

ao estádio como Antonio Carlos e Carlos Luz.

"Jeitinho brasileiro"

A falta de preparo da cidade com relação a rede hoteleira e ao trânsito aguçou a criatividade de alguns moradores da região. O analista de sistemas Leandro Damasceno, 30, aproveitou a falta de estrutura e vai alugar o apartamento que tem no bairro Castelo, região da Pampulha, para turistas e profissionais que vão trabalhar durante o evento. O imóvel fica a 3 km do estádio Mineirão.

"Eu acredito que o fato de Belo Horizonte não ter investido em infraestrutura de trânsito e rede hoteleira nas proximidades do estádio faz com que as pessoas procurem lugares mais fáceis para se deslocar. Lógico que quem vem de fora não conhece BH. As pessoas que estão acostumadas com esse tipo de evento sabem que é melhor ficar próximo", explicou.

Morador de Belo Horizonte, Diogenes alugará seu apartamento e espera atrair os turistas pela comodidade
Morador de Belo Horizonte, Diogenes alugará seu apartamento e espera atrair os turistas pela comodidade
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

Situado em uma área residencial, o entorno do estádio não receberá obras de grandes hotéis e pousadas. Por isso, muitos moradores de bairros próximos aproveitam a oportunidade. O comediante e empresário, Diógenes Alcantara, 32, vai alugar a cobertura de 170 m² durante o

evento e pretende atrair o turista pelo comodidade e proximidade do estádio: "A pessoa pode fazer um churrasco, ouvir som. Vai se sentir em casa. Vamos juntar o útil ao agradável", ressaltou.

Segundo a Confederação Nacional do Turismo (CNTur) cerca de 60 mil pessoas deverão visitar a cidade durante o evento. Hoje, na capital mineira, o número de leitos chega a 18 mil, 42 mil a menos que o necessário, segundo o presidente do Sindicato de Hotéis de Belo Horizonte (SindHorb), Paulo César Pedrosa.

Pedrosa disse que a previsão é a de que a rede hoteleira na capital mineira possa oferecer 24 mil leitos para a Copa do Mundo, mas para o evento preparativo deste ano, o numero de vagas em hotéis deverá permanecer o mesmo. De acordo com ele, a defasagem de leitos preocupa, principalmente para a Copa do Mundo, quando o número de turistas deverá ser o dobro do previsto para a Copa das Confederações.

"Para a Copa das Confederações o numero de leitos em hotéis disponíveis deverá ser esse mesmo: 18 mil. Pode aumentar já que há hotéis que estão sendo inaugurados e até a Copa do Mundo de 2014 a previsão é de que BH tenha 24 mil leitos. Hoje nós temos de 150 a 170

hotéis em Belo Horizonte e região, mas devemos chegar a 200 até a Copa", previu.

Para Belo Horizonte, mais especificamente aos bairros que cercam o gigante da Pampulha, oito obras de mobilidade urbana ficarão  prontas até a Copa (BRT Central, BRT Antônio Carlos, BRT Cristiano Machado, Via 210, Via 710, Corredor Pedro II e construção do Centro de Controle Operacional).

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Fonte: Especial para Terra
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