PUBLICIDADE
Logo do Botafogo

Botafogo

Favoritar Time

"Torcidas cantantes" prometem duelo em Fla x Botafogo

26 abr 2009 - 12h40
(atualizado às 13h33)
Compartilhar

Os olhares estarão todos voltados para o campo, mas a final do Campeonato Carioca, pela terceira vez seguida realizada entre Flamengo e Botafogo, também terá seu charme especial nas arquibancadas do Maracanã. Dispensando gritos de guerra ofensivos, botafoguenses e flamenguistas travarão um duelo à parte em uma forma de torcer que vem sendo pioneira no Rio de Janeiro.

» Canto da torcida embala botafoguenses

» Composições de rubro-negros seguem Fla

» Leia as últimas do Botafogo

» Leia as últimas do Flamengo

» Opine: cantos nas arquibancadas são nova tendência no Brasil?

"As torcidas organizadas, por cultura, instigavam rivalidade, xingamentos, e não faziam músicas em prol do próprio clube. Iniciamos um grupo em 2006 com essa finalidade, de cantar o amor ao clube e de atrair as famílias para o estádio", diz Rafael Mois, um dos fundadores da Loucos pelo Botafogo.

O Botafogo, aliás, foi realmente iniciante em músicas nas arquibancadas. A letra de "Ninguém cala esse nosso amor" virou moda entre os botafoguenses e impulsionou o crescimento da Loucos, que se transformou na segunda torcida mais numerosa do clube, segundo Rafael. Como em qualquer ambiente de rivalidade, o sucesso alvinegro motivou os rivais.

Em 2007, o Flamengo deu sua resposta com os cânticos intitulados "Raça, amor e paixão" para embalar a reação espetacular que o tirou da zona do rebaixamento e colocou na Copa Libertadores de 2008. Estava definitivamente aberto o caminho para os demais.

"As torcidas rivais pegaram esse espírito, mas a Loucos não é só torcida de estádio e fazemos coisas fora do clube, como pintar o muro do Engenhão. O espírito é igual ao dos argentinos e de outros países sul-americanos. Exaltamos e vestimos a camisa do clube e não da torcida", compara Rafael.

Flamenguistas e botafoguenses seguiram inovando a partir das primeiras músicas e apresentam uma tendência a ser seguida. Enquanto os rubro-negros lançaram "Vamos Flamengo" ao estilo de "I love you baby", os alvinegros embalam seu time com a acelerada "Fogo olê olê olé".

"São músicas que vão surgindo espontaneamente, vêm do coração. A tendência agora é cantar a paixão pelo próprio clube. Não é por ser carioca, mas o Rio de Janeiro é inovador. Viajo o Brasil todo com o Flamengo e as coisas que acontecem na arquibancada são diferentes", explica José Carlos Peruano, líder da Urubu Guerreiro.

O último capitulo da rivalidade surgiu com os cânticos provocativos, especialmente os que transformaram "Ninguém cala esse nosso amor" em "Ninguém cala esse chororô", graças às reclamações de botafoguenses contra a arbitragem na decisão da Taça Guanabara em 2007.

"Toda música que se torna sucesso, faz com que as pessoas brinquem. Fizeram a paródia por causa da rivalidade e até acho legal, mas a gente prefere continuar apoiando nosso time", opina Rafael. "A culpa não foi dos jogadores e sim dos dirigentes. Eles expuseram a torcida ao ridículo", crê Peruano.

A tendência do Rio de Janeiro vai se espalhando e já são vistas torcidas como de Cruzeiro e Grêmio, por exemplo, embalando suas próprias canções. Ainda que não sejam hinos sagrados como "You'll Never Walk Alone", do Liverpool, têm seu brilho próprio e promovem o amor ao clube ao contrário de incitar a violência. Além de uma manifestação cultural e belíssima, indica uma certa evolução na forma de enxergar o espetáculo chamado futebol.

Festa nas arquibancadas é característica de Fla e Botafogo
Festa nas arquibancadas é característica de Fla e Botafogo
Foto: Gazeta Press
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade