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Sem apoio, Dunga cobra união nacional durante Eliminatórias

10 set 2015 - 12h38
(atualizado às 14h55)
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Assim que passou pelo portão de desembarque do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, nesta quinta-feira, Dunga lançou um sorriso irônico e soltou uma reclamação. “Quando [a Seleção] ganha não vem ninguém”, disse o técnico, referindo-se à ausência de jornalistas para recebê-lo no Brasil após as vitórias nos amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos. Ao conceder entrevista, o treinador se queixou da falta de apoio aos jogadores canarinhos e cobrou uma postura diferente dos torcedores que pretendem assistir aos jogos da Seleção durante as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Dunga se mostrou contrariado ao ser questionado sobre a fragilidade que os Estados Unidos apresentaram na derrota por 4 a 1 para o Brasil, em Boston, na terça-feira. Os norte-americanos venceram os algozes brasileiros Holanda e Alemanha em amistosos recentes, mas não tiveram desempenho satisfatório diante da Seleção. “Os EUA são muito fortes. Mas, quando o Brasil vence, eles são frágeis. Quando nós perdemos nós somos fracos e quando nós ganhamos os outros é que são ruins. O Brasil imprimiu um ritmo que talvez eles não esperassem por tudo que se comentava da Seleção Brasileira. Eles vieram com uma forma de jogar e viram que a realidade não correspondia bem ao que as pessoas estavam falando”, afirmou.

Dunga ironizou a falta de jornalistas no desembarque em São Paulo: "quando ganha ninguém vem"
Dunga ironizou a falta de jornalistas no desembarque em São Paulo: "quando ganha ninguém vem"
Foto: Getty Images

As cobranças sobre a Seleção, em grande parte motivadas pelo fiasco na Copa do Mundo de 2014, têm preocupado a CBF. Antes da Copa América, o Brasil jogou um amistoso com o México, em São Paulo, e outro com Honduras, em Porto Alegre. No primeiro, a torcida permaneceu em silêncio durante todo o jogo. Já no segundo, a equipe deixou o Beira-Rio sob vaias do público. Para evitar este tipo de comportamento e preservar os atletas, a entidade que regula o futebol brasileiro marcou os primeiros jogos em casa nas Eliminatórias para a Região Nordeste, onde a Seleção costuma ter uma acolhida mais calorosa por parte da torcida.

Para Dunga, é preciso que haja uma união nacional para empurrar o Brasil na competição que garante vaga na Copa do Mundo da Rússia. “O futebol evoluiu, mas nós temos que evoluir também. O Chile inteiro jogará contra o Brasil nas Eliminatórias. No Uruguai, o país se mobiliza porque sabe como é difícil se classificar. Mas, no Brasil, nós ainda temos uma mentalidade muito regionalizada. Esses países têm outra cultura e torcem pela seleção que vai a campo, independentemente do treinador ou do jogador que estará lá. Somos muito reticentes com isso e torcemos mais pelas pessoas do que pela Seleção”, disse o técnico.

“Todos nós temos que mudar este pensamento e saber o momento de conversar e expor as coisas para o torcedor. Os EUA, por exemplo, eram bons para caramba, mas quando jogou com o Brasil virou um time frágil. Temos que passar para a torcida que existem momentos em que a Seleção jogará bem, mas em outros não. E quando nós jogarmos bem, isso precisa ser valorizado”, concluiu.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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