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Em resposta a protestos, Fifa e governo defendem legado da Copa

24 jun 2013 - 13h55
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A Fifa e o governo federal apresentaram nesta segunda-feira uma montanha de números para defender o legado que a organização da Copa do Mundo deixará para o Brasil, numa tentativa de responder aos manifestantes que tomaram as ruas do país nas últimas semanas, entre outras coisas, cobrando "hospitais e escolas padrão Fifa".

Em entrevista coletiva para avaliar a primeira metade da Copa das Confederações, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, disse que são injustas as críticas que acusam a entidade de "se aproveitar do país e ir embora sem pagar impostos, sem criar nada e com os bolsos cheios de dinheiro".

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, garantiu, por sua vez, que não foram retirados recursos das áreas de saúde e educação para obras de estádios do Mundial.

"Apenas neste ano o orçamento da união destinado para saúde e educação é de aproximadamente 177 bilhões de reais. O orçamento do Ministério do Esporte é aproximadamente um por cento desse total", disse Aldo em entrevista realizada no Maracanã, palco da final da Copa das Confederações no próximo domingo.

"Não há nenhum desvio de recursos de saúde e educação para obras da Copa ou para a construção de estádios", garantiu o ministro, acrescentando que a organização do Mundial vai acrescentar 112 bilhões de reais na economia brasileira no período 2010-2014 e gerar 3,6 milhões de empregos, de acordo com estudo da consultoria Ernst & Young em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

As manifestações nas ruas, que começaram como um movimento contra o aumento da tarifa de ônibus nas principais cidades do país, rapidamente encamparam temas como o combate à corrupção e repúdio aos gastos do governo com a realização da Copa do Mundo.

Balanço apresentado pelo secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, revelou que os gastos até o momento com a organização do Mundial chegaram em maio a 28,1 bilhões de reais, a maior parte de dinheiro público.

Apenas em estádios, serão investidos no total 7,6 bilhões de reais, dos quais 3,8 bilhões de reais são financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com condições facilitadas, e 3,2 bilhões de reais são de responsabilidade dos governos estaduais e municipais. Os recursos privados representam uma parcela de apenas cerca de 500 milhões de reais nas 12 arenas do Mundial.

Segundo Fernandes, três quartos dos 28,1 bilhões de reais gastos até agora se destinaram a obras de infraestrutura e serviços essenciais que seriam realizados no país independentemente da Copa dos Mundo, e 62 por cento dos investimentos foram em projetos de mobilidade e modernização de aeroportos.

FIFA ELOGIA TORNEIO

Apesar de problemas enfrentados por torcedores em consequência da violência das manifestações e da polícia no entorno dos estádios, a Fifa disse estar satisfeita com a realização da competição, tanto nos aspectos organizacionais como no ambiente vivido no país.

A entidade, que virou alvo dos protestos e inclusive teve dois ônibus que estavam a seu serviço apedrejados em Salvador antes de uma partida na semana passada, também defendeu seus investimentos próprios realizados no Brasil, e garantiu que gasta dinheiro com a realização da Copa do Mundo, em vez de obter qualquer lucro.

"Não temos lucro, porque esse não é o objetivo da Fifa, somos uma organização sem fins lucrativos", disse Valcke.

"Estamos aqui para dar uma explicação ao público, que estamos fazendo muitas coisas boas. Nunca é o bastante, mas não tenho vergonha do que estamos fazendo, estamos fazendo muitos programas bons durante a Copa das Confederações e ainda mais para a Copa do Mundo", acrescentou o dirigente, destacando que a Fifa vai gastar 1,5 bilhão de dólares na organização do Mundial no Brasil.

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