PUBLICIDADE

Em "dia de CR7", Bale decide e dá título da Copa do Rei ao Real Madrid

16 abr 2014 - 18h47
(atualizado às 18h56)
Compartilhar

Sem Cristiano Ronaldo, o Real Madrid encontrou nesta quarta-feira em Gareth Bale um substituto à altura de seu principal astro, venceu o Barcelona por 2 a 1 em Valência e conquistou o título da Copa do Rei contra o arquirrival catalão - que parece cada vez mais imerso em crise - com direito a gol decisivo do meia-atacante galês.

Superior em grande parte da partida, o Real abriu o placar com o argentino Ángel Di María no primeiro tempo. No segundo, o Barça reagiu, mesmo com apagada atuação de seus principais jogadores, como Messi e Neymar, e igualou com o zagueiro Marc Bartra.

Aos 39 minutos da etapa complementar, quando o Real parecia ter sentido o golpe, Bale puxou um contra-ataque veloz pela direita, entrou na área e marcou, garantindo o 19º título da equipe madrilenha na história da competição, que ainda tem o Barça como maior vencedor, com 26 troféus.

Neymar poderia ter novamente empatado o duelo em um dos últimos lances do jogo, mas acertou a trave aos 44 minutos.

A conquista da Copa não tem valor para o time da capital quanto a vagas continentais, já que a competição dá vaga na Liga Europa, e o Real já assegurou vaga na Liga dos Campeões pelo Campeonato Espanhol. Como prevalece a classificação para o torneio de maior importância e o Barcelona também está na 'Champions', a vaga da Copa do Rei passa para o sétimo colocado do nacional.

O título, no entanto, dá força do time de Cristiano Ronaldo, que está três pontos atrás do Atlético de Madrid no Espanhol, faltando cinco pontos para o fim da competição. Além do gás obtido pela primeira conquista, o Real obteve a primeira vitória sobre o rival Barcelona na temporada, após duas derrotas pela liga doméstica.

Já o time catalão afunda mais uma pouco ao chegar a três derrotas seguidas em uma temporada, o que não acontecia desde 2003. A equipe de Messi está quatro pontos atrás do Atlético, já caiu na Liga dos Campeões e pode ter que se contentar apenas com o título da Supercopa da Espanha nesta temporada.

Barça e Real vieram para o jogo decisivo com desfalques importantes. O maior deles foi Cristiano Ronaldo. Com lesão muscular, o camisa 7 foi substituído por Isco, que levou a melhor em disputa com Illarramendi. No banco, Carlo Ancelotti escalou Casemiro e Willian José. Já Marcelo, também contundido, ficou de fora.

No time catalão, o problema foi no sistema defensivo. Piqué, machucado, ficou fora. Puyol e Bartra só foram liberados momentos antes do apito inicial. O segundo, mais jovem, foi escalado ao lado de Mascherano. Daniel Alves e Neymar começaram entre os titulares, e Adriano entre os reservas - o lateral entrou em campo no intervalo.

Como tem sido nos últimos anos nos duelos entre as duas equipes, o início de jogo foi eletrizante. O ritmo mais forte era imposto pelo Real Madrid, que em poucos minutos teve chance de abrir o placar duas vezes com Bale - duas vezes finalizando para fora, a segunda, sendo travado pela zaga.

Aos 10, um contra-ataque mortal fez o time da capital abrir o placar da decisão. Após bola perdida pelo Barça no campo ofensivo, Benzema serviu Di María, que se livrou de Alba, invadiu a área e bateu cruzado para superar Pinto.

O clima seguiu quente, e atingiu ponto de ebulição aos 16, só que não por lance de gol, mas por confusão que começou entre Neymar e Fábio Coentrão, e depois teve a nada sutil intervenção de Pepe. O atacante brasileiro e o zagueiro naturalizado português receberam cartão amarelo pelo desentendimento.

Em desvantagem, o Barcelona apresentou uma forma inusitada e pouco eficiente de atacar, com cruzamentos na área. Com ataque formado pelos baixinhos Messi (1m69), Fàbregas (1m79) e Neymar (1m75), a zaga do Real levava a melhor com folga.

