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Em SP, Maradona, Romário e outros astros criticam dirigentes sul-americanos

4 set 2013 - 21h04
(atualizado às 21h10)
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Um grupo de ex-jogadores de diferentes países da América do Sul, entre os quais se destacam Diego Maradona e Romário, e alguns dirigentes de clubes brasileiros se reuniram nesta quarta-feira para juntar forças contra a CBF e a Conmebol.

A reunião aconteceu na sede do Corinthians e foi convocada pelo ex-presidente do clube paulista e ex-diretor de seleções da CBF André Sánchez, que recebeu o apoio de Maradona para se candidatar à presidência da entidade máxima do futebol do país.

"Esta reunião é muito fácil de ser descrita: é a revolução do futebol", afirmou em entrevista coletiva após o encontro o ex-goleiro paraguaio José Luis Chilavert, para quem a situação atual da Conmebol é "uma aberração terrível".

"Os jogadores têm cada vez menos seguridade social quando se aposentam, enquanto os dirigentes da Conmebol estão cada vez mais ricos, sendo que nunca jogaram futebol", criticou o polêmico ex-atleta.

Na reunião, um grupo de advogados uruguaios apresentou um estudo jurídico que aponta que os clubes sul-americanos perderam cerca de US$ 120 milhões nos últimos dois anos e a Conmebol desperdiçou outros US$ 430 milhões em possíveis contratos obscuros e omissão de faturamento nos livros contábeis.

"Com este projeto, estamos dando soluções e, agora, se eles querem ser cúmplices do roubo que está acontecendo na Conmebol, é problema deles. Mas serão presos", afirmou Maradona, que teve o apoio Romário, mais um a pedir que dirigentes corruptos sejam colocados na cadeia.

"Um evento como este, com tanta gente importante do futebol, já é um começo, e acho que está na hora de a moralidade começar a imperar no futebol brasileiro e sul-americano. Estamos aqui com o objetivo de deixar tudo claro, sobre quem deve pagar e quem devem ir para a prisão", destacou o ex-atacante.

"É uma vergonha o que acontece na Conmebol. Não imaginava que houvesse uma entidade mais corrupta que a Fifa e a CBF", completou.

Companheiro de equipe de Maradona no Napoli e de Romário na seleção, o ex-atacante Careca exaltou a idoneidade da reunião: "somos um movimento do bem e não queremos melhorias para amanhã, mas para hoje".

Outros ex-jogadores presentes no encontro foram os uruguaios Enzo Francescolli, Rubén Sosa e Carlos Aguilera, o argentino Óscar Ruggeri, o paraguaio Rogelio Delgado e o peruano Juan Carlos Oblitas.

Também participaram dirigentes de Corinthians, Botafogo e Santos, além dos estrangeiros Peñarol e Nacional (Uruguai), Caracas e Zamora (Venezuela); San Martín e Sporting Cristal (Peru); LDU (Equador) e Libertad (Paraguai), além de sindicatos de jogadores de Paraguai, Uruguai e brasil.

Maradona, que chegou ao Parque São Jorge em meio a um forte esquema de segurança, lamentou a ausência de dirigentes argentinos, mas ressaltou a intenção do Vélez Sarsfield de uma mudança na condução da Associação do Futebol Argentino (AFA).

"Peço desculpas porque os dirigentes do futebol argentino se borraram. Se borraram, porque todos temos necessidades", disparou.

Tanto Romário quanto Maradona citaram várias vezes os nomes de dirigentes da Conmebol que, na opinião deles, deveriam deixar a entidade por atuarem "de maneira obscura".

Os principais alvos dos dois foram o presidente da Federação Paulista de Futebol e vice da CBF, Marco Polo del Nero, o presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, o brasileiro Marco Polo Del Nero e o atual presidente da Conmebol, o uruguaio Eugenio Figueredo.

O uruguaio Carlos Aguilera, ídolo do Peñarol e do Independiente Medellín nos anos 80, disse à Agência Efe que uma revitalização dos clubes sul-americanos lhes permitiria segurar seus novos talentos por mais tempo.

"A torcida quer ver por mais tempo jogadores como nosso sub-20 José María Giménez, recém contratado pelo Atlético de Madrid. É uma pena perdê-lo tão jovem. Eu queria muito que ele e outros garotos dessem mais alegria ao futebol de seus países", declarou.

EFE   
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