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Política

Dilma diz que gastos com Copa não saíram dos cofres públicos

21 jun 2013 - 21h15
(atualizado às 21h27)
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A presidente Dilma Rousseff rebateu nesta sexta-feira, em pronunciamento a todo o País, as críticas aos gastos com as copas do Mundo e das Confederações. Segundo a presidente, o dinheiro do orçamento federal não foi usado na construção de arenas.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

"Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gastos com as arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando esses estádios", afirmou. "Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários, como saúde e educação."

A mensagem à nação foi uma decisão de Dilma para tentar conter a onda de protestos, que vem deixando o governo perplexo. Dilma criticou os excessos e os vandalismos e pediu respeito aos espectadores dos torneios de futebol.

"O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. É assim que devemos tratar os nossos hóspedes", disse a presidente.

"O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa", concluiu Dilma. O pronunciamento foi gravado no início da noite desta sexta-feira, depois de uma reunião emergencial com ministros.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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