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Copa do Mundo

Febre, álbum da Copa do Mundo faz sucesso entre "barbados"

30 abr 2010 - 09h42
(atualizado às 14h08)
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Luiz Castro
Rafael Zito
Direto de São Paulo

O álbum de figurinhas da Copa do Mundo é distribuído em diversos países e no Brasil, País cinco vezes campeão mundial, ele é sinônimo de sucesso. Engana-se, porém, quem pensa que o público-alvo do encarte se resume aos jovens: cada vez mais os "barbados" interagem entre si na tentativa de conseguir uma figura que ainda falta ou dispensar suas repetidas.

Para se ter uma ideia, na Copa da Alemanha, em 2006, o Brasil ficou em segundo lugar na venda de figurinhas - só perdeu para a Alemanha, país sede da competição - e em 2010 a expectativa é ainda maior: lançado no dia 11 de abril, o produto virou febre em escolas, shoppings e até escritórios em todo o país.

Muitas bancas inclusive não têm conseguido atender à enorme demanda e fazem até reservas para os clientes fiéis. A jornaleira Cazue Watanabe, 60 anos, comemora o número expressivo de vendas, mas admite dificuldade no recebimento dos cromos. "As pessoas fazem reservas. As figurinhas chegam e acabam no mesmo dia. Nesta quarta-feira (28/4) chegaram e, às 10h, já haviam acabado", disse.

Perguntada sobre o perfil da maioria dos compradores, Cazue foi clara. "É barbado mesmo. Se eu for contar o número de crianças que aparecem daria no máximo uma meia-dúzia. O resto é tudo adulto mesmo. Tem até moças que aparecem, mas tenho uma impressão que a idade está entre os 20 e 50 anos", afirma.

O fato de o número de adultos compradores ser bem maior que o de crianças pode ser explicado por outro fenômeno: muitos pais se tornam os grandes aliados dos filhos na compra e troca de figurinhas e ainda revivem seus bons momentos de colecionador. O contador Vanderlei Oliveira, 34 anos, confirma que participa indiretamente da febre. "Eu colecionei álbum quando era criança, já faz tempo. Hoje em dia eu compro as figurinhas pro meu filho de dez anos".

O engenheiro químico, Mário Vicencio, 39 anos, coleciona álbuns desde 1994, mas desta vez também assumiu o papel de ajudante do filho Luigi, 6 anos. "Meu filho está empolgadíssimo. Na terça-feira ele trocou mais de 300 figurinhas. Agora faltam 60 figurinhas para ele completar. Eu e minha mulher o ajudamos. No meu trabalho não há tanta troca, porém, no emprego dela o pessoal monta até planilha no Excel".

Mas para Mário, o sucesso de vendas do álbum não tem a mínima relação com o momento da Seleção Brasileira. "O álbum empolga mais que a Seleção. Ali pelo menos teremos o Ronaldinho, apesar de que também está difícil de conseguir sua figurinha. É a única do Brasil que falta para meu filho". Outros entrevistados comentaram a provável ausência do jogador do Milan na Copa do Mundo e a dificuldade em conseguir seu cromo.

Procurada pela reportagem, a Panini - empresa responsável pelo álbum no Brasil - negou a possível exclusividade da figurinha do craque. "Figurinha rara é um mito. Na Panini todas as figurinhas da coleção são impressas em números exatamente iguais. Além disso, as figurinhas são distribuídas de forma uniforme pelas regiões, fazendo com que o colecionador tenha a condição de encontrar todas as figurinhas na sua região".

Mesmo não sendo convocado desde abril do ano passado - quando enfrentou o Peru, na vitória brasileira por 3 a 0, em Porto Alegre -, Ronaldinho é uma das maiores estrelas do álbum da Copa de 2010 e a editora italiana ainda criou um álbum do desenho animado do jogador, criado por Maurício de Souza. Em relação ao tema, a Panini esclareceu a escolha do meia.

"Os jogadores são selecionados atendendo uma série de quesitos como: se o jogador esteve em partidas das Eliminatórias, qual foi o seu desempenho, ultimas convocações e até mesmo seu carisma. Muitos duvidam que Ronaldinho seja convocado. Porém, foi escolhido o melhor jogador da década e todas as crianças e jovens querem tê-lo no seu time. Não há nenhuma relação com o desenho", concluiu a assessoria de imprensa da editora.

Fonte: Especial para Terra
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