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Terra na Copa

Valcke rebate, chama governo de "infantil" e diz que irá ao Brasil

3 mar 2012 - 12h35
(atualizado às 15h46)
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O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, classificou neste sábado de "um pouco infantil" a decisão do Brasil, País organizador da Copa do Mundo de 2014, de não aceitá-lo mais como interlocutor da federação internacional, por suas críticas ao atraso nos preparativos. O rompimento foi anunciado neste sábado pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

» Veja fotos das obras e o que falta para os estádios da Copa de 2014

"Se o resultado (de minhas declarações) é que não querem mais falar comigo, se não sou a pessoa com quem querem trabalhar, então é um pouco infantil. Vou viajar ao Brasil no dia 12 de março", disse Valcke em Londres.

Com informações da AFP

Entenda a polêmica

Em entrevista concedida na última sexta, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que os organizadores do Mundial de 2014 precisavam de um "pontapé na bunda" para as obras da Copa do Mundo andarem no País, e afirmou que os preparativos brasileiros estão em "estado crítico".

"As coisas não estão funcionando no Brasil. Muitas coisas estão atrasadas... Acho que a prioridade do Brasil é ganhar o Mundial. Não creio que seja organizar a Copa do Mundo", afirmou Valcke.

"Não entendo por que as coisas não avançam. A construção dos estádios não está acontecendo dentro dos prazos. Por que será?", questionou o secretário. "Os organizadores precisam de um pontapé na bunda".

As palavras não foram bem recebidas pelo governo brasileiro, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou neste sábado que não quer mais Jérôme Valcke como interlocutor da Fifa para os assuntos relacionados à Copa de 2014.

"As declarações são inaceitáveis, inadequadas para o governo brasileiro. As declarações contradizem completamente com o que o próprio secretário falou em sua visita no dia 17 de janeiro. As informações não são verdadeiras, porque os estádios estão inclusive adiantados ao cronograma inicial da Copa", disse Rebelo.

"Diante dessas declarações, que são palavras inadequadas e inaceitáveis para qualquer tipo de relacionamento, o governo brasileiro vai enviar uma carta ao Blatter informando que não aceita mais o secretário geral, Jérôme Valcke, como interlocutor. O governo brasileiro vai continuar trabalhando com a certeza de que o Mundial será um sucesso", completou.

Não é de hoje que Valcke vive às turras com as autoridades brasileiras. Em um último comunicado publicado no site da Fifa, o secretário pediu rapidez com a aprovação da Lei Geral da Copa: "o texto deveria ter sido aprovado em 2007 e já estamos em 2012", declarou.

Em meio ao fogo cruzado entre o governo brasileiro e o secretário-geral da Fifa, o Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) afirmou que ainda ouvirá os dois lados antes de se pronunciar sobre o caso.

Valcke (esq) e Rebelo durante encontro em janeiro: secretário da Fifa ironizou declarações do ministro
Valcke (esq) e Rebelo durante encontro em janeiro: secretário da Fifa ironizou declarações do ministro
Foto: AP
Fonte: Terra
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