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Denunciante do “caso Neymar” pede inclusão de Bartomeu no processo

29 jul 2014 - 10h32
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O sócio do Barcelona responsável pelas denúncias que abriram as investigações sobre a transferência de Neymar para o Barcelona, Jordi Cases, apresentou nesta terça-feira à Audiência Nacional (tribunal com sede em Madri) a documentação necessária para que o atual presidente do clube catalão, Josep Maria Bartomeu, e o vice-presidente econômico do Barça, Javier Faus, seja incluídos no processo.

Agora, caberá ao juiz responsável pelo caso a inclusão ou não dos dois dirigentes no processo, que investiga uma possível sonegação de impostos por parte do Barcelona na contratação de Neymar. Sandro Rosell, presidente do clube à época da transferência, e Antoni Rossich, diretor geral do clube, já prestaram depoimentos.

O advogado de Cases, Felipe Izquierdo, afirmou, em entrevista ao canal Televisión de Catalunya, que a intenção é isentar o Barcelona de culpa. "Que Rosell, Bartomeu e Faus, como pessoas físicas, assumam as possíveis quantias econômicas em forma de multa ou sanção"."O que queremos é personalizar a demanda, que não seja o Barcelona como entidade jurídica a ser condenado se foram as pessoas que cometeram os delitos. É uma intenção de proteger o clube como instituição e penalizar os que fizeram uma má gestão caso o juiz considere que houve delito", disse Cases ao jornal As.

Para tentar evitar multas maiores, o Barça já devolveu aos cofres públicos 13,5 milhões de euros (R$ 43,4 milhões), valor referente a impostos sonegados pelo time espanhol quando da contratação de Neymar, em junho do ano passado.

A Receita espanhola calcula que o Barcelona deixou de declarar, no total, quase 38 milhões de euros (R$ 125,5 milhões), que obrigariam o clube a pagar 9,1 milhões de euros (R$ 30,1 milhões) em tributos. Os valores representam a quantia que as empresas do pai de Neymar receberam pelo acordo - 10 milhões de euros (R$ 33,1 milhões) como adiantamento, em 2011, e 27,9 milhões de euros (R$ 92,3 milhões) no ano passado.

Alegando ter recebido "apenas" 34 milhões de euros (quase R$ 111 milhões) - dos quais 17 milhões de euros (R$ 55,5 milhões) -, o Santos tenta acessar os documentos da transferência para julgar se foi lesado ou não. Enquanto o Barcelona declara ter gastado 86,2 milhões de euros (R$ 280,60 milhões), o jornal El Mundo sustenta que os catalães desembolsaram 95 milhões de euros (R$ 310 milhões) para contar com o futebol de Neymar.Entenda o caso:

Neymar se transferiu ao Barça em julho do ano passado, após conquistar o tetracampeonato da Copa das Confederações com a Seleção Brasileira. Na época, os valores não foram divulgados, mas, meses depois, o até então diretor Josep Maria Bartomeu revelou que o negócio custou 57 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões). Este valor, então, passou a ser adotado como oficial até mesmo pelo então presidente do Barça, Sandro Rosell.

Porém, no fim de janeiro um sócio do clube catalão acusou o mandatário de desviar 40 milhões de euros (cerca de R$ 130 milhões, na cotação atual) a uma empresa do pai de Neymar durante a transação. Ainda segundo a acusação, devem ser contabilizadas as luvas recebidas pelo craque, as parcerias sociais e de marketing e o acordo de prioridade com o Santos, que elevariam os valores da transferência aos 86,2 milhões de euros (R$ 284,5 milhões). A polêmica está sendo investigada pela Justiça espanhola, e fez com que Sandro Rosell renunciasse à presidência do clube de Camp Nou.

Depois dos esclarecimentos de Neymar pai, o Santos revelou que não tinha conhecimento sobre o acordo firmado entre o jogador e o Barcelona em 2011, e declarou que pleiteará o acesso aos contratos envolvendo o negócio. A DIS, grupo de empresários que detinha 40 % dos direitos econômicos de Neymar, sentiu-se lesada e estuda processar Santos, Barcelona e as empresas ligadas ao pai do jogador.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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