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Dono da 9, Fred diz que vai "resolver" sempre que time precisar

17 jun 2013 - 14h34
(atualizado às 14h54)
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Ainda que a camisa 10 seja a mais emblemática da seleção brasileira, não se pode desprezar o peso da 9, especialmente pelo papel desempenhado por Ronaldo. Fred, o atual dono do número destinado aos artilheiros, promete "resolver" sempre que o time precisar e vê o Mundial de 2014 como "ápice" da carreira.

"Na posição que eu jogo, não dá pra ser diferente. O que se espera de um camisa 9 é estar sempre preparado e fazendo os gols", disse o atacante, escolhido pelo técnico Luiz Felipe Scolari para ser o homem de referência do ataque do Brasil na Copa das Confederações, em entrevista à Reuters.

Fred, de 29 anos, está entre os mais experientes do time que tenta levar o Brasil ao título na primeira competição mundial disputada em casa desde a derrota para o Uruguai na Copa do Mundo de 1950. Tem na bagagem, inclusive, a disputa do Mundial de 2006. Mas até o ano passado parecia improvável que ele tivesse outra oportunidade.

Sem espaço na equipe sob comando dos antecessores Dunga e Mano Menezes, tanto por contusões como por supostos problemas fora de campo, o jogador teve suas esperanças renovadas com a chegada de Felipão ao comando do time, no fim de 2012.

Com quatro gols em seis jogos disputados desde a volta do treinador pentacampeão do mundo, o atacante consolidou-se como o homem responsável por empurrar para as redes as jogadas de Neymar, Oscar e companhia.

Além dos gols, Fred conta com outro quesito importante aos artilheiros: a autoconfiança. "Qualquer oportunidade que aparecer, eu não vou desperdiçar. Sempre que a seleção precisar de mim, eu vou resolver."

A Copa das Confederações, que começou no sábado com a vitória do Brasil por 3 x 0 sobre o Japão, é vista como o teste para Fred acabar de vez com a desconfiança e confirmar sua vaga no palco principal do futebol mundial.

"Disputar uma Copa do Mundo como titular seria o ápice da minha carreira. Imagino todos os dias disputar esse Mundial e estou muito focado nesse projeto, que é um sonho de todo jogador. Vestindo essa camisa 9, então...", afirmou o atacante, em entrevista concedida à Reuters por email da concentração da seleção, antes da estreia no torneio.

A carreira de Fred teve um início meteórico, que o levou ao futebol europeu com apenas 21 anos, no Olympique de Lyon, onde permaneceu por três anos e meio. Fred estava em evidência e ocupou a reserva de luxo do ataque formado por Ronaldo e Adriano na Copa da Alemanha, inclusive marcando um gol, na vitória por 2 x 0 sobre a Austrália.

Problemas com contusões, no entanto, o fizeram perder espaço na seleção nos anos seguintes, e o atacante ficou fora da Copa do Mundo de 2010 um ano após ter retornado ao Brasil para defender o Fluminense, aparentemente num passo atrás na carreira.

Mas, ao contrário, Fred transformou-se no símbolo do time carioca na conquista do Campeonato Brasileiro de 2010, pela primeira vez desde 1984, e agora busca ocupar um espaço que está vago na seleção brasileira desde que Ronaldo deixou a equipe.

"Vestir a camisa da seleção é uma honra. O número 9, sendo titular e dentro de casa, é um prazer ainda maior. Claro que a responsabilidade e a pressão existem, e são muito grandes, mas a vontade de fazer o melhor pelo Brasil e conquistar essa Copa das Confederações supera qualquer adversidade", afirmou o atacante, que garantiu estar recuperado de uma fratura incompleta nas costas sofrida antes de se apresentar à seleção.

"DIA INFELIZ" PODE CUSTAR CARO

Remanescente do time de 2006, que chegou à Alemanha como franco favorito ao título mas sucumbiu diante da França nas quartas de final, Fred destaca as diferenças entre aquela equipe, então treinada por Carlos Alberto Parreira, e a atual seleção que está sendo preparada por Felipão.

Segundo ele, o time de agora se assemelha à equipe do próprio Felipão antes da conquista da Copa do Mundo de 2002 no Japão e Coreia do Sul.

"Essa seleção não é tão rodada e experiente como aquela (2006)... Naquela ocasião, tínhamos o Ronaldinho como melhor do mundo, Ronaldo, Kaká, Adriano", disse.

"No atual momento, ainda estamos nos ajustando e seguindo num caminho muito bom. Se lembrarmos 2002, a seleção também não parecia pronta um ano antes da Copa. E saiu campeã."

Fred, que estabeleceu como meta pessoal marcar um gol por jogo na Copa das Confederações, passou em branco na primeira partida da equipe na competição. Ainda por cima, viu o reserva Jô marcar o terceiro gol brasileiro após entrar em campo no seu lugar.

Ele prometeu "resolver" sempre que a seleção precisar dele, mas reconheceu que o time ainda está em formação.

"Todos sabem que depois da primeira fase, os mata-matas decidem quem vai sair com o título e, nessas condições, um dia infeliz pode nos custar o título", disse.

"Estamos nos preparando para todas as situações, vamos em busca do título e temos qualidade para esse troféu. No entanto, o trabalho do Felipão e o que estamos fazendo não podem ser questionados se o título não vier."

A seleção brasileira volta a campo na quarta-feira contra o México, em Fortaleza, em busca de uma vitória que praticamente classificaria o time com antecedência para as semifinais da Copa das Confederações. A equipe encerra a participação na primeira fase contra a Itália, em Salvador, no dia 22.

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