Dunga alerta "trio da Ásia" para críticas severas na Seleção
A opção por chamar apenas Diego Tardelli entre os três selecionáveis que se transferiram para o mundo asiático, segundo Dunga, foi apenas pontual. Se a declaração de que continuará observando serve de alento para Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, por outro lado o treinador fez um alerta ao trio que atuará na China e nos Emirados Árabes.
“As críticas a um jogador que atua no Brasil, na Europa, e que porventura não render, vão ser menos severas. Mas se for com um cara que está na Ásia, aí todo mundo vai começar a falar: ah eu já sabia, estão num país que não é competitivo. Então o jogador terá que estar preparado para isto”, afirmou.
Para os amistosos contra França e Chile, especificamente, a opção foi por chamar apenas o jogador que vinha atuando como titular. A explicação é pelo começo de temporada nos campeonatos em questão e a falta de parâmetros neste primeiro momento.
“Eles estão em pré-temporada lá, então não temos os observado diariamente. Chamar três jogadores que estão recém-iniciando significa quase 30% da equipe. Então optamos por apenas um, que já era titular da Seleção (Diego Tardelli). Isto diminui o risco de trazer jogadores no top do condicionamento físico, principalmente em um jogo contra uma seleção em que jogadores estão em ritmo de competição”, disse.
Veja o que mais Dunga falou sobre o tema:
Lado bom de jogar em "países periféricos"
"Eu tive a experiência de jogar no Japão, e, curiosamente, o atleta fica mais concentrado nestes países. Porque vai atuar contra jogadores que não são tão competitivos, mas que conseguem fazer as coisas mais difíceis e errar as mais fáceis. Você tem que ficar ligado o jogo todo. Isto, querendo ou não, mantém o condicionamento dos jogadores. Eles vão ser muito mais observados e sofrerão muito mais cobranças quando chegarem à Seleção".
Desvalorização do futebol brasileiro?
"Ouvi bastante gente falar que jogador brasileiro não está mais valorizado. Mas eu acho muito que a questão é mais simples. Alguns países da Europa não têm mais condições de comprar os melhores jogadores. A China é emergente, está investindo muito no futebol e vem levando uma escola de treinadores para eles crescerem no futebol."
Como vai acompanhar o futebol chinês, por exemplo?
“Nós também temos profissionais que trabalham naquele país, então vai dar para observar. Isto é uma novidade maior. Falam que ser treinador de seleção da Europa é melhor porque não precisa viajar. Que bom, né? O do Brasil vai viajar muito mais e ter mais dificuldade... Mas isso faz parte. Vamos buscar informações com profissionais da área, assistir aos jogos e, quando o jogo pedir, ir até lá acompanhar do estádio”