Restaurantes perto do Mineirão apostam em tropeiro e escudos de times
A um mês da Copa das Confederações, a reportagem do Terra fez um passeio pelos restaurantes localizados na Avenida Antônio Abrahão Caram, uma das vias que dão acesso aos portões do Mineirão, e a constatação é que os estabelecimentos ainda estão em ritmo lento na preparação para receber turistas estrangeiros. O motivo principal é que eles consideram a Copa das Confederações como um teste e esperam uma movimentação maior apenas no Mundial de 2014.
A reportagem visitou três restaurantes da avenida no dia do amistoso entre Brasil e Chile, no dia 25 de abril. Cada um com um perfil diferente: uma churrascaria, um restaurante de comida mineira e um restaurante italiano. Nos três, a constatação de que ainda não há profissionais que falam língua estrangeira e nem cardápios em inglês.
Apesar de ainda não contar com estes recursos, os donos dos estabelecimentos garantiram que essa é uma preocupação latente. Dono da churrascaria Farroupilha, que está há 30 anos no mesmo ponto, Geraldo Farroupilha, afirma que esse tipo de demanda deverá ficar pronto principalmente para o Mundial de 2014. "Estamos providenciando cardápios em inglês. Nós fizemos uma ampliação no restaurante, abrindo mais um salão para receber 250 pessoas. Normalmente, em dias de jogo, entram e saem por aqui cerca de 700 pessoas".
Farroupilha afirmou que a movimentação já aumentou com a abertura do novo estádio, mas que o público estrangeiro deve vir mesmo só em 2014. Apesar de ainda não ver a movimentação aumentar em larga escala, o proprietário da churrascaria já lucra com o torneio. "Fechei um projeto com a Coca-Cola para colocar a marca na fachada do restaurante. O projeto já está pronto".
O mesmo tipo de acordo fizeram as proprietárias Claudia Augat e Renata Rocha, responsáveis pelo Restaurante Mineirinha. Na fachada do local já dá para ver o símbolo da Coca-Cola estampado. As proprietárias também afirmam se preocupar em capacitar os profissionais do local para receber turistas estrangeiros. Antes abrindo somente no horário do almoço, o estabelecimento deve começar a trabalhar no período da noite, até cerca de uma hora antes do jogo para lucrar com a movimentação das partidas no Mineirão.
"A gente está trabalhando. Hoje (no amistoso entre Brasil e Chile) fizemos este teste de ficar até umas 21h pra ver como será. Já estamos pensando em cursos para poder qualificar melhor o nosso pessoal e estamos modificando o cardápio". Mas a aposta principal do restaurante é cativar os estrangeiros pela boca. "Nossa especialidade é comida mineira. Muitos turistas já vem aqui procurando o feijão tropeiro e a gente crê que isso será bom".
Outro estabelecimento na Abrahão Caram já aposta na afinidade dos torcedores com os clubes de futebol. Com um restaurante italiano com o nome ligado ao futebol (Scudetto), o local comandado por Anderson Granata faz diversas referências a equipes de futebol do país do Velho Continente. Com massas escritas em português e italiano, o restaurante que tem menos de 6 meses de vida foi montado com este ambiente pensando exatamente na Copa do Mundo.
"Ainda não tem muitos estrangeiros aqui. Mas os torcedores do Cruzeiro e do Atlético-MG que passam em dias de jogo sempre tem curiosidade de parar, ver os escudos dos times italianos, falam, comentam. Atrai um público". Granata, porém, não sabe se conseguirá receber os torcedores italianos no seu estabelecimento. Isso porquê, a equipe europeia não atuará na cidade durante a primeira fase e só jogará em Belo Horizonte caso passe em primeiro lugar no grupo que conta com Brasil, Japão e México. "Pode ser interessante se os italianos vierem para cá".
