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Desprestígio no exterior faz juízes brasileiros sofrerem em rankings

Listas recentes de referências internacionais ratificaram pouco sucesso dos árbitros do Brasil. Eles apontam razões para a situação

11 fev 2013 - 10h45
(atualizado às 11h29)
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Wilson Luiz Seneme deve representar o Brasil na Copa 2014
Wilson Luiz Seneme deve representar o Brasil na Copa 2014
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Referência mundial na elaboração de rankings, a Federação Internacional de História e Estatística (IFFHS) publicou duas classificações sobre a arbitragem internacional nos últimos dias. Ambas as listas, elaboradas com votos de aproximadamente 100 colaboradores de diferentes países, apontaram para o desprestígio da arbitragem brasileiro no exterior.

Em um dos rankings que diz respeito ao século atual, o mais bem colocado foi Marcio Rezende de Freitas, apenas na 38ª posição. Na lista seguinte, referente à temporada 2012, não havia qualquer brasileiro entre os 15 melhores do mundo. Nessa classificação, por sinal, o País só foi representado em duas vezes nos últimos 13 anos. O cenário é idêntico no site World Referee, especializado na análise da arbitragem e que elabora classificações anuais: de 2008 até hoje, só houve uma menção a brasileiros. 

Para compreender a situação, o Terra ouviu os dois brasileiros de melhor reputação desde a aposentadoria de Carlos Eugênio Símon. Sálvio Spínola, que deixou o apito no último ano, teve seu ápice internacional ao comandar a decisão da Copa América 2011, entre outras competições no exterior. Ao saber que perderia a chancela de árbitro Fifa, resolveu parar de apitar. Só ele e o próprio Márcio Rezende de Freitas, entre os brasileiros, foram lembrados pela IFFHS neste século. 

"Não considero crítico esse fato", explica Sálvio. "Fiquei bem cotado porque apitei da Copa América e muitos jogos das Eliminatórias. Se o Brasil tivesse ido para a final, não apitaria e não ficaria bem posicionado. Há um equatoriano bem posicionado porque esteve no Mundial de Clubes. Não poderia estar um brasileiro porque o Corinthians disputava", recorda. Segundo ele, a falta de escalas em muitos momentos internacionais, justamente por esse motivo, prejudica. Na Copa Libertadores, desde Márcio Rezende em 2001, não há juiz brasileiro na final. 

O efeito Símon e o "prazo de validade" de Seneme

Representante brasileiro nas últimas três Copas do Mundo, Carlos Eugênio Símon jamais conseguiu destaques nos rankings da IFFHS e do site World Referee. Em dois dos Mundiais, 2002 e 2006, Símon ficou marcado por erros em partidas de grandes seleções - respectivamente, Inglaterra e Itália. Já na Copa da África do Sul, foi retirado quando o Brasil de Dunga avançou às quartas de final. "O Larrionda (Jorge, uruguaio) foi mandado embora pela Fifa por erro e mesmo assim é bem pontuado porque apitou jogos importantes", observa Sálvio. 

O Terra também ouviu Wilson Luiz Seneme, o juiz brasileiro indicado para a Copa do Mundo de 2014. Para o World Referee, em 2011, ele foi o terceiro melhor do mundo. "É difícil de opinar quando não se sabe o processo de escolha, mas é como com os jogadores. Os brasileiros ou argentinos precisam estar na Europa para serem eleitos. Não temos a oportunidade de mostrar nosso trabalho", diz sobre o pouco espaço em jogos internacionais. 

Apontado como próxima referência internacional da arbitragem brasileira, Seneme deve pendurar o apito na temporada 2015, o que limita suas possibilidades de ocupar o espaço aberto. A situação já havia sido alardeada por Sérgio Correa, ex-presidente da Comissão de Arbitragem. Wilton Pereira Sampaio foi recentemente incluído ao quadro da Fifa e, com 33 anos, é a principal aposta de longo prazo. No último Campeonato Brasileiro, apesar de ser eleito o melhor da competição, ele teve sete erros importantes. Os dados são do site especializado Placar Real. 

Fonte: Terra
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