Espero estar de chinelo e caipirinha na mão em 2014, brinca Valcke
- Celso Paiva
- Direto de Johannesburgo
Às vésperas da abertura da Copa do Mundo de 2010, o secretário geral da Fifa, Jerome Valcke, se mostra tão tranquilo que já fala sobre o Mundial do Brasil. Comemorando o fato de a África do Sul estar "pronta" para receber a maior competição de seleções do planeta, o francês torce para que o cenário se repita em 2014, quando espera andar pelo País de chinelo e com uma caipirinha na mão, sem grandes preocupações.
A brincadeira de Valcke se originou de uma caricatura de si próprio que ele viu publicada em um jornal brasileiro. "Eu aparecia com uma havaiana, uma camiseta florida e um copo de caipirinha na mão. E dizia: 'Jerome legal, fique calmo. O Brasil vai estar pronto'. Estou confiante que seja essa mesma a imagem que eu veja em 2014", afirmou o francês nesta sexta-feira em Johannesburgo, na inauguração do IBC (International Broadcast Centre), o quartel-general da imprensa durante a Copa.
A metáfora foi utilizada pelo dirigente para explicar que a Fifa não quer saber de obras atrasadas e corrida contra o tempo quando o Mundial do Brasil estiver para começar. "A nossa expectativa é que tudo esteja perfeito em 2014, tudo esteja pronto como estamos vendo aqui", disse.
Se os acertos da África do Sul podem ajudar o Brasil a se preparar, os erros devem ser analisados para não serem repetidos. Assim, Valcke voltou a criticar a venda de ingressos para a Copa de 2010 no continente africano.
"Uma preocupação que os brasileiros têm que ter é com relação a uma Copa do Mundo para todos os sul-americanos", afirmou. "Os ingressos têm de ser acessíveis para o povo brasileiro. O acesso à internet, por exemplo, não era possível em todas as regiões da África do Sul, não sei se no Brasil acontecerá a mesma coisa, não sei se na Amazônia terão como possibilitar o acesso à internet".
Na quinta-feira, Valcke já havia prometido mudar a estratégia na venda dos bilhetes para o Mundial de 2014. Para a competição deste ano, os fãs sul-africanos puderam adquirir ingressos a preços mais baixos, cenário que não se repetiu, porém, nos demais países da África, onde a comercialização das entradas ocorreu em um ritmo 76% inferior ao esperado, segundo políticos locais.
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