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Copa do Mundo

Lista dos EUA para Copa ainda está indefinida devido a lesões

30 abr 2010 - 12h05
(atualizado às 12h37)
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Jeffrey Marcus

O técnico Bob Bradley ainda não está pronto para definir a convocação da seleção dos Estados Unidos para a Copa do Mundo. Mas entre 16 e 18 jogadores do elenco já estão definidos, "e há dias em que o total parece ser um pouco mais alto", disse Bradley, que pretende usar uma fórmula própria, mais alquimia que ciência, a fim de determinar o time que levará à África do Sul para a Copa.

"Em um mundo perfeito, nós escolheríamos os nossos 23 e começaríamos a treinar já", disse Bradley, em entrevista coletiva nesta quinta-feira em Manhattan. "Por um lado, nos sentimos bem por contarmos com tantas alternativas. Por outro lado, há jogadores que podem chegar para treinar enquanto ainda temos dúvidas", afirmou o treinador.

As dúvidas mais sérias envolvem as lesões de alguns jogadores importantes. Charlie Davis, que se machucou seriamente em um acidente de carro em outubro do ano passado, voltou a treinar com seu time, o Sochaux, na semana passada. Mas não deve jogar nesta temporada e é incerto que venha a ser convocado. "De nossa parte, será necessário tomar uma decisão que se refere simplesmente à Copa do Mundo", disse Bradley.

O zagueiro Oguchi Onyewu se recuperou de um tendão rompido e voltou a treinar com o Milan, na Itália. Stuart Holden, o meio-campista que fraturou a fíbula em um amistoso contra a Holanda, em março deste ano, já recomeçou o condicionamento físico, mas ainda não treinou com bola em seu time, o Bolton, da Inglaterra. Jay DeMerit passou por uma cirurgia de transplante de córnea no ano passado, e restam alguns problemas, mas é improvável que isso o impeça de participar do treinamento.

Jermaine Jones, talentoso meio-campista alemão que optou por defender a seleção norte-americana, não deve ser chamado, informou Bradley, porque sofreu uma fratura de tíbia que requer cirurgia adicional.

Bradley precisa enxugar seu elenco, primeiro para 30 jogadores até o dia 11 de maio e em seguida, até 1° de junho, para os 23 que ele levará à África do Sul. Ele afirmou que provavelmente convocaria entre 26 e 28 jogadores para o período preparatório marcado para Princeton, Nova Jersey, no mês que vem.

Ele mantém todos os nomes anotados em uma lousa em seu escritório, que prova a grande disponibilidade de talentos no futebol dos Estados Unidos. Mas Bradley destaca também a versatilidade de alguns dos jogadores, o que pode permitir que ele adapte a tática do time e lhe oferecerá flexibilidade durante as três partidas do imprevisível estágio de grupos da Copa do Mundo, durante o qual lesões e suspensões, imprevisíveis, mas inevitáveis, podem colocar em risco a estratégia de uma equipe.

"Muitas vezes, na fase de grupos surge um momento difícil ou mais de um, e as coisas não se encaixam automaticamente. A fase inicial envolve a capacidade de lidar com qualquer problema que nos afete como grupo. Depois que você consegue a classificação, surgem novas oportunidades: é o caso de avaliar o adversário e trabalhar para superá-lo", afirmou o técnico norte-americano.

Para determinar os jogadores que serão convocados, Bradley e sua equipe passaram mais de um mês na Europa, algumas semanas atrás, a fim de observar os jogadores norte-americanos e prestar atenção aos potenciais adversários. Bradley abriu o processo a pessoas de fora de sua equipe, e convidou quatro observadores que não fazem parte de sua comissão técnica a lhe oferecerem suas listas hipotéticas de 23 convocados.

"Isso mudou nossa maneira de pensar? Honestamente, não. Mas podemos dizer que sugeriu algumas discussões que não havíamos tido anteriormente", disse Bradley.

A equipe técnica dos Estados Unidos também está observando com cuidado os oponentes da seleção na primeira fase. Os norte-americanos enfrentarão a Inglaterra em 12 de junho, a Eslovênia em 18 de junho e a Argélia em 23 de junho.

"No momento em que a Inglaterra foi sorteada para o nosso grupo, sabíamos que aquela partida passaria a receber muita atenção. Nosso grupo é muito forte, mas temos chances reais de classificação", afirmou.

Os dois primeiros colocados do grupo se classificam para as oitavas de final, e Bradley admitiu que estava estudando também as seleções que os norte-americanos podem vir a enfrentar no estágio posterior da Copa.

"Você realiza todo o trabalho de preparação a fim de conhecer bem o seu adversário, aprender o que for possível quanto a ele. Você tenta garantir que nada passe despercebido, mas sem dedicar ao adversário uma atenção exagerada a ponto de levá-lo a esquecer o seu time e a importância da competição", disse o comandante norte-americando.

The New York Times
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