Longe de ser um gigante, o lateral esquerdo Jordi Alba, de 1m70, foi o único ao acertar o gol, aos 22, após centro de Daniel Alves. A bola, totalmente sem força, no entanto, parou nas mãos de Casillas.

Sem apresentar o refinado toque de bola das últimas temporadas, o time catalão assustou aos 41. Primeiro, Iniesta lutou contra a defesa, recuperou bola caído no gramado, passou para Alba, que serviu Messi. O argentino bateu da marca do pênalti, mas a bola saiu à esquerda do gol.

Para a segunda etapa, provavelmente pensando em fortalecer fisicamente o sistema defensivo, Gerardo Martino colocou Adriano no lugar de Alba. Igualzinho ao primeiro tempo, o Real, por sua vez, voltou com tudo. Aos 3 minutos, em contra-ataque veloz, Bale invadiu a área e bateu firme, mas a bola saiu à esquerda de Pinto.

O craque galês seguiu liderando o time da capital ofensivamente, e aos 9 minutos ficou muito perto de fazer um golaço, ao emendar chute de bate-pronto da entrada da área. O goleiro do Barcelona acompanhou a bola, que passou muito perto do travessão.

Levando um passeio em campo, o Barcelona teve substituição aos 15 minutos, quando Pedro entrou na vaga de Fàbregas. Já dentro do campo, o atacante quase viu o Real marcar em seguida, duas vezes com Benzema, em uma cabeçada que parou na defesa de Pinto, e em chute por cima do gol.

De onde menos se esperava, por muito pouco o empate não saiu aos 19 da etapa final. Em chute de muito longe, Bartra contou com desvio na zaga para obrigar Casillas a fazer defesa complicada.

Logo em seguida, o coração do torcedor barcelonista quase parou, quando Bale marcou, mas a arbitragem deu falta em Pinto e anulou o lance. Foi aí que o jovem Bartra mostrou que era seu dia. Em escanteio da esquerda, o zagueiro de 23 anos subiu mais alto que a defesa do Real e testou para o fundo das redes.

O gol mudou completamente o panorama do jogo. Até então acuado, o Barcelona passou a exercer domínio, enquanto o Real mostrava dificuldade em sair da defesa. Até Messi, um figurante de gala do duelo, começou a aparecer, ainda sem grande efetividade, é verdade.

Aos 35, outro jogador apagado na partida, Modric, quase recolocou o time de Madri na frente. Em 'blitz' ofensiva, o croata recebeu na intermediária e encheu o pé. Pinto conseguiu fazer leve desvio, e a bola explodiu na trave.

Coube ao melhor jogador do Real depois de Cristiano Ronaldo decidir a parada. Aos 39, Bale recebeu na direita, ganhou de Bartra na corrida, invadiu a área e tocou de leve, na saída do goleiro, para marcar o segundo gol do time da capital.

Logo após o gol, Gerardo Martino foi para o tudo ou nada, colocando Sánchez no lugar de Bartra. Carlo Ancelotti, por sua vez, lançou Illarramendi na vaga de Di María para fechar a equipe. Pouco depois, foi a vez de Casemiro substituir Isco.

As mudanças não surtiram tanto efeito quanto o esperado, já que, aos 44, o Barcelona ficou a centímetros de empatar o placar, com Neymar. Dentro da área, o brasileiro recebeu, levou a melhor contra a zaga e acertou a trave.

Ficha técnica.

Barcelona: Pinto; Daniel Alves, Bartra (Sánchez), Mascherano e Alba (Adriano); Busquets, Xavi e Iniesta; Messi, Fàbregas (Pedro) e Neymar. Técnico: Gerardo Martino.

Real Madrid: Casillas; Carvajal, Pepe, Ramos, Coentrão; Alonso, Modric e Isco (Casemiro); Di María (Illarramendi), Bale e Benzema (Varane). Técnico: Carlo Ancelotti.

Árbitro: Antonio Miguel Mateu Lahoz, auxiliado por Pau Cebrián Devís e Raúl Cabañero Martínez.

Gols: Bartra (Barcelona); Di María e Bale (Real Madrid).

Cartões amarelos: Neymar, Mascherano (Barcelona); Isco, Pepe e Alonso (Real Madrid).

Estádio: Mestalla, em Valência (Espanha).

EFE   
Compartilhar
Publicidade