Bônus ou consolação? Sul-Americana tem carrascos do Brasil
“Prêmio de consolação” para as equipes eliminadas da Copa do Brasil em meio ao criticado calendário nacional, a Copa Sul-Americana não apresentará facilidade para os clubes brasileiros na edição de 2014. Pelo contrário: o torneio contará com times tradicionais de todos os países da América do Sul, incluindo os “bicho-papões” Boca Juniors e River Plate, e pode ser considerada em tradição até mais difícil do que a Libertadores deste ano.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estipula que os clubes que estiverem nas oitavas da Copa do Brasil não podem disputar o torneio internacional. Sendo assim, a entidade abre brecha para insinuações de pouco caso pela competição nacional para disputar a Sul-Americana. O atrativo é ser um torneio continental que às vezes é considerado até um caminho mais fácil para a Libertadores do que o torneio brasileiro. Nos últimos anos, Ponte Preta e Goiás chegaram à final no mesmo ano em que foram rebaixados na Série A. O São Paulo e o Internacional são os únicos campeões do País no torneio inaugurado em 2002.
Contudo, a facilidade, ao menos na teoria, não será encontrada na edição de 2014. Entre os brasileiros, o torneio contará com São Paulo, Inter e Santos ou Fluminense. Na Argentina, os poderosos Boca Juniors e River Plate sempre assustam. Equipes que se tornaram algozes de times nacionais também aparecem entre os classificados e podem dar trabalho.
Brasil: São Paulo, Inter e Fluminense
Em termos de times nacionais, a Sul-Americana será tão difícil quanto a Libertadores, ao menos nas tradições das equipes. Eliminados da Copa do Brasil na última quarta-feira, São Paulo, Fluminense e Internacional estão garantidos na competição. Completam a lista de times brasileiros na Sul-Americana Vitória e Goiás, que se enfrentarão na primeira fase, além de Bahia, Criciúma e Sport, este último vencedor da Copa do Nordeste e dono de uma campanha regular no Brasileiro. Veja todos os confrontos.
A Libertadores de 2014 contou com Flamengo, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-MG, Grêmio e Atlético-PR entre os representantes nacionais. O desempenho brasileiro foi pífio: o pior desde 1991, ficando fora até da semifinal. Houve ainda outro recorde: três times (Botafogo, Atlético-PR e Flamengo) caíram logo na primeira fase da competição.
Argentina: com times medianos, Boca e River assustam por tradição
Os dois principais “bicho-papões” do futebol brasileiro estarão presentes na atual edição da Copa Sul-Americana. Temidos pelos torcedores nacionais, que sofreram várias eliminações para ambas as equipes na Libertadores, Boca Junior e River Plate estão classificados para a competição internacional. Contudo, os dois times não conseguem ter a grandeza de outrora representada no elenco.
O River classificou-se como campeão do Torneio Final – também está garantido na Libertadores de 2015. O Boca Juniors, por sua vez, foi à Sul-Americana como melhor colocado entre as equipes que não foram finalistas do Campeonato Argentino. Os destaques boquenses são Fernando Gago, Ledesma, e o comando do experiente Carlos Bianchi, enquanto que o rival conta com Funes Mori, Teófilo Gutierrez e Cavenaghi.
Ainda marcam presença na Sul-Americana o não menos poderoso Estudiantes e o Lanús, atual campeão do torneio (venceu a Ponte Preta na decisão de 2013). Completam a lista de argentinos na competição os mais modestos Gimnasia y Esgrima, Godoy Cruz, além do Rosário Central.
Na Libertadores, o país contou com Vélez Sarsfield, Newell’s Old Boys, Arsenal de Sarandí e o Lanús. O troféu da competição ficou com o também argentino San Lorenzo, após vitória sobre o Nacional-PAR na última quarta-feira.
Chile: algoz do Grêmio e Universidad Católica
Os chilenos terão dois times para os brasileiros se preocuparem mais na Sul-Americana. Um deles é o Huachipato, que deixou a Libertadores de 2013 sem derrotas na fase de grupos para o Grêmio – vitória por 2 a 1 na Arena e empate por 1 a 1 no Chile. Além disso, a tradicional Universidad Católica também está no torneio, junto a Deportes Iquique e Cobresal.
A Libertadores de 2014 teve como chilenos na disputa times considerados modestos, como O’Higgins e Unión Española, além da poderosa Universidad de Chile.
Colômbia: algoz do Atlético-MG marca presença
Campeão da Libertadores de 2013, o Atlético-MG sofreu eliminação precoce no torneio de 2014, já que caiu nas oitavas de final para o Atlético Nacional. O algoz da equipe brasileira estará presente na Sul-Americana e pinta como um dos concorrentes aos brasileiros. Além da equipe, a competição secundária da América do Sul contará com Deportivo Cali, Millonarios e Itagui – a Libertadores também teve Deportivo Cali, além do Santa Fe.
Uruguai e Paraguai terão tradicionais
A vida dos times nacionais na Sul-Americana também pode ser complicada por Peñarol, do Uruguai, e Cerro Porteño, do Paraguai. Ambos os clubes estão entre os mais importantes de seus respectivos países. Os dois, inclusive, estiveram na Libertadores: os uruguaios decepcionaram com eliminação logo na primeira fase e os paraguaios deram trabalho para o Cruzeiro nas oitavas, mas caíram precocemente.
Veja todos os representantes confirmados na Sul-Americana:
Brasil | Vitória, Goiás, São Paulo, Inter, Criciúma, Bahia, Sport e Fluminense |
Bolívia | San José, Jorge Wilstermann, Nacional de Potosí e Universitário de Sucre |
Argentina |
Lanús, River Plate, Boca Juniors, Estudiantes, Gimnasia y Esgrima, Godoy Cruz e Rosario Central |
Chile | Deportes Iquique, Cobresal, Universidad Católica e Huachipato |
Colômbia | Atlético Nacional, Deportivo Cali, Millonarios e Itagüi |
Equador | Emelec, Independiente del Valle, Universidad Católica e Barcelona de Guayaquil |
Paraguai | Cerro Porteño, Libertad, Deportivo Capiatá e General Díaz |
Peru | Alianza Lima, Universidad César Vallejo, Universidad Técnica de Cajamarca e Inti Gas |
Uruguai | Danubio, River Plate, Peñarol e Rentistas |
Venezuela | Caracas, Deportivo Anzoátegui, Trujillanos e Deportivo La Guaira |