Seleção encara Holanda no teste mais difícil da era Dunga
2 jul2010 - 04h56
(atualizado às 05h46)
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Allen Chahad
Renato Pazikas
Direto de Port Elizabeth
Dunga tem pela frente nesta sexta-feira o maior desafio desde que assumiu a Seleção Brasileira. A equipe enfrenta a Holanda, às 11h (de Brasília), pelas quartas de final da Copa do Mundo, no Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, em uma das partidas mais aguardadas do torneio.
Um tropeço diante do time europeu pode manchar a trajetória vitoriosa do treinador, que completará 60 jogos no cargo. Até agora foram 42 vitórias, 12 empates e apenas cinco derrotas em três anos e dez meses marcados pelos títulos da Copa América de 2007 e da Copa das Confederações de 2009, o primeiro lugar nas Eliminatórias Sul-Americanas, e a derrota na Olimpíada de Pequim, em 2008.
"Se perder, a metralhadora volta a disparar", afirmou Dunga em certa ocasião durante o Mundial da África do Sul. Por isso, a responsabilidade aumenta diante de um adversário com números tão expressivos como os do Brasil.
A equipe do técnico Bert van Marwijk se classificou com 100% de aproveitamento nas Eliminatórias Europeias. Na Copa, venceu as quatro partidas que disputou - contra Dinamarca, Japão, Camarões e Eslováquia. Sem brilhar, mas com o mesmo futebol eficiente que caracteriza o técnico do Brasil.
Os holandeses cruzam o caminho de Dunga pela terceira vez em Copas. Como jogador, ele participou das vitórias nos Mundiais de 1994 (3 a 2, também nas quartas de final) e 1998 (triunfo nos pênaltis, após empate por 1 a 1 na semifinal). A Holanda não vence o Brasil desde a Copa do Mundo de 1974, ainda nos tempos da "Laranja Mecânica" de Johan Cryuff.
Para manter a série de sete jogos sem perder para o adversário, o Brasil espera continuar crescendo no torneio. Depois de uma primeira fase sem grandes atuações, a equipe finalmente convenceu na vitória por 3 a 0 sobre o Chile, na última segunda, no início do mata-mata.
"Será um jogo importante. Vai afunilando a Copa do Mundo e partidas serão cada vez mais difíceis, emocionantes, com melhor qualidade técnica. Todos que vão vir ao estádio vão ver um bom espetáculo", analisou o técnico brasileiro.
Só que Dunga não terá seu time ideal para a "decisão". Elano, lesionado, já está fora. Felipe Melo, que se recupera de contusão no tornozelo esquerdo, ainda é dúvida. O treinador vai divulgar a escalação apenas momentos antes da partida.
Já a Holanda aposta no atacante Robben, sua maior estrela, para surpreender. A equipe promete manter a postura ofensiva contra o Brasil. "É importante jogarmos o nosso estilo de jogo. O Brasil é o favorito, mas não tememos nada", analisou o técnico Bert van Marwijk.
Se vencer a Holanda, a Seleção encara Uruguai ou Gana na primeira semifinal, na próxima terça-feira, na Cidade do Cabo. Do outro lado da chave, se enfrentam Argentina x Alemanha e Espanha x Paraguai.
