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"Reclamão", Mano já detonou 4 árbitros, CBF e até retranca
Falar o tempo inteiro na "orelha" do quarto árbitro, gesticular acintosamente com o juiz e destilar ironias nas entrevistas pós-jogo. No último mês e meio, essas ações têm formado grande parte da rotina de Mano Menezes no Corinthians. Desde o retorno das competições nacionais, depois da Copa do Mundo, o técnico alvinegro tem acumulado reclamações e polêmicas, que vão desde as tradicionais alfinetadas nos homens do apito até críticas à retranca do adversário.
Só para começar pelos árbitros, Mano já se desentendeu com quatro desde o meio de julho. Os alvos foram Heber Roberto Lopes (duas vezes), Anderson Daronco, Marcelo de Lima Henrique e Leandro Marinho - este último, após a derrota para o Bragantino por 1 a 0, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil. Relembre a seguir as reclamações do treinador corintiano desde a parada da Copa.
Críticas a Heber por tirar Jadson de clássico - 20/07
Heber Roberto Lopes deu cartão amarelo ao meia Jadson em partida contra o Vitória, alegando que o meia deu uma cotovelada em José Wellison. Como resultado, o camisa 10 ficou suspenso para a rodada seguinte, um clássico contra o Palmeiras.
"A gente sabe como o Héber apita o jogo. Devagar, segurando para não correr muito, marcando uma faltinha aqui, dando um discurso de cinco minutos ali e enxergando um cartão para o Jadson que ninguém enxergou. Ele não fez falta e mesmo assim não enfrenta o Palmeiras", criticou Mano Menezes.
Irritação com retranca, gramado e falta d'água no PR - 03/08
Depois de um empate por 0 a 0 com o Coritiba de Celso Roth no Couto Pereira, Mano aceitou as críticas à atuação de seu time, mas disparou contra quase tudo: desde a retranca do adversário até as condições precárias do estádio. "Quando a equipe da casa respeita demais e enxerga o jogo da maneira como foi hoje, as lacunas são menores e fica mais complicado de chegar ao ataque. Esse fator se refletiu na qualidade da partida também. Não foi bonito de se ver. O torcedor precisa entender, o Coritiba se preocupou em não nos deixar jogar", enfatizou.
"Existia um lago dentro do campo. A grama estava mais alta. Então, o jogo fica mais lento. Vários jogadores cometeram erros técnicos até grosseiros, foram expostos em programas esportivos, e não era culpa deles. Aquilo você não vê na Copa, porque as coisas são cuidadas em todos os aspectos", disse Mano, alguns dias depois.
"Não sei se vocês viram onde foi a entrevista no domingo. Era um banheiro velho, não tinha cadeira, estavam todos de pé. Isso também influi na entrevista, na vontade de falar. É todo um pacote. Quando fomos tomar banho, não tinha água. Isso está no pacote", completou.
Ironia sobre a rápida inscrição de Robinho na CBF - 08/08
O Santos anunciou a contratação de Robinho em uma quinta-feira, dia 7 de agosto, e na sexta, dia 8, o jogador já estava inscrito na CBF para enfrentar o Corinthians no fim de semana. Mano mostrou incômodo com as constantes perguntas sobre o ídolo santista na entrevista anterior ao clássico, e usou até de ironia para falar da situação.
"Rápida como ele (inscrição de Robinho). Penso que jogos grandes sempre devem ser disputados por jogadores desse nível. Se ele é contratado pelo Santos, não temos que achar nada, temos que enfrentá-los com mais esse reforço, na Vila, e buscar a vitória", declarou. O Corinthians venceu o jogo por 1 a 0.
Críticas à arbitragem "fora do padrão" contra o Bahia - 16/08
No empate por 1 a 1 com o Bahia em Itaquera, o Corinthians levou um gol irregular: Kieza estava impedido no lance de bola parada que definiu a igualdade. Mano não perdoou o árbitro Anderson Daronco e ainda destilou ironias: disse que queria fazer um "adendo" sobre a atuação do juiz, já que estava na moda - uma referência ao adendo feito pelo árbitro Raphael Claus à súmula do jogo contra o Santos, determinante para a suspensão do meio-campista Petros por agressão.
"Quando é a nosso favor, falam que somos muito favorecidos. Embora não goste muito, tenho que pontuar isso, até para não deixar passar em branco, porque minha defesa marca muito bem a bola parada. Quando fazemos bem feito e a arbitragem erra, tenho de mencionar", afirmou o treinador.
"O árbitro veio e picotou o jogo o tempo inteiro, e essa não é a maneira que queremos para uma partida. Ele ficou 30 segundos falando com técnico e ficou conversando em bola parada para avisar que não podiam agarrar, mas, se alguém estiver agarrando, tem de marcar pênalti. Ele também deu faltas fora do padrão. Depois, não adianta acrescentar cinco minutos, não é esse o padrão de arbitragem", acrescentou Mano.
Expulsão por reclamação e "mea-culpa" contra o Goiás - 21/08
Mano reclamou ostensivamente com o árbitro Marcelo de Lima Henrique após o segundo gol do Goiás nesta partida, que colocou o time esmeraldino em vantagem no placar. Acabou expulso, e o Corinthians virou o jogo para 5 a 2 depois disso. No vestiário, o treinador alvinegro reconheceu que exagerou na dose - o gol dos goianos foi legal.
"Não pode ser tudo perfeito, né?", brincou, antes de se irritar com uma pergunta que mencionava suas constantes reclamações. "Talvez eu seja exagerado algumas vezes, como você está sendo agora. Passo o jogo gesticulando com meus jogadores. Hoje, reclamei de dois lances com a arbitragem. Dois lances. Não foi o tempo todo".
"Segundo round" contra Heber após derrota para o Grêmio - 24/08
A primeira derrota fora de casa do Corinthians no Brasileiro aconteceu para o Grêmio, por 2 a 1, e novamente Mano criticou duramente a atuação de Heber Roberto Lopes. O treinador chamou a atenção para o fato de a última vitória do time do Parque São Jorge com arbitragem de Heber ter acontecido em 2010, e reclamou de um pênalti não marcado no segundo tempo.
"Fomos prejudicados. Poderíamos ter perdido, e eu falaria que foi futebol. Hoje, não foi futebol, como não tem sido desde 2010, quando o Corinthians ganhou sua última partida com a arbitragem desse senhor. Quando saiu a escala, depois do jogo contra o Goiás, até de forma surpreendente, um colega de vocês (jornalistas) me perguntou sobre a escalação dele. Eu achei estranha a pergunta, achei que tinha alguma coisa aí. É o futebol brasileiro, conduzido assim", disparou.
Nova revolta e suspeita de "algo diferente" na arbitragem - 28/08
A última irritação de Mano Menezes com os árbitros aconteceu após a derrota por 1 a 0 para o Bragantino, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil. Ele detonou a atuação de Leandro Marinho e insinuou que há "algo diferente" na atuação dos juízes contra o Corinthians, dizendo que precisou acalmar seus jogadores. A maior reclamação foi sobre uma suposta falta em Cássio no lance do gol do time do interior paulista.
"Quando muitas pessoas enxergam (a arbitragem) da mesma maneira, algum fundo de razão a crítica deve ter. Mas acho que quem tem que analisar é quem está fora, com imparcialidade, sem envolvimento emocional. É preciso vencer o que tem de fundo de verdade nisso. Alguma coisa está diferente, a gente sabe quando as coisas são para os dois lados ou estão só para um. Alguma coisa está diferente. Tive de acalmar os jogadores depois do jogo".
