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Copa São Paulo

Com 7 anos de treinos, Kashiwa apresenta "tiki taka" japonês ao Brasil

16 jan 2014 - 14h44
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<p>Kashiwa Reysol se despediu da Copa São Paulo debaixo de muita chuva na Vila e com derrota por 4 a 0</p>
Kashiwa Reysol se despediu da Copa São Paulo debaixo de muita chuva na Vila e com derrota por 4 a 0
Foto: Agência Lance

Por um instante, esqueça o placar de Santos 4 x 0 Kashiwa Reysol-JAP, disputado na Vila Belmiro na última terça-feira. Não é do resultado e da superioridade dos santistas que vamos tratar. 

Leia também: entrevista exclusiva com Nelsinho Baptista, treinador do Kashiwa

Tal qual havia ocorrido na primeira fase da Copa São Paulo, o estilo de jogo da equipe japonesa chamou a atenção. Não é exagero ver aplicada na filosofia alguns dos principais conceitos que moldaram o Barcelona - e a seleção da Espanha - como equipes mais marcantes deste século. E a exemplo do que ocorre entre os espanhóis, esse "tiki taka" é fruto de muito treinamento. 

De acordo com o treinador Takahiro Shimotaira, os jogadores japoneses (todos Sub-19) trabalham juntos desde os 12 anos. O próprio Takahiro, ex-jogador e ex-olheiro do Kashiwa, está no comando dos garotos há quatro temporadas. A prioridade do trabalho passa distante dos resultados. O objetivo número um do treinador é desenvolvimento técnico. 

"Conseguimos fazer o que queríamos", explicou Takahiro em entrevista ao Terra depois da derrota na Vila. "Conseguimos conduzir o adversário, levar o jogo para o nosso lado. O mais importante de tudo foi o toque de bola", acrescentou à análise. Obviamente, o tom era de lamentação pela queda na segunda fase. "O objetivo maior era avançar, mas conseguimos passar pela primeira fase".

Entre 104 participantes, o Kashiwa acabou entre os 32 melhores, mas chamou a atenção mesmo é pelo estilo. Raros são os times brasileiros (o Audax tem sido um caso parecido na Copa São Paulo) que conseguem aplicar essas características a seu jogo. Não só a posse de bola, mas elementos como a capacidade de desmarcação para receber o passe, a facilidade para fugir da marcação pressão na saída de jogo e o empenho em recuperar a bola quando perdida. 

Nelsinho Baptista é quem recebe os jogadores formados nos profissionais

<p>Empate contra o São Paulo em jogo de abertura foi o ponto alto no Brasil</p>
Empate contra o São Paulo em jogo de abertura foi o ponto alto no Brasil
Foto: Miguel Schincariol / Gazeta Press

"Isso vem crescendo principalmente graças à continuidade do treinador", conta Nelsinho Baptista, à frente do time profissional do Kashiwa Reysol desde 2009, em entrevista ao Terra. "A preocupação é realmente essa: passe e a posse de bola em primeiro lugar, do goleiro até a frente. Eles querem formar o atleta e todos seus fundamentos técnicos. Isso é exigido todos os dias", diz.

Apresentadas e explicadas as qualidades, vamos aos defeitos. Em 90 minutos na Vila Belmiro, o Kashiwa Reysol teve o controle da partida, mas raramente ameaçou na frente. Em parte, porque os jogadores não tinham disposição para arriscar na parte ofensiva, raramente driblavam ou finalizam de longe. Um time notável do ponto de vista técnico, mas previsível e sem contundência. 

"Às vezes falta mais decisão, uma finalização, um lançamento", admite Nelsinho Baptista. Quando recebe os jovens da base no profissional ao fim da categoria júnior, ele costuma utilizar uma temporada completa só para adaptação. É quando a missão dos jovens passa ser absover os conceitos de um jogo mais competitivo, onde vencer a qualquer preço passa a ser tolerado. 

Ainda que não seja prioridade, os resultados também são celebrados. Além da Copa São Paulo, o Kashiwa teve outro feito importante nos últimos meses ao ser vice-campeão da Dallas Cup Sub-19, nos Estados Unidos. Na campanha, vitória por 2 a 0 sobre o Manchester United e goleada de 5 a 1 sobre o América do México e algumas sementes plantadas para o futuro. 

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Fonte: Terra
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