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Daniel Alves acha que a Seleção está “pagando o pato” da crise política

12 out 2015 - 18h11
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Daniel Alves acha que o técnico Dunga e os seus convocados não são os únicos culpados pela indignação popular com a Seleção Brasileira. Acostumado a se posicionar de maneira polêmica, o lateral direito do Barcelona culpou a crise política que o País enfrenta pela pressão exacerbada nas Eliminatórias para a Copa do Mundo.

“O brasileiro está tão revoltado com certas coisas, que todos nós acabamos pagando. Somos a linha de frente dos disparos porque estamos vestindo essa camisa. Ficamos à mercê de tudo isso”, comentou Daniel Alves, antes de ser direto em seu apelo. “Só faço um pedido, se é que posso pedir alguma coisa: que a Seleção Brasileira não pague o pato do Brasil. Estamos pagando o pato da revolta dos brasileiros com outras coisas.”

Os selecionáveis também deram motivos para revolta. Daniel Alves integrou, por exemplo, o time que foi humilhantemente goleado por 7 a 1 pela Alemanha na Copa do Mundo passada. Também estava em campo na eliminação nos pênaltis diante do Paraguai, na Copa América. E caiu com a equipe de Dunga por 2 a 0 para o Chile, na primeira rodada das Eliminatórias.

“Temos inúmeros pontos negros nas nossas carreiras, mas, no final, quando fizermos uma retrospectiva, veremos que haverá mais vitórias do que derrotas. Não podemos nos apegar a isso. Não dá para apagar o que aconteceu, mas não pode ser algo tão marcado nas nossas vidas, porque temos coisas bem mais maravilhosas do que essa fatalidade”, discursou Daniel Alves.

O que também contribui para a falta de identificação de alguns torcedores com a Seleção é o distanciamento. Daniel Alves foi um dos que construíram quase toda a sua trajetória profissional na Europa – está na Espanha, primeiro no Sevilla e depois no Barcelona, há 13 anos.

“As circunstâncias do futebol brasileiro impedem que a gente consiga fazer uma grande carreira no País. Mas, apesar de jogar fora, são tão brasileiro quanto o mais brasileiro daqui, que não sei quem é”, garantiu o lateral direito, que não resiste à tentação do euro. “Somos empurrados à Europa porque temos o objetivo de estabilizar as nossas famílias, de dar boa qualidade de vida. Os clubes brasileiros não te preparam para subir, e sim para vencer. Somos moedas de troca.”

Seja como for, Daniel Alves está em Fortaleza e terá mais uma oportunidade de amenizar a revolta da torcida nacional. Será contra a Venezuela, na noite desta terça-feira, no Castelão. “Se pensarmos nos tapas que levamos, não chegaremos a lugar algum. Sabemos que não temos a credibilidade de outros momentos, mas buscamos retomar essa confiança. Nosso comprometimento é muito grande e independe das opiniões das pessoas. Amamos estar aqui e representar o Brasil”, bradou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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