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De quase fora a campeão: Eduardo Baptista transforma Sport
Depois de duas derrotas e dois empates, o Sport estava praticamente eliminado da Copa do Nordeste na primeira fase. Foi nesse momento que o preparador físico Eduardo Baptista foi convidado a comandar o time interinamente, assumindo o lugar que era ocupado por Geninho. Na época, disse que lutaria enquanto houvesse 1% de chances de classificação. Oito partidas depois, o filho de Nelsinho Baptista comemora seu primeiro título como treinador.
O ressurgimento do Sport dentro da competição ocorreu após a chegada de Eduardo Baptista ao comando da equipe. O início havia sido bastante negativo e ficou marcada a cena do recém-contratado técnico do Náutico, Lisca, comemorando a vitória do seu time no clássico da Ilha do Retiro no alambrado, junto com a torcida rival. A mudança de técnico, mais do que pura coincidência, foi fundamental para revelar talentos do elenco e modificar a postura do time.
Eduardo assumiu um time que havia marcado apenas um gol e sofrido três nas quatro primeiras partidas do torneio regional. Nas oito seguintes, o Sport marcou 13 vezes e Magrão só precisou ir buscar três bolas nas redes. Mais do que o esquema, o ex-preparador físico soube observar os talentos do elenco para valorizá-los e fortalecer o seu time.
Assim, soube adaptar o jogo de Ewerton Páscoa, que deixou de atuar como zagueiro e se tornou um volante que inclusive chega muito bem nas jogadas ofensivas, tanto de cabeça como com a bola nos pés. O lateral esquerdo Renê era um dos reservas menos lembrados pela torcida do Sport e resolveu um dos problemas mais crônicos do elenco, que agora conta com uma profusão de bons atletas para a função (Danilo, que marcou um gol na primeira partida da final, passou a ser aproveitado no ataque para não ficar de fora do time, assim como Igor Fernandes, que entrou no segundo tempo da partida da Arena Castelão também no setor ofensivo).
Ainda como interino, Eduardo Baptista começou a construir o esquema tático do Sport, que atua com um centroavante enfiado e dois atletas abertos pelas alas que são atacantes, mas também têm função defensiva. Aliado a resultados negativos dos adversários, as vitórias sobre o Náutico e o Botafogo-PB garantiram a vaga nas quartas de final e também a efetivação do treinador, que chegou a dizer que gostaria de virar técnico daqui a cinco anos, já que ainda precisava aprender muito para ser um profissional capaz de atender ao seu próprio nível de cobrança.
Nas quartas de final, o Sport fez 2 a 0 sobre o CSA no jogo de ida e perdeu pelo placar mínimo no Estádio Rei Pelé, em Alagoas. Nas semifinais, acabou com um tabu, pois havia sido derrotado nos três últimos mata-matas diante do rival Santa Cruz, justamente nas três finais do Pernambucano de 2011, 2012 e 2013. Na Copa do Nordeste, o time da Ilha do Retiro ganhou por 2 a 0 e 2 a 1, já com o técnico Eduardo Baptista cheio de moral tanto no elenco, na diretoria, como também junto à torcida.
Na decisão, diante de uma Ilha do Retiro lotada, Neto Baiano e Danilo levaram o time pernambucano a mais uma vitória, novamente por 2 a 0. No Castelão, diante de mais de 60 mil torcedores, o Sport empatou por 1 a 1 e Eduardo Baptista se emocionou ao comemorar novamente um título - não mais como um simples integrante da comissão técnica: agora ele é um treinador campeão.
Se Eduardo Baptista conquistou o primeiro título em uma virada, no próximo domingo ele já terá um desafio semelhante. O Sport foi derrotado pelo Santa Cruz na partida de ida da semifinal e agora precisa da vitória no tempo normal e nos pênaltis, na Ilha do Retiro, para chegar à final do Estadual. Uma coisa é inegável: as chances são bem maiores que o 1% de quando o técnico assumiu interinamente.
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