"Pediram minha cabeça, corpo e alma", diz Dunga
Nem a vaga na Copa do Mundo de 2010 conquistada com três rodadas de antecedência parece ter acalmado Dunga. O técnico da Seleção Brasileira fez questão de mostrar publicamente a mágoa com quem o criticou quando ele assumiu o cargo.
» Veja fotos do treino da Seleção
» Lesão tira Robinho de jogo com Chile
» Em alta na Seleção, Dunga brinca com "fama de ditador"
» Fifa festeja Brasil "perfeito" na Copa
Ao ser parabenizado por um repórter chileno pela vitória diante da Argentina, ele respondeu: "não pediram apenas minha cabeça. Pediram cabeça, corpo e alma, é bem diferente. Mas ainda bem que você torce pelo Chile, gostaria que todos torcessem pelo Brasil", afirmou na entrevista concedida no domingo, em Salvador.
O técnico oscilou momentos de bronca e descontração diante dos jornalistas. Ficou satisfeito por ter sido o técnico que classificou o Brasil mais cedo à Copa, mas foi enfático ao comentar o início de sua trajetória na Seleção.
"Foram anos desagradáveis. Tudo que acontecia, se a política estava mal, se o dólar baixava, se chovia, era tudo culpa do Dunga. É fácil jogar pedra nos outros, mas vamos sempre proteger quem está com nós", completou.
As críticas são direcionadas ao início do trabalho à frente da Seleção. Dunga assumiu a vaga de Carlos Alberto Parreira depois do fracasso da Seleção na Copa de 2006. "Mostramos que estávamos no caminho certo. Na Argentina veio a confirmação".
A confirmação, no caso, foi a vitória por 3 a 1 sobre o maior rival em Rosário, na noite de sábado. "Conseguimos ganhar de um adversário que usou todas as armas, trocando de estádio, fazendo campanha, isso nos fortalece".
O triunfo sobre a Argentina foi o décimo seguido de Dunga e da Seleção na temporada. O treinador, em três anos no comando, conquistou a Copa América de 2005 e a Copa das Confederações deste ano. Na Olimpíada de Pequim, em 2008, ficou com a medalha de bronze.