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Duelo Heynckes X Klopp na final da 'Champions'

23 mai 2013 - 17h43
(atualizado às 17h53)
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A final da Liga dos Campeões deste sábado entre o Bayern de Munique e o Borussia Dortmund será um duelo entre o "velho sábio" Jupp Heynckes e o "jovem gurú" Jurgen Klopp, dois treinadores com estilos e trajetórias bem diferentes.

Aos 68 anos, Jupp Heynckes sonha com o apogeu no crepúsculo de uma carreira na qual conquistou quase tudo como jogador e como técnico.

Como atacante do Borussia Moenchengladbach, ele venceu quatro vezes a Bundesliga e uma vez a Copa da Uefa, em 1975. Com a seleção alemã, foi campeão da Europa em 1972 e do mundo em 1974.

Como técnico, conquistou três Campeonatos Alemães com o Bayern, o último neste ano, e uma Liga dos Campeões com o Real Madrid em 1998.

Em 2004, ao substituir Heynckes como treinador do Schalke 04, Rudi Assauer decretou: "Jupp é um futebolista da velha guarda".

Contudo, o Bayern o tirou da aposentadoria em 2009 para que ele treinasse a equipe bávara no lugar de Jurgen Klinsmann, nos últimos cinco jogos da temporada.

Com o ânimo renovado, Heynckes assinou pouco depois com o Bayer Leverkusen, classificando a equipe para a Liga dos Campeões antes de voltar ao Bayern pela porta da frente em 2011.

Com a aposentadoria definitiva se aproximando, já que na próxima temporada ele será substituído por Pep Guardiola, Heynckes dará adeus com dois recordes na bagagem: Campeão da Bundesliga com mais rodadas de antecedência (a seis rodadas do fim) e com o maior número de pontos (91).

Além do mais, Heynckes poderá conquistar uma tríplice coroa inédita no futebol alemão se vencer a 'Champions' neste sábado contra o Borussia e a final da Copa da Alemanha em 1º de junho contra o Stuttgart.

Para isso, ele terá que passar por Jurgen Klopp, um técnico de 45 anos em plena ascensão.

Klopp, que jogou no Mainz na segunda divisão quando era jogador, começou como treinador no próprio clube, levando-o à elite do futebol alemão pela primeira vez em sua história em 2005.

A energia contagiante e os bons resultados atraíram o interesse dos grandes clubes, e Klopp acabou assinando com o Borussia Dortmund, campeão da Bundesliga em 2011 e 2012.

O temperamento forte de Klopp, que comemora os gols da equipe com arrancadas, pulos e socos no ar, é o oposto do passivo Heynckes.

Como comandantes, os dois são conhecidos pela capacidade de tirar o máximo dos jogadores, sabendo reconhecer os pontos fortes de cada um.

Heynckes conseguiu também focar os jogadores nos objetivos esportivos, sem permitir qualquer interferência de vaidade e ego individual, algo muito presente no Bayern.

Com isso, a briga pela única vaga de atacante titular da equipe, disputada por Mario Mandzukic, Mario Gómez e Claudio Pizzarro, nunca se degenerou a ponto de virar novela, como era esperado num clube que já foi chamado de "FC Hollywood".

Já Klopp pode se gabar de ter descoberto jogadores desconhecidos como Robery Lewandowski, autor de quatro gols na semifinal da 'Champions' contra o Real Madrid, além de ter ajudado no amadurecimento dos jovens Mats Hummels, Mario Gotze e Marco Reus.

O técnico do Borussia é conhecido também por seguir alguns conceitos como o otimismo, o jogo vistoso e a seriedade no trabalho, nunca se deixando levar muito a sério.

O esquema de jogo dos treinadores é parecido. Ambas as equipes jogam num 4-3-2-1 intenso, com pressão na saída de bola e toques rápidos.

As equipes são tão parecidas em campo que em fevereiro, Klopp acusou o Bayern de copiar o estilo de jogo da equipe de Dortmund.

Heynckes não achou graça, dizendo que faltava "grandeza" na derrota ao colega, e lembrando que o Bayern está na elite do futebol "desde antes de Klopp começar a carreira de treinador e graças ao próprio estilo de jogo".

Klopp acabou pedindo desculpas, aceitas por Heynckes, mas a final deste sábado em Wembley servirá de parâmetro e definirá quem é o melhor técnico na Alemanha.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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