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Eliminatórias 2014

Elogiado e decisivo, Júlio Baptista luta contra estigma

1 abr 2009 - 10h23
(atualizado às 12h09)
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Ele é elogiado por técnicos por sua versatilidade, tem histórico de ser decisivo, mas não faz parte das rodinhas de discussão que tentam achar a formação ideal da Seleção Brasileira. A trajetória de Júlio Baptista merece atenção por colocar em xeque os benefícios de ser estigmatizado como um jogador polivalente.

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No último domingo, o jogador da Roma entrou no segundo tempo da partida contra o Equador, deu nova movimentação ao time e marcou o único gol brasileiro no empate por 1 a 1 em Quito. Porém, nada indica que o meio-campista deixará o banco de reservas na partida desta quarta-feira, contra o Peru, no Estádio do Beira-Rio.

Júlio Baptista só foi titular em uma partida da Seleção nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. E foi logo contra a Argentina, no empate por 0 a 0 no Estádio do Mineirão. Fora isso, o jogador participou de apenas mais quatro partidas, sempre como opção de Dunga para o segundo tempo.

Mesmo com o bom desempenho no último domingo, o meio-campista mostra timidez para pedir uma chance como titular. "Eu venho fazendo o meu trabalho e ganhando a confiança do Dunga. Isso só me ajuda a entrar mais tranqüilo porque tenho oportunidade de mostrar meu futebol. Acho que isso (ser titular da Seleção) vai acontecer naturalmente", argumenta.

Júlio Baptista apareceu como destaque no São Paulo em 2000 como volante. Sua altura e força física impressionaram, mas o jogador não conseguiu se firmar como titular e passou por experiências como lateral-direito e meia ofensivo.

Sua pecha de polivalente se fortaleceu a partir de 2003, no Sevilla, quando virou atacante e artilheiro do time espanhol. Depois da passagem de sucesso pelo clube, Baptista defendeu Real Madrid e Arsenal, clubes nos quais ele virou queridinho dos técnicos por preencher qualquer espaço, mas com dificuldades de se firmar como titular.

Finalmente na Roma, Júlio Baptista parece ter encontrado seu lugar. O jogador tem atuado com freqüência no time italiano como meia ofensivo, mesma posição que se firmou nas convocações da Seleção. "Acho que as pessoas agora já sabem que venho jogando há bastante tempo no meio-de-campo", diz.

Porém, na visão da comissão técnica Júlio Baptista ainda é visto como um jogador "pau para toda obra". "Ele é um jogador chave para a Seleção. Ele toda vez entra bem, é forte, versátil. Pode jogar como volante, meia e atacante", avalia o auxiliar-técnico da Seleção Jorginho, que durante a carreira como jogador era chamado de "curinga".

Porém, o ex-lateral-direito que terminou a carreira como meio-campista não acha que Júlio Baptista é prejudicado por sua polivalência. "Ele teve muita concorrência por onde passou", avalia o auxiliar, tetracampeão com a Seleção Brasileira em 2004.

Júlio Baptista também tem o seu momento inesquecível com a camisa verde e amarela. O jogador marcou o primeiro gol da vitória brasileira por 3 a 0 na final da Copa América de 2007. Depois do momento de fama, continuou fora das escalações ideais da maioria dos torcedores brasileiros.

Será que para ser titular Júlio Baptista precisa marcar um gol na final de uma Copa do Mundo? "Seria uma coisa que qualquer jogador ficaria contente", diz, sério à provocação, sem mudar o discurso politicamente correto de que a sua hora vai chegar. Resta saber quando.

Assim com Júlio César, Júlio Baptista salvou o Brasil de ser derrotado contra o Equador
Assim com Júlio César, Júlio Baptista salvou o Brasil de ser derrotado contra o Equador
Foto: Reuters
Fonte: Redação Terra
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