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David Beckham: qualidade atestada por grandes clubes

16 mai 2013 - 20h49
(atualizado às 21h19)
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O jogador britânico David Beckham, de 38 anos, que anunciou nesta quinta-feira sua aposentadoria do futebol profissional, sai de cena consagrado como um melhores de sua geração.

Seu valor é comprovado por passagens nos maiores clubes do mundo. Críticos podem apontar algumas de suas limitações, mas Beckham é um dos poucos que pode se gabar de ter jogado no Manchester United, Real Madrid, Milan e Paris St-Germain - este último onde decidiu terminar sua carreira.

Com tal currículo, não há dúvida de que, embora frequentemente sob a mira de fotógrafos e acompanhado de estrelas do showbiz, como sua esposa, a ex-Spice Girl Victoria, Beckham seja um dos maiores craques do futebol mundial dos últimos tempos.

E, ao anunciar sua aposentadoria após ter conquistado o título do campeonato francês para o PSG, apesar de ter contribuído pouco para a vitória, o britânico pode relembrar com orgulho uma carreira cujo ponto de partida se deu há quase duas décadas, quando o garoto de Old Trafford marcou um gol incrível da linha do meio-campo contra o Wimbledon no estádio Selhurst Park.

O feito ocorreu na abertura da temporada do campeonato inglês de 1996/1997.A carreira duradoura e o rosto conhecido mundo afora transformaram a decisão do jogador em manchete no mundo inteiro nesta quinta-feira.

Homenagens

A fascinação pelo craque permanece forte. As homenagens praticamente imediatas de todas as áreas da comunidade futebolística refletem a manignitude da contribuição de Beckham para o esporte.

Beckham sempre enfatizou que, apesar de levar um estilo de vida digno de uma celebridade internacional, o futebol era o que, em última instância, realmente lhe interessava.

Não é à toa que ele pendura as chuteiras como um dos melhores jogadores de futebol a ter pisado nos gramados ingleses.

Beckham ganhou pelo Manchester United seis títulos da liga inglesa, duas Copas da Inglaterra e, principalmente, a Liga dos Campeões da UEFA, quando em maio de 1999, no estádio espanhol Camp Nou, em Barcelona, o clube inglês derrotou o alemão Bayern de Munique, com um gol de Teddy Sheringham e outro de Ole Gunnar Solksjaer, na prorrogação.

As vitórias também contribuíram para incluir o nome de Alex Ferguson, técnico do Manchester United que anunciou na semana passada que se aposentará no final da temporada, na história de glórias do futebol inglês.

Com Beckham em seu time, Ferguson ganhou a Tríplice Coroa, tendo vencido a liga inglesa, a Copa da Inglaterra e a Liga dos Campeões da UEFA.Beckham deixou o Manchester United pelo Real Madrid quando sua relação com Ferguson começou a definhar, especialmente após o episódio em que o jogador se feriu - e teve de levar cinco pontos no supercílio.

Na ocasião, Fergusou atirou um par de chuteiras no rosto de Beckham após a derrota do time para o Arsenal na Copa da Inglaterra em fevereiro de 2003. A saída de Old Trafford, no entanto, não causou grandes abalos na carreira do astro do futebol inglês. Além de levantar o troféu da liga francesa para o PSG, Beckham ganhou os campeonatos espanhol e americano.

Ele também é o primeiro jogador britânico a ganhar títulos em quatro países - prova cabal de seu profissionalismo.

Ídolo

Como jogador, no entanto, pode-se dizer que Beckham nunca fez parte do rol dos "gênios" do futebol. Mesmo assim, ele tem uma excelente visão de passe.

Complementam suas virtudes o desempenho acima do comum nas bolas-parada, o implacável profissionalismo e a ética no trabalho.

Em jogo, Beckham era um mestre em administrar o tempo da partida a seu favor e foi agraciado com uma inteligência natural para o futebol.

Para o clube e para o país, foi uma carreira de altos e baixos, uma trajetória pontuada por capas de jornais e cliques de câmeras fotográficas.

Um de seus piores momentos ocorreu na Copa do Mundo de 1998 na França, quando foi expulso por chutar o argentino Diego Simeone em retaliação a uma falta sofrida momentos antes.

A Inglaterra acabou perdendo da Argentina nos pênaltis e foi eliminada nas oitavas-de-final.

Considerado o grande culpado pela derrota da seleção inglesa, Beckham foi massacrado por torcedores e pela imprensa. Depois desse episódio, o craque inglês precisou de algum tempo para limpar sua imagem.

Contudo, conseguiu dar a volta por cima com excelência. Beckham é o meia britânico que mais vezes foi convocado nessa posição na história do futebol do país.

O jogador também foi elevado à categoria de "salvador" do futebol inglês após um tiro livre dado por ele no último minuto da partida resultou em um empate contra a Grécia em Old Trafford, assegurando à Inglaterra um lugar na Copa do Mundo do Japão e da Coreia do Sul em 2002.

Frustração

E talvez essa seja a maior frustração da carreira de Beckham: ele nunca ganhou uma Copa do Mundo.

No Japão, Beckham ainda se recuperava de uma lesão no metatarso e seu desempenho foi pífio.

Dois anos depois, o craque inglês também decepcionou na Liga dos Campeões de 2004 em Portugal.

Aparentando cansaço e perda de peso, o jogador perdeu pênaltis importantes.

Quando a Inglaterra do técnico Sven-Goran Eriksson teve o mesmo destino na Copa do Mundo da Alemanha, dois anos depois, Beckham já havia sucumbido a uma lesão no tornozelo e terminou o torneio aos prantos na concentração da seleção inglesa em Baden-Baden, renunciando ao posto de capitão dado a ele por Peter Taylor em 2000 durante uma entrevista coletiva emocionante.

Beckham fez sua última aparição na seleção inglesa em uma vitória contra a Bielorrúsia em 2009, mas uma séria lesão no tendão de aquiles fez com que o seu único envolvimento na Inglaterra comandada pelo italiano Fabio Capello na África do Sul em 2010 ficasse restrita ao apoio aos companheiros do banco de reservas.

Nos últimos meses, já no PSG, seu impecável timing nas partidas já dava sinais de que não era o mesmo. Isso ficou claro durante sua exibição pelo time francês contra o Barcelona durante a última Liga dos Campeões.

Queda de produção

Os bons passes continuaram, mas Beckham era driblado todo o tempo e não conseguia mais ter o controle sobre o jogo mostrado quando jovem - uma consequência perfeitamente compreensível da passagem do tempo.

O momento para dar adeus aos gramados foi triste, porém, preciso.

Para aqueles de nós que o acompanharam durante tantos anos em torneios dentro e fora da Inglaterra - e talvez também para quem temia que Beckham se transformasse mais em 'forma' do que 'conteúdo', não há sentimento senão o de admiração por sua capacidade de se comunicar com os fãs. Nesse contexto, ele paira acima das críticas.

Beckham sempre foi o protagonista de qualquer visita da seleção inglesa. Em 2002, no Japão, as fãs do jogador ficaram histéricas com sua presença.

Ele era incrivelmente cortês, educado e profissional no seu relacionamento com a imprensa e também o perfeito porta-voz da Federação de Futebol da Inglaterra e, por que não dizer do país, quando viaja pelo mundo.Aquele choro em Baden-Baden demonstrou o quanto vestir a camisa da seleção inglesa significava para ele e certamente um de seus maiores arrependimentos será o de não ter trazido para sua pátria um título da Copa do Mundo.

A carreira de Beckham no futebol - altamente notável e bem sucedida - pode ter chegado ao fim, mas definitivamente não será o último capítulo de sua história.

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