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Copa do Mundo

Falhas na defesa preocupam seleção dos EUA a caminho da Copa

1 jun 2010 - 12h35
(atualizado às 13h13)
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Jere Longman
Do "New York Times", em Filadélfia

A seleção de futebol dos Estados Unidos partiu para a África do Sul e a Copa do Mundo no domingo, firme na convicção de que pode passar às oitavas de final mas com seus esforços para montar uma defesa firme ainda incompletos.

A vitória por dois a um contra a Turquia no domingo ¿com gols de Jozy Altidore e Clint Dempsey- demonstrou que os norte-americanos são capazes de virar partidas e reter vantagens, ao contrário do que aconteceu no ano passado, quando sofreram viradas da parte da Itália, Brasil e México.

"Creio que nossa mentalidade é a de continuar batalhando, e usar nossas qualidades físicas e espírito de luta para continuar lutando, não importa o que aconteça", disse o meio-campista Michael Bradley.

Ainda assim, a semana passada mostrou muitas falhas na defesa, causadoras de todos os cinco gols que a seleção norte-americana sofreu em partidas contra a Turquia e República Tcheca. Os Estados Unidos têm mais um amistoso de preparação -sábado, contra a Austrália, perto de Joanesburgo- antes da estreia na Copa, contra a Inglaterra em 12 de junho.

"Quando você participa de um torneio como esse, a urgência se torna muito aparente", disse o meio-campista Landon Donovan, que deu os passes para os dois gols do sábado. "Cada partida, cada gol, cada minuto se torna muito importante".

O técnico Bob Bradley está tentando firmar sua defesa insegura, e Steve Cherundolo pode ter conquistado a posição de lateral direito. Jonathan Spector é versátil e seus cruzamentos podem ser úteis, mas ele foi superado na defesa diversas vezes, sábado - e falhou na cobertura ao contra-ataque que resultou no gol da Turquia. Foi substituído no intervalo por Cherundolo, mais calmo e confiável.

"Levamos uma bofetada no primeiro tempo; eles atacaram forte", disse o goleiro Tim Howard.

Oguchi Onyewu voltou à zaga central no segundo tempo, diante da Turquia, depois de jogar por 65 minutos na derrota por quatro a dois contra a República Tcheca. Conseguiu um corte decisivo na grande área depois de uma queda de Jay DeMerit, e diz que se sentiu melhor no sábado que na terça-feira.

Mas essas foram as primeiras partidas do zagueiro em sete meses, depois da ruptura do tendão patelar de seu joelho esquerdo. Ele parece estar mancando ligeiramente ao correr. Prometeu que voltaria com ainda mais força, mas na Copa do Mundo isso será rapidamente testado diante de jogadores como Wayne Rooney e Frank Lampard, no ataque da seleção inglesa.

"Estou bem", Onyewu. "Não acho que os atacantes perceberão que sofri uma cirurgia há sete meses. É claro que estou me recuperando gradualmente e não vou me arriscar".

No meio-campo, Maurice Edu e Jose Francisco Torres parecem oferecer mais habilidade com a bola e visão de jogo do que Ricardo Clark. A posse de bola pode ser importante, na altura da África do Sul, onde os atributos mais apreciados pela seleção norte-americana -o vigor físico e o contra-ataque- talvez sofram no ar rarefeito.

No sábado, Torres deu nova vitalidade ao ataque norte-americano no segundo tempo mas também jogou com firmeza na defesa, o que até agora era um dos pontos fracos de seu jogo e uma limitação ao seu tempo em campo. O armador disse que vem assistindo a vídeos de Michael Bradley para aprender a marcar melhor.

"Creio que amadureci bastante", disse. "Tudo que aprendi, vou colocar em campo. Nos últimos dias, tenho visto vídeos sobre como defender e marcar. Antigamente, eu só marcava um homem, sem prestar atenção aos outros. Agora, estou observando mais e tentando ocupar espaços e roubar a bola".

Outra substituição de intervalo foi Robbie Findley, que entrou no ataque e impressionou com sua velocidade, mobilidade e passe. Ele vem enfrentando dificuldades para marcar gols no Real Salt Lake e sua convocação surpreendeu. Mas Bob Bradley considera que ele possa ocupar o espaço deixado pela ausência de Charlie Davies - assustando as defesas e abrindo espaço para ele mesmo, Donovan e Dempsey nas pontas.

"Robbie foi fantástico", diz Howard. "Passa muito bem. Em uma jogada, ele recuou até a zaga para interceptar um passe adversário; poderia ter deixado a tarefa para outro. Ele tem bom ritmo em campo. Consegue desarmar os zagueiros adversários. Causa problemas aos zagueiros centrais. E seus passes continuam precisos. É um bom fator X para o time".

Dempsey começou o jogo do sábado no ataque, mas a bola parece ter se emaranhado em suas pernas uma ou duas vezes. No segundo tempo, como armador pela esquerda, jogou com mais efetividade e marcou o gol da vitória. Torres e Findley forçaram a abertura da defesa turca, e Donovan encontrou mais espaço também pela direita, onde jogou no começo do ano pelo Everton, da primeira divisão inglesa.

"Saber que podemos começar em desvantagem diante de um bom time e que temos a capacidade e a inteligência necessárias a forçar o jogo e acelerá-lo, atacando com mais agressividade mas sem abrir a defesa, foi uma boa lição para nós", disse Donovan.

Tradução de Paulo Migliacci

Seleção americana já está na África do Sul para a disputa do Mundial
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Foto: AP
The New York Times
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