Ficha Técnica:
Brasil: Júlio César, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Felipe Melo (Josué), Gilberto Silva, Daniel Alves e Kaká; Robinho e Luís Fabiano. Técnico: Dunga Holanda: Stekelenburg, Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; De Jong, Van Bommel e Sneijder; Robben, Kuyt e Van Persie. Técnico: Bert van Marwijk
Data: 02/07/2010
Horário: 16h (11h de Brasília) Local: Estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth Arbitragem: Yuichi Nishimura (Japão), auxiliado por Toru Sagara (Japão) e Jeong Hae-sang (Coreia do Sul)
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As quartas de final das Copas do Mundo são constantemente marcadas pela rivalidade entre sul-americanos e europeus; na Copa da Alemanha, em 2006, o confronto entre Brasil e França, teve um triste fim para a Seleção, que foi eliminada do Mundial por 1 a 0, com um gol de Thierry Henry, marcado aos 12 minutos do segundo tempo
Foto: Getty Images
Na Copa da França, em 1938, o confronto entre Brasil e Tchecoslováquia, pelas quartas de final, teve um fato inédito: as equipes empataram em 1 a 1 e, para definir a seleção que avançaria no torneio, foi realizada uma nova partida, dois dias depois; com um placar de 2 a 1, a vitória foi sulamericana
Foto: AFP
No Mundial da Suíça, em 1954, os europeus saíram vitoriosos no confronto entre a favorita Hungria e o Brasil; violenta, a partida ficou, que ficou conhecida como "a batalha de Berna", terminou em 4 a 2 para os húngaros
Foto: Getty Images
No mesmo torneio, Uruguai e Inglaterra também decidiram uma vaga nas semifinais; o placar do jogo foi o mesmo, 4 a 2, mas desta vez, em favor dos sulamericanos, que chegaram em 4º no Mundial
Foto: Getty Images
No torneio seguinte, em 62, no Chile, mais uma vez deu Brasil; na disputa contra a Inglaterra, a Seleção fez 3 a 1 e garantiu o avanço para as semifinais do torneio
Foto: AP
Na Copa da Inglaterra, em 66, foram dois confrontos entre sul-americanos e europeus; a Alemanha Ocidental, de Franz Beckenbauer, bateu o Uruguai, que teve dois joagdores expulsos, por 4 a 0
Foto: Getty Images
Neste Mundial os sulamericanos não tiveram chance; os donos da casa, os ingleses, disputaram a vaga nas semifinais com os argentinos e saíram vencedores, com um gol de Geoff Hurst
Foto: Getty Images
Na Copa de 70, no México, o confronto entre Uruguai e União Soviética foi muito disputado; o gol que decidiu o avanço dos sulamericanos às semifinais só saiu da cabeça de Victor Espárrago 5 minutos antes do final da prorrogação
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Mais uma vez ingleses e argentinos se encontraram nas quartas de final, em 86, no México; a vitória dos sul-americanos por 2 a 1 foi polêmica, já que o primeiro gol dos argentinos saiu da mão do craque Diego Armando Maradona
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Mais um duelo entre sul-americanos e europeus marcou este torneio; os brasileiros lutaram pela vaga nas semifinais contra os franceses, mas foram derrotados nos pênaltis, por 4 a 3
Foto: Getty Images
Na Copa da Itália, em 90, a disputa entre Argentina e Iugoslávia terminou em 0 a 0 e precisou ser decidida nos pênaltis, a vitória dos sul-americanos veio graças à defesa de Sergio Goycochea, definindo o placar em 3 a 2
Foto: Getty Images
Em 94, nos Estados Unidos, a Holanda dificultou a chagada do Brasil às semifinais, mas não impediu o avanço da Seleção; a vitória por 3 a 2 veio com um gol de Branco
Foto: AP
Na França, em 1998, mais um europeu tentou barrar o Brasil; a Dinamarca não facilitou para os brasileiros, mas o gol de Rivaldo foi decisivo para a partida, que terminou em 3 a 2
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Neste torneio a Holanda surgiu mais uma vez para atrapalhar um sul-americano, desta vez a vítima foi Argentina, que perdeu por 2 a 1, com o gol decisivo de Dennis Bergkamp
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Na Copa da Ásia, em 2002, os ingleses tentaram deter os até então tetracampeões mundiais, mas, de virada, o Brasil garantiu o avanço às semifinais por 2 a 1, com gol de Ronaldinho
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O gol da vitória veio de uma cobrança de falta; o goleiro inglês, Seaman, achou que Ronaldinho ia cruzar na grande área e se surpreendeu ao ver a bola ir direto para o fundo da rede
Foto: Getty Images
Assim como no Mundial deste ano, Alemanha e Argentina se encontraram nas quartas de final em 2006; naquele torneio, os donos da casa levaram a melhor, com as defesas de Lehmann, que definiram a partida em 4 a 2 nas penalidades, depois do empate em 1 a 1 no tempo regular