PUBLICIDADE

Desafetos, treinadores comemoram vitória inédita na São Silvestre

1 jan 2013 - 10h04
(atualizado às 19h49)
Compartilhar

Desafetos, os técnicos Moacir Marconi, mais conhecido como Coquinho, e Alexandre Minardi, do Cruzeiro, estão há aproximadamente 30 anos na Corrida Internacional de São Silvestre, mas comemoraram uma vitória na prova apenas na última segunda-feira.

Coquinho empresaria e treina atletas africanos na cidade de Nova Santa Bárbara, interior do Paraná. Minardi era abertamente contra a presença dos estrangeiros em provas de rua no Brasil, o que motivou seu desentendimento com Marconi. Para vencer a São Silvestre, no entanto, ele recorreu à queniana Maurine Kipchumba.

"Estou batalhando há 29 anos para ser campeão da São Silvestre. Graças a Deus, a queniana contratada pelo Cruzeiro deu um verdadeiro show e ganhou com sobras. Estou muito feliz, não tenho nem palavras. Uma vitória na São Silvestre é diferente, emocionante", afirmou Minardi.

Decidido a se render aos africanos, o diretor técnico de atletismo do Cruzeiro contratou Kipchumba, campeã da Volta Internacional da Pampulha no último dia 9 de dezembro, junto à equipe Luasa para representar o clube mineiro apenas na São Silvestre.

"É claro que seria melhor ganhar com um brasileiro, mas não tem problema. Não interessa se é africano, argentino, alemão, russo ou brasileiro. O que importa é ver o Cruzeiro no pódio. Eu, Alexandre Luis Minardi, já posso morrer feliz, porque sou campeão da São Silvestre e meu sonho foi concretizado", declarou.Além de investir em Maurine Kipchumba no feminino, Minardi contratou o também queniano Joseph Aperumoi, campeão e recordista da Meia Maratona de São Paulo, para o masculino. Ele chegou a brigar pela vitória, mas acabou superado pelo compatriota Edwin Kipsang, treinado por Coquinho, na São Silvestre.

"Eu valorizo o segundo lugar do Aperumoi, foi um segundo com valor de primeiro. Estou considerando o Cruzeiro campeão no masculino e no feminino. Com todo respeito ao queniano que venceu. Ele mereceu, teve mais sprint e está de parabéns. Mas considero o Aperumoi campeão também", afirmou.

Antes de investir nos quenianos, Minardi combateu abertamente a presença dos africanos em provas de rua no Brasil. Em 2009, por exemplo, sugeriu à Confederação Brasileira de Atletismo (Cbat) um máximo de três representantes do continente por prova - a entidade estabeleceu um limite de três atletas por país em eventos da chamada Classe A-1, como a São Silvestre, mas pode rever o número a seu critério em provas deste nível.

"O único que posso dizer é que o peixe morre pela boca", declarou Coquinho em alusão à mudança de postura de Minardi. "Eu sempre fiquei na minha, deixei quieto. Investi muito em mim para ter uma cultura diferenciada. Não posso me nivelar a certas pessoas, porque estaria perdendo meu tempo", acrescentou o técnico e empresário.Assim como seu desafeto, ele comemorou a quebra de um longo jejum na 88ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre. O queniano Edwin Kipsang, que treina com Coquinho no interior do Paraná, proporcionou ao técnico sua primeira conquista na corrida.

"Depois de 32 anos de São Silvestre como atleta, técnico e agente, parei de bater na trave e ganhei a prova. É um dia muito especial para mim, foi fantástico e adorei o resultado. O Kipsang é um garoto de 22 anos que está no Brasil pela segunda vez e já ganhou", celebrou.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
Publicidade