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Terra na Copa

BA: "metrô será de quem exigir menor contrapartida", diz secretário

8 out 2012 - 07h47
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Hermano Freitas
Direto de Salvador

Agora sai do papel. Esta é a garantia do governo estadual baiano, que conversou com exclusividade com o Terra por meio do secretário da Casa Civil, Rui Costa, 49 anos. Segundo o economista, os trens metropolitanos terão uma operação assistida para a Copa das Confederações em 2013, após um processo de implantação que ultrapassa os 12 anos.

Metrô de Salvador tenta ficar pronto para a Copa das Confederações
Metrô de Salvador tenta ficar pronto para a Copa das Confederações
Foto: Hermano Freitas / Terra

Primeiro vinculado à prefeitura, a companhia do Metrô de Salvador, criada em 1999, foi assumida pelo governo do Estado em janeiro deste ano. A operação, com aporte da iniciativa privada, deve ter início em caráter experimental no ano que vem. Ganha o consórcio privado que exigir menos dinheiro da Bahia. "Será vencedor da concessão o que der a menor parcela para o Estado pagar", declarou Costa.

Mas o tão esperado Metrô não é a única melhoria prevista para a capital receber os eventos esportivos. Uma série de obras viárias, entre elas duplicações de vias, melhoramento de passeios e construção de viadutos para melhorar a acessibilidade da Arena Fonte Nova é prometida.

Terra - Como está a situação do Metrô?

Rui Costa -

Queremos fazer uma operação assistida para a Copa das Confederações em 2013 na primeira parte. A Linha 1, integralmente, queremos que ela esteja funcionando na Copa do Mundo de 2014 juntamente com algumas estações da Linha 2. Nossa expectativa é que pelo menos até a estação de Pernambués já tenhamos funcionando até a Copa de 2014 e algumas obras viárias.

Terra - Junto a isso, haverá outras obras viárias associadas?

Rui Costa -

Temos algumas obras viárias associadas. Viadutos da Avenida Paralela, faremos alguns viadutos, o primeiro deles no Imbuí. Algumas avenidas como a Gal Costa, que vai se conectar com a Avenida Pinto de Aguiar, duplicando a avenida Pinto de Aguiar. Mais na frente vamos fazer a Avenida 29 de Março, que vai se interligar com a Avenida Orlando Gomes, que também será duplicada. Estas duas avenidas, junto com a Luis Eduardo Magalhães, farão a ligação da BR-324 à Avenida Paralela, que vamos interligar também com a Suburbana. Portanto, teríamos as quatro grandes avenidas interligadas. A Avenida da Orla, a Paralela, a BR-324 e a Suburbana, são as quatro grandes seriam cruzadas pelas avenidas que vamos licitar a partir do final deste ano.

Terra - Todos os retornos da Avenida Paralela serão substituídos por viadutos, é isso mesmo?

Rui Costa -

Isso. Todos os retornos da Paralela saem, sendo substituídos por viadutos, e no canteiro central passaremos com o Metrô até o município de Lauro de Freitas.

Terra - Isso daria maior fluidez à avenida ou é só para abrir espaço ao metrô de superfície?

Rui Costa -

Evidente que isso dá maior fluidez à avenida e é necessário para a colocação do metrô, mas retirando os retornos e com as avenidas você dá passagem direta para o miolo da cidade sem precisar fazer retorno. Evidente que com o metrô vamos diminuir o trânsito. Seja com carros pequenos, as pessoas vão preferir entrar no metrô e chegar mais rápido ao seu destino, como também retiraremos muitos ônibus que hoje engarrafam a Paralela e o miolo da cidade do Iguatemi porque as linhas se tornariam desnecessárias com a implantação do metrô.

Terra - Então o metrô não conviverá com as linhas de ônibus?

Rui Costa -

É evidente que o metrô não é capaz de substituir integralmente as linhas de ônibus. O metrô conviverá com as linhas de ônibus. O que nós não podemos ter é concorrência. Não é bom para o sistema. O ideal é ter complementaridade, não que sejam concorrentes. Queremos organizar o sistema de transporte para que seja complementar, não concorrente.

Terra - O senhor falou em operação assistida durante a Copa das Confederações. Então durante este período não haveria cobrança de tarifa?

Rui Costa -

Isso não está definido, se haverá cobrança ou não. Haveremos de decidir. O que eu chamo de operação assistida é porque é voltada especificamente ao evento. É um evento internacional, de grande porte, então até lá não teremos funcionalidade do Metrô, até porque temos apenas 6 km concluídos. Queremos chegar com operação específica para o evento Copa do Mundo.

Terra - O Metrô operará em esquema de Parceria Público Privada (PPP). Já apareceram interessados?

Rui Costa -

Temos quatro grandes consórcios nacionais que se articulam com grupos internacionais que vão concorrer. Eles já estão credenciados, já participaram de audiências públicas. O governador já esteve na Europa e na Ásia, no sentido de divulgar e atrair investidores, seja para se associarem a um dos quatro ou aos quatro ou para atrair um quinto concorrente.

Terra - Qual será o critério para a escolha do grupo, a menor tarifa?

Rui Costa -

Teremos um projeto-referência. A ideia é que ele seja licitado para quem exija a menor contrapartida do Estado. Há uma parcela do investimento público, uma parcela do investimento privado e a receita da tarifa, mas a receita da tarifa não será o suficiente para remunerar o investimento privado. O Estado terá que aportar uma contrapartida ao longo dos anos da concessão. Será vencedor da concessão o que der a menor parcela para o Estado pagar.

Terra - Além do metrô, o torcedor terá alguma alternativa para chegar à Fonte Nova, através do porto?

Rui Costa -

Vamos ter um terminal específico para o turista. Haverá a possibilidade, para quem chega de navio, de ir a pé para o estádio porque a distância é curta. Sairão do novo terminal caminhando, sobem o elevador Lacerda e, já na cidade alta, caminharão por vias e calçadas que estamos remodelando neste momento porque são ruas e passeios antigos. Estamos alargando, dando acessibilidade, requalificando passeios para dar mobilidade para que cheguem a pé.

Terra - Na Fonte Nova há alguma obra viária em andamento para facilitar o acesso?

Rui Costa -

Em todo o entorno vamos requalificar os passeios. Estamos construindo ali dois viadutos, ampliando um já existente, o do Bonocô, e criando dois outros, um deles jogará direto no estacionamento. E, no entorno, serão realizadas todas as obras viárias no sentido de facilitar o tráfego. Vamos, em parceria com o município, fazer todas as obras viárias no sentido de facilitar o tráfego seja para a Copa das Confederações ou da Copa do Mundo. Estamos fazendo, em todo o entorno, fazendo uma operação específica de reordenamento do tráfego ali na região em parceria com o município.

Terra - O investimento disso sai todo do Estado?

Rui Costa -

Temos recurso do Estado e recurso da União, a maior parte em recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento. Estamos definindo ainda obras complementares, mas diria que nas obras do entorno custarão cerca de R$ 30 milhões. As outras obras que ainda licitaremos no final do ano, portanto não temos o orçamento. Incluindo viadutos e passeios.

Terra - Há um prazo para a entrega destas obras do entorno? É possível garantir para a Copa das Confederações?

Rui Costa -

Todas as obras do entorno do estádio estarão prontas para a Copa das Confederações. As outras obras viárias, da Paralela e de outras partes da cidade, ficarão prontas para a Copa do Mundo.

Fonte: Terra
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